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2º PIOR DO PARÁ: Parauapebas bate recorde de desemprego em abril

Marabá e Parauapebas, mãe e filho separados por história, geografia, sociedade e política, vivem tempos econômicos diferentes. Com um projeto de cobre bombando, o Salobo, e total atenção da mineradora Vale, o salário médio do setor mineral de Marabá ultrapassou pela primeira vez o de Parauapebas, que vive tempos de demissões nos projetos da mesma mineradora localizados na Serra Norte, onde o minério de ferro, com preço em baixa, desencadeia a crise.

Em síntese, Parauapebas fechou abril como o 2º município do Pará que mais demite e Marabá, como o 2º que mais contrata. As estatísticas foram divulgadas nesta sexta-feira (22) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Quem tiver emprego em Parauapebas faça o possível para mantê-lo. Está cada vez mais difícil – beirando o impossível – arranjar oportunidade no município, que outrora foi considerado um dos mais promissores do Brasil.

Nesta sexta-feira (22), foram divulgados os dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sobre empregos formais criados no mês de abril, e seguindo a tendência do Brasil, que registrou a pior geração de postos de trabalho para o mês desde 1992, Parauapebas bateu recorde negativo, com o pior mês em geração de postos na sua jovem trajetória de 27 anos. Nenhum município do Sudeste Paraense desempregou tanto quanto a terra da mineração.

No mês passado, na Capital do Minério, até foram criadas vagas de trabalho com carteira assinada: 1.602. Mas muito mais pessoas foram dispensadas. Resultado: 3.045 novos desempregados a vagar pelo município. Na diferença entre quem arranjou e quem perdeu emprego, sobraram em abril 1.443 trabalhadores mandados a beleléu. São, no mais das vezes, pais e mães de família que, agora, vão ter de arranjar uma alternativa para sobreviver no município que, fora a força motriz da mineração, não tem alternativa econômica que lhes garanta alento.

Em termos comparativos, a população que perdeu emprego em Parauapebas apenas no mês de abril é superior ao número total de habitantes de 480 municípios brasileiros, de um total de 5.570 localidades com população estimada em 2014. É como se toda a população do Bairro dos Minérios, de 3.000 residentes, tivesse sido demitida em apenas 30 dias.

NÃO HÁ VAGAS

Os setores que mais demitiram são construção civil, com 1.456 desligamentos; serviços, com 766 demissões; e comércio, com 545 encerramentos de contrato. As profissões mais difíceis para arranjar emprego com carteira assinada em Parauapebas são, atualmente, pedreiro, vendedor pracista, auxiliar administrativo e engenheiro civil. Curiosamente, de acordo com dados do MTE, essas ocupações tiveram seu auge no município entre 2005 e 2012.

Para piorar a situação, cada demissão tirou de circulação do mercado de consumo local uma remuneração média de R$ 1.281. Na ponta do lápis, Parauapebas vai perder já este mês de maio R$ 1,85 milhão em massa salarial em decorrência das demissões processadas em abril. É um baque a ser sentido gradativamente, sobretudo no comércio.

Hoje, de acordo com o MTE, a média salarial dos servidores da Prefeitura Municipal de Parauapebas já supera – quem diria – a média dos trabalhadores da mineradora Vale, empresa que também “contribuiu” com os números de demissões em abril. O Ministério do Trabalho e Emprego não discrimina dados por empresa, mas apenas a indústria extrativa mineral de Parauapebas, ramo em que a Vale é manda-chuva, despejou 161 desempregados na praça.

Com todos esses dados negativos, Parauapebas começou o mês de seu aniversário como o segundo pior do Pará em geração de empregos. Ou muito pior: o segundo que mais demite no Estado, atrás de Altamira, que, por conta da evolução física das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, também está dispensando aos milhares: 2.235 desligamentos no mês passado.

Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar
Foto: Biano Lima

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