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Taxas de juros ao consumidor podem levar ao superendividamento, diz SPC Brasil

As taxas mais altas do mercado, de acordo com os dados do Banco Central do Brasil, são as do cartão de crédito rotativo e do cheque especial. Porém, os empréstimos pessoais também possuem um alto custo para o consumidor.

Assim, a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito, Marcela Kawauti, afirma que fazer um planejamento é uma das melhores saídas para evitar o endividamento. “Contrair dívidas não é aconselhável, já que parte da renda fica comprometida por um longo tempo. Porém, muitas vezes é a única saída para a aquisição de um bem importante, para o pagamento de contas essenciais ou para um momento de urgência. Neste caso, conhecer as diferentes taxas de juros ajuda a minimizar o comprometimento da renda.”

Cartão de crédito rotativo: 414% ao ano

Atualmente, os juros praticados no rotativo do cartão, cobrado quando a fatura é atrasada ou quando pagamos o mínimo, estão em 414,3% ao ano, de acordo com as médias de taxas de juros divulgadas pelo Banco Central. Para 74% dos brasileiros com contas em atraso, é essa modalidade de crédito a culpada por gerar a inadimplência, de acordo com uma pesquisa do SPC Brasil.

“Isso quer dizer que o consumidor que estiver com uma dívida de mil reais pendente agora, em um ano esse valor será de quase cinco mil reais; em dois anos, a dívida subirá para R$ 24 mil, e em três anos será 100 vezes maior do que a dívida inicial: aproximadamente R$ 120 mil”, analisa Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Cheque especial

Tão preocupante quanto o cartão de crédito são as taxas praticadas no uso do cheque especial: 263,7% ao ano. Na pesquisa do SPC Brasil, o cheque especial também é destaque: entre os consumidores inadimplentes que possuem esta dívida, 67% atribuem a ele o fato de terem ficado com o nome sujo.

Para Kawauti, muitas vezes ter o valor à disposição faz o consumidor acreditar que aquele dinheiro é dele. “O cheque especial deve ser usado somente em casos de emergência e com planejamento, mas se não houver cuidado, é comum não conseguir sair da bola de neve que uma dívida inicial vai gerando”, afirma a economista. No mesmo exemplo, uma dívida de mil reais hoje subirá para mais de três mil em um ano, e para cerca de 12 mil em dois anos.

Empréstimo pessoal pode ser uma boa opção

Outra opção de crédito muito utilizada e que merece atenção é o empréstimo pessoal. A taxa é menor que a do cartão de crédito e do cheque especial, de 118,3% ao ano, mas ainda assim é alta.

“No momento de crise econômica que o Brasil está passando, a renda real do brasileiro está caindo, principalmente por conta da alta da inflação e da piora do emprego”, afirma Kawauti. “Não é o momento de contrair um empréstimo bancário sem saber se, de fato, conseguirá pagar.” A pesquisa do SPC Brasil mostra que sete em cada dez (76%) consumidores inadimplentes que tomaram empréstimos em bancos e financeiras disseram estar com o nome sujo por causa de atrasos no pagamento dessas dívidas.

Ainda assim, a economista diz que o empréstimo pode sim ser uma boa saída para fazer uma transferência de dívidas: “Caso o consumidor esteja com um alto valor pendente no rotativo do cartão ou do cheque especial e não tenha como pagar, vale orçar um empréstimo com o banco para cobrir essa dívida e pagar juros bem menores, com parcelas que cabem no bolso. Nessa hora, o planejamento é essencial”.

Há também a possibilidade do empréstimo consignado. Nesse caso, a taxa diminui para 27,6% ao ano. “Essa grande diferença de taxa entre os vários tipos de empréstimo acontece devido à segurança que o banco tem na hora do consumidor pagar a dívida. Como no consignado uma parte sai direto do salário, o retorno é mais seguro para o banco do que uma parcela de um empréstimo pessoal não consignado que o devedor pode deixar de pagar” explica.

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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