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Adesão do Pará à Independência foi decisiva para a afirmação do Estado

Nesta segunda-feira, 15 de agosto, o Pará celebra uma data importante na sua história: os 193 anos da Adesão do Estado à Independência do Brasil. A ruptura com Portugal aconteceu em 1823, somente um ano depois de o Brasil se tornar independente.

Depois da adesão do Maranhão ao Império do Brasil, em julho de 1823, o Pará era o último Estado restante. Para conseguir a adesão, em 11 de agosto, o Almirante John Grenfell desembarcou aqui e, a mando de Pedro I, trouxe aos governantes do Estado um documento afirmando que havia uma esquadra em Salinas, pronta para bloquear o acesso ao porto da capital, isolando o Pará do resto do Brasil, caso o Estado não aceitasse a adesão.

Após uma assembleia no Palácio Lauro Sodré, a assinatura do documento, que oficializou a adesão, finalmente aconteceu no dia 15 de agosto. A ata da adesão do Pará à Independência está no Arquivo Público do Estado, no bairro do Comércio, que tem a função administrativa de guardar documentos que, com o passar do tempo, viram arquivos históricos. O manuseio da ata é feito com luvas, para preservar a integridade do documento secular.

A ata contém 107 assinaturas de autoridades da época, concordando com a separação de Portugal. “Essa ata é como uma certidão de nascimento do povo paraense. Ela torna legitima uma ação histórica que foi a adesão. Relembrar isso faz com que o paraense se conheça melhor”, disse Leonardo Torii, diretor do Arquivo Público.

De 1820 a 1822, surgiu uma série de movimentos no sudeste pedindo a separação entre Brasil e Portugal. Mas no caso específico da Amazônia e de Belém, existia a proximidade física e política com Portugal. Por isso, a independência do Pará ocorreu um ano depois. Belém é uma cidade nitidamente portuguesa e isso se traduzia na ocupação política da cidade. Os generais, cardeais e comerciantes, todos eram de origem portuguesa e não queriam que o Pará aderisse à Independência do Brasil, porque aderir à independência significava perder os privilégios políticos.

“Acho importante relembrar essa data para reavivar nas pessoas a importância da memória. As pessoas sabem o que é a adesão do Pará à Independência, mas sabem pouco sobre a importância de, nós, paraenses, termos virado efetivamente brasileiros a partir dessa data. E no segundo momento, é dar publicidade a uma característica muito importante: fazer de nós uma quase nação, pela dimensão do Grão Pará e pela relevância que passamos a ter diante de Dom Pedro I e do Brasil. A partir de 15 de agosto de 1823, nos tornamos efetivamente brasileiros”, afirma o historiador Michel Pinho.

Educação – João Lucio da Costa é mais um historiador que faz questão de valorizar a adesão do Pará à Independência, também dentro da sala de aula. Professor de ensino médio da Escola Estadual Brigadeiro Fontenele, no bairro da Terra Firme, ele promove palestras, há oito anos, debatendo a adesão às vésperas do 15 de agosto.

Nas palestras, ele e outros professores, de história e geografia, mostram porque os paraenses precisam se orgulhar do momento histórico que foi a adesão. “A importância da valorização dessa data nas escolas é o completo desconhecimento que a juventude tem de datas históricas que representam a cidadania paraense. A adesão foi importante porque só a partir dessa data, entramos efetivamente para o Brasil”, afirma o professor.

Reportagem: Syanne Neno

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