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Jader apela ao presidente para manter recurso para inovação e pesquisa

A comunidade científica e acadêmica da Amazônia acionou o sinal de alerta para um dos mais preocupantes movimentos contrários ao desenvolvimento da inteligência inovadora e empreendedora de milhares de cidadãos que vivem no Norte do Brasil: o Governo Federal ameaça fechar o principal agente financiador de projetos científico-tecnológicos da região. Reitores das universidades federais e secretários de Ciência e Tecnologia do Pará, Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Acre foram informados que, como medida de contenção de gastos, o Governo Federal vai fechar o Escritório Regional Norte da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Comunicações (MCTIC).

Inaugurado em dezembro do ano passado, o Escritório Regional Norte da Finep foi instalado no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá, em Belém, e vem cumprindo a missão de estimular a inovação, aproximando empresas e as Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) da Amazônia. Além desse escritório – único na Amazônia – e da sede no Rio de Janeiro, a Finep mantém filiais em Florianópolis, Fortaleza, Brasília e São Paulo.

Em apenas seis meses de funcionamento, o Escritório já prospectou cerca de R$ 400 milhões em projetos inovadores de empresas regionais, desde mineradoras, agronegócio a empresas de TI. Para o financiamento à P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), a Finep tem uma linha própria: o Finep Conecta, destinado às médias e grandes empresas que tenham interesse em desenvolver projetos de pesquisa em conjunto com universidades ou outras ICTs – instituições científicas e tecnológicas.

Para essas instituições, o Escritório Regional em Belém já destinou R$ 59 milhões do total financiado na Amazônia, previstos para serem destinados as universidades Federal do Pará – UFPA, Federal Rural da Amazônia – Ufra, Parque Científico e Tecnológico do Guamá, Embrapa, Instituto de Desenvolvimento Tecnológico – INDT, Universidade Federal do Amapá – Unifap, Biotec Amazônia, entre outras. Esse modelo de incentivo a inovação é praticado em países desenvolvidos como Alemanha e Japão.

Apelo 

Ao tomar conhecimento da possibilidade do fechamento do Escritório Regional da Finep em Belém, o senador Jader Barbalho (MDB) protestou. “Países com grau semelhante de desenvolvimento tem no governo peça-chave para alavancar projetos científico-tecnológicos. A promoção do conhecimento como política de Estado é, definitivamente, a senha para um crescimento sustentável, que representa avanço econômico, com garantia de desenvolvimento social da população. Aplicado às inovações tecnológicas, esses princípios estão mudando o mercado mundial. E o Brasil não pode ficar na contramão da história. Portanto, não há nenhuma justificativa para fechar uma instituição com tamanha magnitude”.

O senador recebeu um documento assinado pelos reitores das universidades federais do Pará e pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, e Educação Tecnológica e Profissional do Pará, Carlos Maneschy, que já foi reitor da UFPA. “A anunciada possibilidade de fechamento do Escritório Regional Norte da Finep, nesse contexto, representará enorme retrocesso nas políticas de estímulo ao desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na Amazônia”, ressaltam os acadêmicos.

Imediatamente ao receber o documento, o senador Jader redigiu ofício que foi encaminhado ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, com cópia para o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes. No texto, o parlamentar paraense apela ao presidente Bolsonaro em nome de toda a população da Amazônia, ressaltando a relevância da Finep, com atuação na formulação e indução da política científica brasileira a partir de seus financiamentos, como principal elo da rede de inovação do País. “A Amazônia é a nova fronteira de desenvolvimento do país”, destaca o senador.

Jader Barbalho acredita que a intervenção do presidente Bolsonaro possa evitar que a ameaça de fechamento do Escritório da Finep se concretize, “dados os enormes prejuízos que seriam gerados para a economia e o desenvolvimento social nos Estados da região”. “O Brasil é um país empreendedor por natureza, mas que ainda busca juntar esta característica a um ambiente de negócios com qualidade. O que percebemos é que a Finep chegou à região Norte para assumir esse papel de estimular e mostrar o caminho a esses empreendedores”, destacou o senador Jader.

Torre da Amazônia 

Nos 52 anos de existência da Finep, período em que o país priorizou e estimulou a inteligência inovadora de milhares de brasileiros, cinco grandes projetos científicos e tecnológicos nacionais, financiados pela Finep, ficaram entre os principais e mais importantes do planeta. e foram destaque no canal Discovery Chanel.

Entre esses projetos está a Torre da Amazônia (Atto, na sigla em inglês), um dos mais importantes projetos de pesquisa do mundo sobre mudanças climáticas. Instalado no meio da Floresta Amazônica, o observatório tem 325 metros de altura, o equivalente a um prédio de 80 andares, e é a maior torre de estudos climáticos do mundo.

A expectativa dos pesquisadores é que a torre monitore o clima na Amazônia por um período de 20 a 30 anos com a coleta de dados sobre os processos de troca e transporte de gases entre a biosfera e a atmosfera.

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