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Motoristas do transporte escolar se preparam para atender 13 mil alunos em Parauapebas

Contagem regressiva para a frota de ônibus escolares entrar em ação nas ruas de Parauapebas. Até o início de março, a previsão é de que todos os ônibus da Secretaria Municipal de Educação (Semed) estejam circulando na área urbana para atender aos estudantes. Atualmente, os carros passam por manutenção.

De acordo com a Semed, cerca de 13 mil alunos, das redes municipal e estadual, vão ser atendidos ao longo deste ano na cidade e no campo.

Na manhã desta terça-feira (14), a Reportagem do Pebinha de Açúcar embarcou num ônibus e acompanhou motoristas que farão o transporte dos alunos e suas monitoras. Eles fizeram uma espécie de estágio nas vias de Parauapebas para conhecer a rota, acompanhados pelo coordenador do Setor de Transporte da Semed, Wanderson Silva. São, pelo menos, 100 quilômetros em diversas rotas dentro da via urbana, algumas das quais chegam a 20 quilômetros. Tem aluno que mora a quatro quilômetros em linha reta da escola, mas o percurso que um veículo faz — pegando estudante aqui e ali — aumenta o trajeto.

Durante um ano, um motorista chega a rodar até 8 mil quilômetros, considerando-se a média de 40 quilômetros diários durante 200 dias letivos. É o equivalente a ir de Parauapebas a Nova Iorque, de ônibus, atravessando o canal do Panamá. O motorista Damião Nunes é um dos que vão fazer esse trajeto “interamericano” aqui mesmo, dentro da cidade.

Acostumado com o trânsito caótico de São Paulo, transportando mercadorias para grandes redes supermercadistas, Damião diz que sua responsabilidade é grande porque vai transportar vidas. “A missão de levar crianças e adolescentes de casa à escola é nobre. É parte de uma base que, futuramente, sustentará a sociedade. Nós, motoristas, estamos transportando futuros médicos, engenheiros, arquitetos, professores, sonhadores”, observa o motorista em entrevista ao Portal Pebinha de Açúcar.

No Bairro Liberdade, o estudante Vitor Ferreira Silva, da 8ª série, é um desses sonhadores. Ele, que projeta ser agrônomo, depende do transporte escolar. Vitor diz que sua família não tem condições de pagar transporte coletivo para estudar no Bairro da Paz. “O ônibus da prefeitura é o meio que encontro para chegar até a escola. Eu estudo longe, lá na [EMEF] Carlos Henrique, que é uma escola muito boa”, revela.

Histórias como a de Vitor são muitas. Na cidade, a estimativa é de que 6 mil estudantes se valham dos ônibus disponibilizados pela Prefeitura de Parauapebas.

Parte da equipe do Setor de Transportes embarcou para conhecer as rotas de ônibus escolar da cidade

SOLUÇÃO

O transporte escolar, que é solução para a vida de estudantes como Vitor Ferreira, entrou este ano como um grande problema para o governo do prefeito Darci Lermen. A frota estava em frangalhos, mas o prefeito e o secretário municipal de Educação, Raimundo Neto, correram contra o tempo.

Os primeiros veículos foram liberados para atendimento da zona rural ainda em janeiro. São carros que não estavam com problemas mecânicos e que poderiam atender com plenitude estudantes campesinos, público para com o qual a Semed tem responsabilidade e obrigação de atender.

Como a atual gestão encontrou muitos veículos danificados, sem manutenção e em estado de conservação precário, o atendimento com transporte para a área urbana demorou porque a Secretaria Municipal de Educação decidiu priorizar a qualidade e não transportar os estudantes às pressas, de maneira impensada e de modo a pôr em risco a vida de milhares de estudantes. Ainda assim, o coordenador de Transporte, Wanderson Silva, garante que até março a frota deve rodar a plenos pulmões.

“Tivemos alguns contratempos, com manutenção e peças para alguns veículos, mas pedimos compreensão à sociedade para que possamos resolver o problema. Encontramos parte da frota praticamente virando sucata, e precisamos de tempo e dinheiro para resolver o problema”, explica.

Por sua vez, o secretário Raimundo Neto disse ao Portal Pebinha de Açúcar que o transporte escolar de estudantes da zona urbana não é de obrigação da prefeitura, mas o executivo é solidário e se responsabiliza pelo serviço por entender a realidade socioeconômica de muitos estudantes e, principalmente, por enxergar a educação como a forma mais nobre de construir uma sociedade justa e igualitária. “Não veremos nenhum de nossos alunos fora da escola”, garante Neto.

Dos 102 veículos adquiridos pela gestão anterior em dezembro de 2013, um total de 42 estava sem condições de rodar — o equivalente a 40% da frota adquirida. Outros sete ficaram completamente inutilizáveis. O restante estava com algum tipo de comprometimento, embora em menor gravidade. Por exemplo, faltavam 202 pneus. O custo estimado para restaurar a frota foi estimado em R$ 2,4 milhões.

Motoristas e monitoras pararam na Escola Nelson Mandela
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Ei, Psiu! Já viu essas?

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