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Alípio Ribeiro - Colunista

Pense numa coisa complicada! Os amigos se entendem, são cúmplices, se amam. Mas a sociedade não vê com bons olhos. Imagine o cônjuge da pessoa que tem amizade sólida com o sexo oposto?

Eu tenho uma amiga. Quer dizer, eu sou amigo de uma pessoa muito especial para mim: Walkyria! Uma loira alta, linda, inteligente, doida, cheia de tatoos, estudiosa, mãe, guerreira, bem sucedida, mulher! Tenho outras amigas, mas não tão próximas. Incrível, mas, até agora, minha noiva nunca se incomodou com esta amizade. E olha que sou pegajoso, sinestésico.

Talvez, devido ao fato de minha namorada ter me conhecido sendo amigo da Walkyria, foi mais fácil para ela aceitar a amizade. No entanto, será que eu aceitaria vê-la numa amizade profunda com outro homem? Não sei… Seria muito estranho eu chegar à minha casa e encontrá-la com o amigo num momento de descontração. Imagine a cena: ao chegar a casa, encontrar a pessoa amada com alguém do sexo oposto numa conversa alegre, e ela em trajes caseiros, tipo de shortinho leve, blusa curta e folgada, estilo baby doll… Estranho né? Por mais que a gente se esforce em vê-los como irmãos, sempre fica a pergunta: será?

Existem aqueles amigos de infância, unidos na molecagem e peraltices peculiares da idade da inocência. E crescem e continuam amigos. As pessoas próximas, que sabem da amizade, entendem. Mas com ressalvas, com indiretas do tipo: “estes dois vão acabar se casando”. Ou seja, o pensamento malicioso se sobrepõe à amizade verdadeira, sincera. No fundo, na cabeça de todos ou quase todos, existirá um “aí tem”! Só quem tem amigo ou amiga íntimos e verdadeiros sabe que mais do que amizade não rola. Se rolar, a amizade acaba!

E a amizade entre homens? No meu tempo de infância e juventude, amigos homens se abraçavam, dormiam juntos, brigavam, disputavam a mesma mulher. Pela cabeça dos outros não passava a ideia que fossem gays. Era natural. Hoje em dia, irmãos têm receio de saírem de mãos dadas, abraçados. Pais andarem de afetos com filho adolescente ou filha provocam reações de preconceito e discriminação. Isto porque a sociedade, por mais que negue, discrimina os homossexuais e similares e, para este tipo de sociedade hipócrita, duas pessoas do mesmo sexo andarem de mãos dadas ou abraçadas nas ruas, só podem ser gays!

Claro, eu não vou permitir que amigo meu passe uns dias na minha casa e lá circule de cueca. Ou minha amiga circule de calcinha! (se a amiga for linda, posso até rever o caso… (brincadeira, amor…) Nem farei isto na casa deles. Existem as exceções. Se ambos são solteiros e desimpedidos e não se importam com isto, ou se comportam desta forma, é outra coisa.

Uma vez, fui visitar minha família em Minas e levei duas amigas comigo. E elas dormiram no mesmo quarto que eu e nos divertimos e fomos felizes. Sem sexo, sem falta de respeito. Eu sei que não era assim que minha conservadora família mineira nos via. Eles não falavam, mas eu conseguia por os pensamentos deles nos balões ao lado das cabeças.

Aí você diz: “Que se dane a sociedade! Não vou deixar de ter amigos por causa disto!” Ledo engano. Se você pensa assim, vá para a floresta viver com os animais. Melhor, vá para o deserto, pois até os amimais possuem regras de convivência. A vida em sociedade nos obriga a segui-las. E ponto final. O que fazer? Viva a vida. Respeite e imponha respeito. Saiu abraçado com alguém e foi chamado de gay? E daí? Basta não se incomodar. Sorria de tudo, viva a sua vida. Disseram que sua amiga é sua amante? Quem tem que se importar com isto é sua mulher, seu marido, seu companheiro/a. A eles importa que se dê satisfação. Quanto ao resto? Ignore! A vida é muito curta para deixar de ser curtida.

E você? Como vai sua amizade com o sexo oposto?

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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