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Desmatamento cai na Amazônia, mas dispara em Marabá e Parauapebas

 

O desleixo dos governos federal e municipais para com o meio ambiente na região sudeste paraense tem feito com que, em Parauapebas, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Igarapé Gelado perca anualmente consideráveis extensões de floresta. Isso significa redução do potencial ecológico do município e, por tabela, aumento da situação de ameaça a espécies da fauna e flora regional.

Em meio à comemoração dos números totais de redução, a APA do Igarapé Gelado perdeu desde 1997, segundo o Inpe, 24,1 quilômetros quadrados para motosserras e “projetos” cujos benefícios não são vistos na prática. Essa extensão territorial é equivalente à área urbana de Parauapebas e suficiente para abrigar ao menos uma onça-pintada, animal símbolo de um suposto equilíbrio ecológico e que precisa de, no mínimo, 20 quilômetros quadrados para viver e se reproduzir razoavelmente. Dos 205,9 quilômetros quadrados de floresta da APA, 43,9% foram parar “na chon”.

Em Marabá, a situação da Floresta Nacional (Flona) do Itacaiúnas é ainda mais dramática. Com 817,9 quilômetros quadrados de extensão, de acordo com o Inpe, essa UC já perdeu, desde 1997, um total de 344,2 quilômetros quadrados de floresta, área equivalente a oito cidades do tamanho de Marabá e suficiente para dar abrigo a, pelo menos, 14 onças-pintadas. Entre 1997 e 2012, o desmatamento na Flona do Itacaiúnas saltou de 9% para 42,1% – um incremento de 367% em 15 anos.

A situação é grave e preocupante haja vista implicar perda de biodiversidade e, não raro, de espécies que a ciência sequer descobriu, considerando-se o fato de que, diariamente, em algum lugar da Amazônia, uma espécie nova é identificada. Embora essas duas UC sejam geridas pelo governo federal, a responsabilidade é de todos – União, prefeituras, órgãos de proteção ambiental, empresas mineradoras e comunidade – e precisa ser consorciada.

As autoridades competentes, sobretudo, precisam atentar para a questão e firmar um sério compromisso socioambiental a fim de contornar a problemática desencadeada por sucessivas gestões incompetentes e que fizeram vista grossa a tão importantes municípios amazônicos, como são Parauapebas e Marabá. Para isso, todavia, é necessário dosar promessas fáceis, chorumelas, lamúrias e envidar esforços concretos para conservar o que ainda resta da pobre e devassada natureza em municípios tão ricos e de gestores sem compromisso.

Reportagem: André Santos

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Dentre elas, destruíram inclusive a estação de tratamento de água, o prédio da administração e outras edificações públicas, só deixando ilesos, e a muito custo, o hospital e a escola. De acordo com moradores da época, a vila ficou desolada.

Além da destruição deixada pela revolta dos garimpeiros, Parauapebas não estava recebendo o percentual de 10% dos impostos recolhidos pela Serra dos Carajás à Prefeitura de Marabá, que teriam que retornar a localidade, em obras ou em recursos, mês a mês. Tudo isso fez com que a população padecesse com carência de tudo.

Plebiscito
Depois de inúmeras e tensas reuniões e após constatação de que se dependesse desses recursos a recuperação dos prédios em Parauapebas jamais ocorreria, foi iniciada uma campanha para separar o lugarejo do município de Marabá.

Iniciado em 1985, o movimento separatista tomou corpo em 1986, quando foi firmado um acordo com o candidato a deputado estadual Carlos Cavalcante, selando uma troca de favores: Parauapebas votaria em massa no candidato e este, uma vez eleito, assumiria a causa da emancipação de Parauapebas.

E assim aconteceu. Toda a documentação necessária à instrução do processo foi providenciada e Chico Brito pessoalmente entregou-a em mãos do deputado, em sua residência, em Conceição do Araguaia, às vésperas de sua posse. O novo deputado deu entrada no Requerimento nº 008/87, na primeira hora de seu mandato, cumprindo o combinado.

Seguiu-se o processo até o momento em que a Câmara de Marabá teria que votar pelo seu prosseguimento ou pelo arquivamento. Marabá comunicou que, definitivamente, não aceitaria a emancipação, e votaria pelo arquivamento do processo, que tramitava na Assembleia Legislativa do Pará, enterrando temporariamente os sonhos de independência do futuro município.

Para evitar essa derrota, os integrantes do movimento separatista criaram uma estratégia durante as prévias das eleições de 88 em Marabá, montaram uma chapa com um candidato a prefeito residente em Parauapebas e um vice de Curionópolis. Na época, Marabá apresentaria 6 candidatos à prefeitura e o colégio eleitoral da cidade, fora Parauapebas e Curionópolis, era de 47 mil eleitores, praticamente a mesma quantidade que as duas localidades alegavam ter.

Na pressão, a Câmara de Marabá convocou imediatamente uma sessão extraordinária e aprovou o prosseguimento do processo de emancipação por unanimidade. Mais tarde, foi observado que por ser uma área de intensa migração, dos quase 47 mil eleitores de Parauapebas e Curionópolis, que constavam nos arquivos do Cartório Eleitoral, nem a metade residia mais na região.

Superados todos os percalços, a Assembleia Legislativa marcou o dia 24 de abril daquele ano, 1988, para a votação do plebiscito, quando a população diria se desejava se separar ou não do município-mãe, com 99% de aprovação.

Eleições municipais
Em 10 de maio de 1988, o então governador Hélio da Mota Gueiros, sancionou a lei estadual nº 5.443/88, que criou o município de Parauapebas. Em outubro do mesmo ano, Faisal Salmen foi eleito o primeiro prefeito do município (gestão 1989/1992), depois Francisco Alves de Souza, “Chico das Cortinas” (1993/1996), em seguida, Bel Mesquita por dois mandatos (1997/2004), Darci Lermen, também por dois mandatos (2005/2012) e, por último, o atual prefeito Valmir Mariano, para um mandato que inicia neste ano e vai até 2016.

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De acordo com José Francisco de Brito, conhecido por “Chico Brito”, primeiro administrador da então vila de Parauapebas, hoje secretário municipal de Cultura, em 1970 o governo federal criou a empresa Amza (Amazônia Mineração S/A) para assumir a concessão de pesquisa e lavra na Serra, transferindo para essa estatal as concessões que antes pertenciam à US Steel/Meridional.

No final da década de 70, o governo federal determinou à então Cia. Vale do Rio Doce (hoje Vale S/A), uma empresa também estatal fundada em Itabira (MG) em 1946, que adquiriu os 49% da Amza e, em 1977, os restantes 51% que pertenciam ao BNDES. Em 1978, a Vale do Rio Doce assumiu o controle das ações, saneou a empresa e planejou a exploração das minas, a partir da Serra Norte.

A implantação da mina e da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e o financiamento por bancos estrangeiros, com contratos de longo prazo, levaram a empresa e o governo federal a criar, em 1980, o Programa Grande Carajás (PGC), presidido por Nestor Jost, com o propósito de integrar todas as ações na região. As ações do projeto estavam sujeitas ao Senado Federal.

O PGC estabeleceu que a exploração da mina deveria contemplar o assentamento de agricultores na região do entorno das minas, para produzir alimentos que ali se consumiriam, e a construção de uma cidade dentro dos padrões civilizados, com água e esgotos tratados, energia elétrica, hospital, escolas etc., onde se acomodariam aqueles que forçosamente seriam atraídos pela mineração mas não seriam absorvidos diretamente por ela. Em 1982, a Vale adquiriu terras do fazendeiro Lair Guerra Toledo e iniciou o desmatamento para a construção do núcleo urbano de Parauapebas.

Estabeleceu-se ainda que no mínimo 70% da mão de obra empregada pelas empresas que operavam na região teriam de ser formados por paraenses e maranhenses, não só na Vale, mas também nas terceirizadas, que quando não cumpriam essa exigência, também não recebiam da Vale suas faturas. Ao mesmo tempo, o governo federal entregou a implantação do assentamento agrícola ao Grupo Executivo das Terras do Araguia Tocantins (Getat), coordenado pelo então coronel Antônio Lisboa.

No final de 1982, as obras do núcleo urbano de Parauapebas já estavam em andamento. A Vale incumbiu o administrador da coordenação de obras de Marabá, “Chico Brito”, para supervisionar o andamento das construções do projeto. No mês de março de 1983, após levado seu nome ao então presidente da República, general João Batista Figueiredo, “Chico Brito” foi nomeado, juntamente com o prefeito de Marabá (que era Área de Segurança Nacional), como administrador regional de Parauapebas, com a responsabilidade de dar início à implantação da cidade.

Ainda em 1983, o administrador da vila inaugurou o prédio da subprefeitura (onde atualmente funciona a Secretaria de Assistência Social-Semas), a delegacia de polícia e a cadeia (que funcionaram ao lado da atual Semas, até serem queimadas por garimpeiros), o hospital público, atual hospital municipal, e iniciou a distribuição de lotes para quem quisesse se estabelecer na localidade. Em seguida, Chico Brito inaugurou a escola General Euclydes Figueiredo, já com cursos de 1º e 2º graus.

Servidores Públicos em greve tentam reabertura de mesa de negociação e prefeito sai pela porta dos fundos

 

Cerca de 150 servidores públicos ligados ao Sindicato dos Servidores Públicos de Parauapebas (SINSEPPAR) na manhã desta segunda-feira fizeram uma manifestação pacífica nas dependências da Prefeitura Municipal, tendo em vista que as vias de acesso não foram interditadas, permitindo assim o direito constitucional de ir e vir do cidadão.

Os servidores esperaram pacientemente para serem recebidos pelo prefeito Valmir Mariano, e enquanto a Ouvidoria intermediava a reabertura da mesa de negociação sobre a greve dos servidores públicos, o prefeito teria saído sem avisar pelo estacionamento privativo do Gabinete, em demonstração de total desrespeito com a categoria.

Polícia foi acionada
A chefia de gabinete do prefeito Valmir Mariano teria acionado a Polícia Militar (PM) para reforçar a segurança no Centro Administrativo de Parauapebas, porém, ao chegar ao local e ver a forma legal e pacífica da manifestação, os policiais se dirigiram para o estacionamento da prefeitura respeitando o direito do servidor de se manifestar.

De acordo com a liderança dos servidores públicos em greve, a manifestação foi pacífica e nesta terça-feira (7), haverá novamente manifestação a partir das 07h30min na Prefeitura Municipal de Parauapebas e a noite acontecerá uma Assembléia geral às 18h30min no Centro Universitário de Parauapebas (CEUP).

• Com informações da Assessoria de Comunicação do SINSEPPAR

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