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Sem Centro de Controle de Zoonoses, animais fazem a “festa” pelas ruas de Parauapebas

A cidade mais rica do Pará infelizmente ainda conta com vários problemas que aparentemente são fáceis de serem resolvidos, porém, ainda deixam os munícipes decepcionados pelo avanço lento nas políticas públicas ofertadas à população.

É cada vez mais comum em Parauapebas se deparar com vários cachorros, cavalos, porcos e outros tipos de animais transitando pelas vias públicas. Isso, além de gerar transtornos, coloca a vida de várias pessoas em risco, afinal, os animais ficam soltos e podem facilmente se envolver em acidentes automobilísticos, entre outros fatores.

No final de 2013, 4 cavalos foram encontrados mortos em buracos que foram cavados em um terreno no bairro Cidade Jardim. Já na tarde deste domingo (5 de janeiro de 2014), nossa equipe de reportagem presenciou vários cavalos transitando pela Avenida “D”, também no Cidade Jardim. Os animais estavam espalhando lixos na via e atrapalhando o trânsito de veículos e pessoas.
Os animais ficaram por lá várias horas e só saíram do local na parte da noite.

Prefeitura se justifica
De acordo com o tecnólogo em Saúde Pública, Antonio Carlos Cardim, responsável pelo processo de construção, implantação e funcionamento, em conjunto com o Departamento de Vigilância em Saúde, o projeto de construção do Centro de Controle de Zoonoses de Parauapebas já se encontra em fase de conclusão. Segundo ele, o terreno localizado entre a VS 10 e o Rio Parauapebas para construção da obra já foi adquirido pela prefeitura e agora será avaliado pelos órgãos ambientais, para então ser encaminhado à Câmara Municipal e em seguida aberto o certame licitatório para a edificação das obras.

Estrutura
Antonio Carlos Cardim explica que o CCZ vai contar com aproximadamente 1.050 m² de área construída e de 20 mil m² de área no total, com previsão para futuras ampliações, visando atender a uma população de mais de 1 milhão de habitantes.

Para atender a todas as funções do Centro, serão construídos quatro blocos de trabalho dispostos em prédios independentes: bloco administrativo, bloco de controle de animal, bloco de operação de campo e bloco de serviços gerais.

Além de recolher animais soltos nas ruas, o CCZ também funcionará como um centro de triagem, tratamento, esterilização e abrigo para animais abandonados.

O Centro de Controle de Zoonoses é um órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo controle dos agravos e doenças transmitidas por animais aos seres humanos (zoonoses), como raiva, leptospirose, leishmaniose, entre outros males. Controla também a população de animais domésticos (cães, gatos e de grande porte) e sinantrópicos (morcegos, ratos, mosquitos, abelhas, entre outros).

Além da conclusão da estrutura, é necessária a aprovação de um projeto de lei que regulamente o seu funcionamento, bem como responsabilize os proprietários a respeito da guarda dos animais em condições adequadas de alojamento, alimentação, saúde, higiene, bem estar e destinação adequada dos dejetos expelidos pelos animais.

Em Parauapebas os condutores de veículos são obrigados a conviver com animais pelas vias públicas
Em Parauapebas os condutores de veículos são obrigados a conviver com animais pelas vias públicas

Como atua o Centro de Zoonoses
Agindo de maneira a extinguir do País algumas das principais e mais perigosas zoonoses – como raiva e leishmaniose – estes centros de controle também são responsáveis pela vacinação de animais e a educação populacional; direcionada para que a população em geral tenha informações suficientes para saber como se prevenir e evitar a propagação de doenças em animais e pessoas.

Confira, a seguir, algumas das principais responsabilidades do Centro de Controle de Zoonoses:

Inspeções zoosanitárias: programadas com base nas solicitações da população e de diferentes órgãos públicos, as vistorias zoosanitárias tem o objetivo de averiguar os problemas trazidos pela população animal presente em determinado município. Visando impedir que o contato entre animais e humanos possa gerar riscos e doenças, tais inspeções também verificam denúncias de maus-tratos a animais, alojamento impróprio de pets e falta de higiene, entre outros. Solicitações referentes ao incômodo de vizinhanças pelo barulho excessivo de animais e em relação à infestação de animais sinantrópicos também são atendidas pelos Centros de Controle de Zoonoses, que tem o poder de intimar, notificar e até multar responsáveis de acordo com o caso.

Controle de animais sinantrópicos e peçonhentos: tida como uma das responsabilidades mais importantes dos centros, o controle de animais sinantrópicos e peçonhentos age para impedir a propagação das muitas zoonoses que podem ser transmitidas por este grupo de animais – onde se encaixam ratos, baratas, pombos, moscas, mosquitos, cobras, morcegos, pulgas, aranhas e escorpiões, entre outros.

Vacinação antirrábica: direcionadas para cães e gatos, a vacinação impede que a raiva seja contraída pelos animais, ajudando a controlar esta perigosa doença que, felizmente, já é quase erradicada no País.
Castração: também voltado para a população de cães e gatos dos municípios específicos, o projeto de castração impede a geração de uma superpopulação de animais – evitando problemas que ocorrem em função do grande número de animais, como o abandono deles e a propagação de doenças das mais variadas.

Animais flagrados "namorando" em plena via pública no bairro Cidade Jardim
Animais flagrados “namorando” em plena via pública no bairro Cidade Jardim

Recolhimento de animais: é aqui onde a atuação das famosas “carrocinhas” ocorrem, recolhendo animais abandonados das ruas, evitando acidentes (provocados, na maior parte das vezes, por animais que permanecem em pistas de estradas) e a propagação de doenças. Determinados municípios recolhem tipos e portes específicos de animais; no entanto, neste grupo pode haver desde cachorros até cavalos e bois.

Controle de dengue: neste tipo de projeto, são identificados os locais com uma propensão maior para o surgimento do mosquito transmissor (que são visitados quinzenalmente para avaliação) e são feitas visitas a casas de moradores, com o objetivo de averiguar a presença de condições para o desenvolvimento do problema e eliminar possíveis criadouros. Além disso, esse tipo de ação também atua na propagação de informações sobre o controle do mosquito Aedes aegypti, fornecendo dados sobre que tipo de conduta seguir para evitar a proliferação da dengue.

Verificação de reclamações: o Centro de Controle de Zoonoses é responsável por verificar todo tipo de reclamação que tenha relação direta com animais, buscando alternativas para solucionar problemas no município.
Acompanhamento de acidentes por maus-tratos: é dever do centro acompanhar o desenrolar de todo tipo de acidente ou denúncia de maus-tratos aos animais.

Monitoramento de Zoonoses: o monitoramento das doenças consideradas zoonoses é feito constantemente para que o controle de tais problemas seja possível e executado com eficiência.

Educação: a atuação dos centros de zoonose busca informar a população sobre as principais doenças, métodos de prevenção e tratamento – além de, em muitos casos, contar com cursos e treinamentos especiais para quem deseja saber mais, ou mesmo, atuar nesse segmento preventivo da saúde.

Reportagem e fotos: Bariloche Silva – Da redação do Portal Pebinha de Açúcar

 

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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