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Marabá é único município da região a aumentar produção de riquezas

Escorado na indústria, especialmente a extrativa mineral, o município de Marabá enriqueceu quase R$ 580 milhões entre 2013 e 2014 e foi o único a ter seu PIB aumentado na região cuproferrífera de Carajás, que engloba também Parauapebas, Canaã dos Carajás e Curionópolis. Marabá é a 3ª praça financeira do Pará, atrás de Belém (PIB de R$ 28,7 bilhões) e Parauapebas (R$ 15,57 bilhões) e uma das economias que mais crescem no país em tempos de crise.

O motivo de tudo isso é a extração de cobre em concentrado do projeto Salobo, assinado pela Vale nas entranhas do município. Em 2010, a indústria local (sem Salobo e baseada na siderometalurgia) respondia por 24% do PIB, enquanto a agropecuária representava 3%.

Atualmente, a indústria totaliza 38% do PIB, ao passo que a agropecuária assinala 4%. E se a Vale colocar em prática uma eventual terceira expansão de Salobo, para retirar ainda mais cobre, a participação industrial na produção de riquezas marabaenses poderá chegar a 50%.

Município mais velho e financeiramente mais autônomo que seu filho Parauapebas, Marabá não padece do mal da dependência econômica crônica da mineração. E se não tem a mesma riqueza que ele, ao menos tem apresentado crescimento econômico nos últimos anos — embora teoricamente, já que, na prática, os indicadores sociais em algumas áreas apresentam involução.

Entre 2010 e 2014, o PIB de Marabá quase dobrou, passando de R$ 3,46 bilhões para R$ 6,32 bilhões (crescimento de 82,6% no período). No atual cenário de crise generalizada Brasil adentro, quase nenhum município paraense conseguiu a proeza de se imacular de forma tal, sem queda, no período.

Cada vez mais importante em produção de riquezas, Marabá ocupa atualmente o 144º lugar no Brasil, batendo centros industriais e capitais regionais tradicionalmente importantes, reconhecidos e respeitados no país, como os paranaenses Paranaguá (PIB de R$ 6,3 bilhões) e Guarapuava (R$ 4,54 bi); os pernambucanos Caruaru (R$ 6,24 bi), Olinda (R$ 5,33 bi) e Petrolina (R$ 5,23 bi); o potiguar Mossoró (R$ 6,22 bi); o mato-grossense Várzea Grande (R$ 5,91 bi); os mineiros Ouro Preto (R$ 5,83 bi), Itabira (R$ 5,66 bi) e Governador Valadares (R$ 5,07 bi); o maranhense Imperatriz (R$ 5,81 bi); o irmão paraense Ananindeua (R$ 5,78 bi); o goiano Catalão (R$ 5,71 bi); os paulistas Praia Grande (R$ 5,51 bi) e São Vicente (R$ 4,94 bi); os fluminenses Barra Mansa (R$ 5,4 bi) e Teresópolis (R$ 4,87 bi); e os baianos Lauro de Freitas (R$ 5,92 bi) e Vitória da Conquista (R$ 5,39 bi).

CANAÃ E CURIÓ

Canaã dos Carajás é o 9º município mais rico do Pará, com PIB de R$ 2,81 bilhões, 73,5% dele saídos da indústria mineral, que tem no projeto Sossego, da Vale, seu carro-chefe. Canaã era o 6º mais rico em 2013 e, em apenas um ano, viu sua produção de riquezas encolher algo em torno de R$ 620 milhões, uma queda proporcional semelhante à de Parauapebas.

Por outro lado, com o empobrecimento de Parauapebas, Canaã assumiu a diante de maior PIB per capita: R$ 86.821 — é como se cada habitante do município tivesse produzido isso em um ano. O próprio PIB per capita (não é o mesmo que renda per capita, ressalte-se) de Canaã caiu (era R$ 112.146), mas em meio às desgraças regionais sua queda foi menor que a de Parauapebas, cuja produção por pessoa despencou de R$ 114.387 para R$ 84.910 em apenas um ano.

Já em Curionópolis, o PIB caiu um pouquinho só, algo em torno de R$ 1 milhão: de R$ 207,67 milhões em 2013 para R$ 206,7 milhões em 2014. A economia de Curionópolis em 2014 ainda não sentiu os efeitos do projeto Serra Leste, de autoria da Vale para explorar minério de ferro.

Na divulgação de PIB do ano que vem, referente a 2015, é esperado um aumento significativo do PIB de Curionópolis já captando os efeitos de Serra Leste, mas é na divulgação a ser feita em 2018, que computará o PIB deste ano, que Curionópolis vai ser o grande destaque do Pará, tendo em vista que a produção de 5 milhões de toneladas de minério de ferro de Serra Leste este ano vai turbinar o motor da produção de riquezas.

A população de todos esses municípios envolvidos esperam, ansiosamente, os efeitos práticos de tantos milhões e bilhões de riqueza, notadamente nas áreas de saúde, educação e saneamento básico. Todos os habitantes têm absoluta certeza de que os prefeitos, eleitos ou reeleitos, de agora em diante vão trabalhar arduamente, com entusiasmo e motivação, para fazer jus às estatísticas. É esperar para ver.

Reportagem: André Santos / Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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