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Empreendedorismo ajuda egresso a driblar a crise e o preconceito

Marcos Tardelles Fernandes, 34 anos, já trabalhou como mecânico, caldeireiro, encanador industrial e encarregado de tubulação em grandes empresas nacionais. Mas foi a qualificação conquistada durante o cumprimento de uma pena, há pouco mais de dois meses, que fez dele um empreendedor de sucesso. De fevereiro a junho deste ano, Marcos esteve detido na Carceragem de Parauapebas, e foi lá que ele encontrou um motivo para recomeçar.

Isto porque a Superintendência do Sistema Penitenciária do Estado (Susipe), além de gerir a custódia dos mais de 17 mil presos, realiza cursos, palestras e oficinas que capacitam e abrem um leque de oportunidades para os detentos no pós-cárcere. A iniciativa ocorre em unidades prisionais de todo o Pará.

Marcos foi um dos internos que participou do curso de panificação realizado na Carceragem de Parauapebas, em março deste ano. Em junho, após ter recebido a sua liberdade condicional, ele voltou para o Maranhão (sua cidade natal) e abriu uma panificadora, onde vende pães, bolos, doces e salgados.

Recomeçar com a abertura de um novo negócio exige, muitas vezes, muito mais determinação do que recursos financeiros. Com um investimento de R$ 7 mil, oriundo do seguro-desemprego que estava recebendo antes de ser detido, Marcos passou a escrever uma nova história para sua vida.

“Foi uma porta que se abriu para eu me reintegrar na sociedade. Eu agradeço primeiramente a Deus e, depois, à Susipe, que me deu a oportunidade de aprender. A vida de antes eu não quero nunca mais, nem pra mim e nem pra minha família. Daqui pra frente eu só quero prosperidade”, declarou Marcos.

Na panificadora são produzidos mais de 900 pães diariamente, o que garante a renda da família. Optar por ser dono do seu próprio negócio é uma boa opção para enfrentar a crise financeira e quebrar as barreiras do preconceito por quem já passou pelo cárcere.

“Ele foi o primeiro interno a sair da unidade e abrir o seu próprio negócio. Que este fato sirva de exemplo para os outros, para não se deixarem desanimar com as primeiras dificuldades que encontrarem. Quando saírem da prisão, que eles possam se sentir estimulados para não serem empregados de ninguém e, sim, ter o seu próprio negócio para que possam se auto sustentar de maneira honesta. É um incentivo também a todos os apoiadores que viabilizam a realização dos cursos”, afirmou o diretor da Carceragem, Murilo Souza.

Para os clientes, além de contribuir para a reintegração social e colaborar para o micro empreendedorismo, comprar pães e biscoitos na panificadora é também sinônimo de sabor e qualidade. “Desde quando abriu essa panificadora aqui eu não compro em outro lugar. Eu faço questão de vir aqui porque os produtos são de primeira qualidade. O bolo de milho e a broa de maracujá são deliciosos. Eu recomendo pra toda a vizinhança”, disse o cliente Ribamar Rodrigues.

Em 2017, mais de 100 egressos do sistema penal do Pará devem contar com auxílio da Susipe para conseguir recursos finaceiros através do Credcidadão e investir no seu próprio negócio. Segundo o diretor de Reinserção Social da Superintendência, Ivaldo Capeloni, é papel da instituição prover políticas públicas de qualidade para preencher as lacunas deixadas de lado enquanto se havia liberdade.

“O nosso trabalho é intensificar o estudo e o aprendizado profissional de forma atraente para que eles possam retornar a sociedade recuperados, pois muitos não deram o devido valor enquanto estavam em liberdade. A nossa preferência são para cursos que eles possam, quando estiverem em liberdade se auto sustentar, cooperar para a economia e para a sociedade”, explicou.

Reportagem: Timoteo Lopes / Agência Pará de Notícias

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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