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Marabá e as belezas do rio Tocantins brilham mais durante o verão

No Pará, o verão revela belezas em todas as regiões do Estado e quem vive no sul e sudeste tem opções de lazer proporcionadas pelos diversos rios da região, que nesta época do ano – de junho a novembro – estão mais secos e cheios de bancos de areia, criando pequenas ilhas onde a população se diverte. Seja no rio Tocantins ou no Araguaia, a natureza é generosa.

Marabá, localizada a 500 quilômetros de Belém, é banhada pelos rios Tocantins e Itacaiúnas. Para quem está na capital paraense, o acesso pode ser feito de avião (apenas uma hora de voo) ou pelas rodovias que foram recuperadas recentemente pelo Governo do Estado.

A viagem em si já é um passeio por todos os municípios que fazem parte da rota. Saindo de Belém, o motorista segue em direção à Alça Viária, onde se conectará às rodovias PA-252, no município de Moju. A viagem é segura, além da ponte reformada recentemente, a pavimentação ao longo de todo o trecho que passa pela cidade também está em bom estado. A partir daí é só seguir reto pela PA-475 até a PA-150, uma das maiores obras do governo estadual, totalmente reformada até o município de Marabá.

O percurso dura aproximadamente sete horas e no trajeto é possível ver a paisagem mudar das florestas e rios da região do Baixo Tocantins e dos extensos campos de dendê de Tailândia, para as fazendas e morros típicos da região sudeste. Diversos restaurantes ao longo do caminho oferecem o prato mais pedido de toda a região: o churrasco.

Principal cidade da região oferece muitos atrativos

A chegada em Marabá é feita pela parte antiga da cidade e um dos símbolos da entrada é a gigantesca ponte rodoferroviária sobre o rio Tocantins, que dá acesso ao centro do município. Do alto é possível ver, em julho, os bancos de areia formados pelo período seco e as pequenas praias na beira do rio. Na época de cheia, o rio sobe e chega a alagar parte da área mais baixa da cidade.

Marabá é uma cidade grande em constante crescimento, uma espécie de capital econômica da região e possui um constante fluxo de negócios e eventos, por isso, existem vários hotéis em todos os bairros, principalmente no centro e próximo à rodoviária.

Depois de um passeio pela cidade, principalmente pelas praças, que se transformam em ótimas opções de entretenimento durante a noite, a dica é andar pela orla da cidade, que oferece grande variedade de restaurantes e lanchonetes, além disso, o local tem a melhor paisagem do município de frente para o rio Tocantins e a famosa praia do Tucunaré.

A praia só aparece no período seco, quando o rio desce mais de cinco metros, revelando a praia entre as duas margens do rio. A travessia pode ser feita no próprio porto da orla ao custo de R$ 3,00 por passageiro. A água é calma, clara e transparente em alguns pontos. O percurso dura apenas cinco minutos e logo é possível aportar na praia onde as boas vindas são dadas pela areia grossa e águas mornas do rio Tocantins.

José Carlos Varão e Silva, 35, é barqueiro, nascido em Marabá e desde os 11 anos já auxiliava a família na travessia do rio.  No verão ele chega a fazer oito travessias por dia, fora os passeios de lancha em outros locais.

“Esse verão foi bom para os barqueiros. Já tivemos períodos com mais veranistas, mas mesmo assim foi bom. Nós trabalhamos da melhor maneira para atender os turistas, não só com a travessia para a praia, mas com passeios em outros lugares. O Corpo de Bombeiros e Marinha sempre estão trabalhando conosco, dando as orientações corretas para a segurança dos passageiros e barqueiros”, explica José Carlos .

O Corpo de Bombeiros Militar do Pará esteve presente durante todo o verão cobrindo cinco praias em Marabá, incluindo a do Tucunaré. Como boa parte do rio é raso, muitas crianças brincam a vontade. No entanto é preciso ter cuidado para evitar acidentes.

“Estamos trabalhando bastante com a prevenção, principalmente com os pais, que deixam os seus filhos brincarem na água sozinhos, achando que estão seguros, mas na verdade não estão. Uma criança pequena pode se afogar até mesmo numa poça d’água, por isso é necessário a atenção constante dos responsáveis”, explica Sherdley Novais, Capitão do Corpo de Bombeiros Militar.

Sobre os barqueiros, o capitão destaca o intenso trabalho de conscientização e acompanhamento para a melhoria da segurança no transporte de passageiros. “Essa ações que nós realizamos com os barqueiros são corriqueiras. Todos os anos nós fazemos esse contato para repassar a importância da segurança e do limite da lotação, pois mesmo este sendo um rio calmo, temos as marolas causadas pelo intenso tráfego de barcos. Ainda temos a questão do uso do colete por cada um deles, mesmo que os passageiros não queiram, é importante que o barqueiro tenha o equipamento a bordo”, detalha o capitão.

Belezas atraem pessoas de diversas partes do Brasil

Na praia é possível encontrar turistas de todos os lugares. Andressa Fontenele, 28, funcionária de um banco local mora há três anos em Marabá. Ela nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, e resolveu trazer a mãe, Mirian Fontenele e a irmã Ingrid Bittencourt para conhecer a região.

“É um lugar bem diferente de onde morávamos. O tempero da comida, a cultura, as pessoas, o calor é muito grande e as paisagens são bem diferentes do Sul. O Pará é um estado muito acolhedor e essa é uma experiência interessante. Essa é a primeira vez que venho aqui e resolvi trazer a família para conhecer também. É uma praia linda e bem diferente do que já vimos no sul”, diz Andressa.

Quem quiser fazer um passeio diferente, além da tradicional travessia para a praia do Tucunaré, pode pedir ao barqueiro a rota para a região da Taboca. No local são servidos alguns pratos tradicionais, como a galinhada e o Tucunaré na brasa ou na caldeirada, prato típico em diversas regiões ribeirinhas do Pará.

O caminho pode ser feito por terra seguindo pela comunidade São Félix, próxima a ponte rodoferroviária, mas sem dúvida, o caminho mais bonito é feito pelo Rio Tocantins. Depois de 20 minutos de travessia por águas que variam entre o verde e o azul refletido do céu, os viajantes chegam à casa da dona Maria Araújo, apelidada carinhosamente de “Dona Socorro” pelos barqueiros.

No local, que fica à beira do rio, ela construiu uma casa onde mora com os filhos e marido. No vasto quintal ela montou uma cozinha rústica, típica de interior, com dezenas de panelas penduradas, uma longa mesa de madeira e um fogão a lenha sempre aceso.

“Nosso melhor período é na época de cheia, pois os barcos vêm mais aqui, quando a água fica na altura do terreno. Fomos ficando conhecidos pelos próprios clientes que foram convidando e divulgando para outras pessoas. Nossa cozinha é tradicional, comida de interior mesmo. Tudo é plantado e criado aqui, exceto o peixe. O freguês pode escolher qual galinha ou peru quer comer e nós abatemos na hora. O peixe é trazido no dia também, além disso temos vários acompanhamentos como arroz, feijão, farofa, vinagrete, macaxeira e o que mais tivermos”, explica dona Socorro.

Os pratos são enormes e alimentam em média sete pessoas, mas os pedidos devem ser feitos com pelo menos um dia de antecedência por telefone. Afinal, cozinha “slow food”, tradicional e de interior, não pode ser feita com pressa. Tem panela antiga, brasa de carvão, gosto de comida caseira e fartura de avó.

Na volta para a cidade é possível passar por outros balneários, como a praias do Geladinho ou da Bela Vista que ficam no bairro de São Félix.

A longa extensão de águas rasas e transparentes se transformam em uma grande área de lazer para crianças e adultos. Ao fundo é possível ver os quase 2,5 quilômetros de extensão da ponte rodoferroviária de Marabá um dos mais bonitos cartões postais do município.

Serviço:
Distância de Belém:
6h de carro ou 1h de avião em linhas comerciais
Travessia de barco para a praia do Tucunaré: R$ 3,00
Travessia para a Taboca: R$ 150,00
Restaurante Taboca: refeições variam de R$ 110,00 a R$ 130,00 e servem até oito pessoas. As refeições devem ser pedidas com antecedência por telefone. Contato: (94) 99944 9871, (94) 99127 0958, (94) 99127 8020. O endereço é na comunidade Taboca e o trajeto pode ser feito por carro pelo bairro São Félix ou pelo rio no porto da orla de Marabá.
Onde ficar: Marabá possui grande variedade hotéis e pousadas de todos os preços em vários bairros. As maiores concentrações de estão próximas a orla e a rodoviária da cidade.

Reportagem: Diego Andrade

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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