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Parauapebas (PA) e Maringá (PR): Muito além de Henrique & Juliano

O município paranaense que fez “refém” a dupla Henrique & Juliano, a qual se apresentaria ontem (9) no show de níver de Parauapebas, também completa aniversário hoje. É Maringá, terceiro mais populoso município do Paraná e que faz neste 10 de maio 69 anos de emancipação.

Enquanto muita gente anseia curtir por algumas horas o show de aniversário na noite desta terça (10), algumas reflexões mais profundas precisam ser feitas sobre o anfitrião paraense, que receberá a dupla sertaneja.

Maringá, onde os cantores aguardavam voo para Parauapebas, é um dos municípios brasileiros com mais elevada qualidade de vida. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) daquele lugar paranaense é 0,808 – numa escala que vai de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1 melhor o nível. O de Parauapebas, anfitrião, é 0,715.

No confronto direto entre o padrão de vida dos dois aniversariantes, apesar de Parauapebas levar vantagem em produção de riquezas, perde feio em qualidade de vida. Aliás, a produção de riquezas de Parauapebas é fator meramente teórico, já que 76% dessa produção ficam concentrados nas mãos da mineradora Vale, e muito pouco ou quase nada diz respeito direta e concretamente à vida do cidadão comum, que – na proporção de 1 em cada 5 trabalhadores formais – é somente mais um marionete na inserção do modelo de produção implantado pela Vale desde os anos de 1980.

Em termos de qualidade de vida, um morador qualquer, em Maringá, tem o mesmo padrão de vida de um europeu que more na Croácia. É claro que mesmo lá, em Maringá, há diferenças brutais de qualidade de vida: basta pegar o bairro mais rico e o mais pobre para comparar.

Mas, por aqui, as diferenças saltam mais aos olhos. Um morador qualquer, em Parauapebas, tem o mesmo padrão de vida do sul-americano Suriname, país cuja fronteira faz divisa com o Pará. Na comparação entre quem mora no Bairro Nova Carajás e no Bairro Nova Vida, por exemplo, o termômetro do IDH cai bruscamente de 0,850 para 0,450. Quem mora nos bairros dos Minérios, Caetanópolis, Guanabara, Betânia, Tropical, Ipiranga, Casas Populares 2 e Jardim Canadá, entre outros, tem IDH menor que a média de Parauapebas. Infelizmente, esta é a realidade dos números estratificados e aos quais é muito mais cômodo fazer vista grossa.

Comparando-se o desenvolvimento dos dois municípios, é como se Parauapebas estivesse estacionado antes do ano 2000 e Maringá se encontrasse dez anos à frente. Em 2000, o IDHM de Maringá já era de 0,740, portanto, superior ao de Parauapebas uma década mais tarde.

E o que Maringá tem, em termos financeiros, que Parauapebas não tem?
Nada. Absolutamente nada.

A Prefeitura de Parauapebas é uma das mais ricas do país, não é segredo para ninguém. A sua receita média, no apurado dos últimos dois anos, é de R$ 1,04 bilhão (49ª), enquanto a Prefeitura de Maringá teve receita média de R$ 975 milhões (55ª). Além disso, do ponto de vista da gestão de problemas sociais, Parauapebas (200 mil habitantes) é menos populoso que Maringá (405 mil habitantes) em 2016. Basta olhar imagens de ambas as sedes municipais para perceber que Maringá tem estrutura física e arquitetônica de minimetrópole.

Então, qual o segredo de Maringá estar, socialmente, dez anos mais evoluída que Parauapebas, se é maior, tem mais problemas para administrar e menos recursos para fazer frente às demandas?

Um doce para quem adivinhar a resposta que, há décadas, todo mundo faz que não sabe por aqui.

Por: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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