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Violência regride 33% em Marabá entre 2012 e 2014 e município deixa ‘pódio’ macabro

Que os municípios paraenses são, do ponto de vista da segurança pública, considerados violentos, isso não é novidade. Por aqui, quase tudo se revolve à base de tiro, porrada e bomba, sem se esquecer, é claro, da peixeira. A questão, agora, é entender por que se chegou a tal ponto, descontrolável. Essa é, entre outras, uma das indagações do quentíssimo “Mapa da Violência 2016: Homicídios por Armas de Fogo no Brasil”, que acaba de sair do forno, elaborado pelo grupo de pesquisa coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz.

Às vésperas das eleições municipais, o Mapa da Violência 2016, divulgado nesta quinta-feira (25), está em versão preliminar e não esconde – ou melhor, apenas reforça – o que todos estão carecas de saber: Marabá e Parauapebas estão entre os mais violentos do Brasil.

Muito mais importante que essa constatação, contudo, é o fato de o mapa poder servir de base para um princípio de reflexão sobre o qual os candidatos às prefeituras devam formular propostas coerentes, objetivas e concretas de enfrentamento à criminalidade e de ocupação de jovens, estes os quais recrutados em grande número (pela falta de perspectivas) para matar ou morrer.

Dos 150 municípios brasileiros com mais elevada taxa de assassinatos pelo uso de arma de fogo, os dois principais e mais populosos do sudeste paraense estão no meio, espremidos entre rios de sangue. O detalhe é que em um a violência avança e em outro a violência regride.

Os dados do Mapa da Violência 2016 têm carência de dois anos; portanto, retratam a realidade do Brasil, seus estados, capitais e municípios verificada em 2014.

Marabá já foi o 21º mais violento do Brasil em 2012, quando ao menos 186 pessoas foram exterminadas a tiros; já foi o 9º em 2010, ano em que 200 pessoas foram apagadas; já foi o 4º em 2008, quando 250 foram assassinadas; e já chegou ao cúmulo de ser o 2º mais assassino do país para os jovens, em 2009, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes. Títulos de um “herói” nacional às avessas.

A sensação era de que Marabá não tinha mais jeito. A eterna “Terra da Castanha” parecia estar caminhando para o fundo do poço de sangue. Tudo, no município, sempre era resolvido a socos e pontapés e finalizava no cano do revólver, tanto que Marabá extrapolou, entre 2006 e 2012, todos os limites possíveis e prováveis da violência, posicionando-se na inglória liderança de matanças por arma de fogo, em homicídios totais e, para variar, em acidentes de trânsito fatais.

Mas, em 2013, o município começou a dar a volta por cima. No Mapa da Violência 2016 divulgado hoje, Marabá deixou de ser o espelho de coisa ruim e está na 64ª colocação entre os municípios nacionais, no quesito violência. Se fossem considerados apenas aqueles com mais de 100 mil habitantes, Marabá estaria ainda mais atrás.

Em números totais, a regressão da violência homicida, por arma de fogo, no mais importante município do sudeste paraense, passou de 135 casos em 2013 para 124 um ano mais tarde. Entre 2012 e 2014, a queda no número de mortes a tiro em Marabá foi de 33%, um dos melhores desempenhos do país naquele que, num passado não muito distante, chegou a ser considerado vergonha nacional.

Há muito o que fazer, é verdade. Mas Marabá, ao menos em termos de segurança, está no rumo certo e é exemplo para o Pará, que tem Ananindeua que não se desapega do “top 10” dos mais violentos do país (o município é o 7º mais mortal, de acordo com o Mapa da Violência 2016) e tem uma das capitais mais criminosas (Belém é a 9ª mais sangrenta, entre as 27).

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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