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População maranhense em Parauapebas cresce mais que a do próprio município


Uma onda jovem maranhense, atrás de oportunidades na Capital do Minério, tem se mudado a Parauapebas e prefere ouvir o “importado” sertanejo universitário, tomar suco de cupuaçu e sorvete de açaí. Juçara ficou em cada estação maranhense de onde o trem partiu.

O retrato maranhense na Capital do Minério, a saber, contraria todas as lógicas de migração e de tendências populacionais para o Pará refletidas por meio dos números IBGE para o período intercensitário 2000-2010. Isso porque enquanto os maranhenses de outros lugares do Pará fizeram caminho de retorno ao Maranhão como em diáspora, Parauapebas atraiu o maior volume deles.
Se no século passado o lombo do jumento e caminhões paus de arara os traziam em caravana, hoje, para chegar a Parauapebas, tem toda sorte de jeito: de trem, de ônibus, de van e até de avião. Os meios clássicos sucumbiram à Estrada de Ferro Carajás, que traz e leva 1.300 passageiros, em média, a cada viagem.

CENSO 2010
Em 2010, de acordo com o IBGE, a população da Região Norte em Parauapebas ultrapassou a quantidade de nordestinos. Ainda assim, o que vai além do destaque é a quantidade de pessoas de outros municípios do Pará e do Estado do Maranhão vivendo na Capital do Minério. Eram 72.873 nortistas ante 67.906 nordestinos; 67.862 paraenses frente a 54.359 maranhenses.
O Maranhão destaca-se em relação ao Pará, dentro de Parauapebas, por dois motivos: primeiro, a população maranhense em Parauapebas cresceu 123,77% numa década, portanto, mais que o próprio crescimento municipal (115,51%); segundo, o número de maranhenses em Parauapebas é superior ao total de parauapebenses legítimos, que são 43.349 habitantes. Em Parauapenas, no ano 2010, de cada três habitantes, um era maranhense.

Em município algum brasileiro em que haja habitantes maranhenses, nem mesmo no Estado do Maranhão, foi registrado tal crescimento demográfico desse grupo humano, como se verificou em Parauapebas. Aliás, enquanto os municípios mais populosos – fora do Maranhão – perderam maranhenses, cresceram pouco ou estagnaram, Parauapebas avançou várias casas no ranking e, como num jogo, obteve 100% de aproveitamento, como nenhum outro concorrente.

Em Belém, por exemplo, a população maranhense despencou de 38.821 habitantes em 2000 para 35.991 residentes em 2010. Em São Paulo (55.795 em 2000; 56.461, em 2010), Teresina (53.530 em 2000; 56.349 em 2010) e Rio de Janeiro (48.323 em 2000; 49.586 em 2010), as populações de maranhenses praticamente estacionaram.
Já em Brasília (98.730 em 2000; 119.995 em 2010), Marabá (33.535 em 2000; 45.171 em 2010) e Boa Vista (36.961 em 2000; e 40.855 em 2010) foram registrados algum crescimento. Todavia, em número absoluto de aumento da população maranhense, para superar Parauapebas só mesmo a capital do Maranhão, São Luís, uma gigante de 1 milhão de habitantes. Nem mesmo Imperatriz e Caxias, respectivamente o segundo e o terceiro municípios maranhenses mais populosos, conseguiram ultrapassar a força maranhense da Capital do Minério.

Se apenas sua população maranhense fosse um município em particular, seria o 30º mais populoso do Pará, atrás de Monte Alegre (55.462 habitantes) e à frente de Acará (53.569); e o 20º do Maranhão, entre Grajaú (57.457) e Barreirinhas (54.327). No Brasil, em 2010, excetuando-se 19 municípios do Maranhão, apenas Brasília, São Paulo e Teresina tinham população de maranhenses superior à de Parauapebas, segundo o IBGE.

O MARANHÃO É AQUI
Parauapebas é a maior ‘cidade maranhense’ fora do MA e do DF

Caxias, Santa Inês, Bacabal, Timon, Codó, Santa Luzia do Paruá, Poção de Pedras, Tuntum, Timbiras, Zé Doca, Pedreiras, Pindaré-Mirim, Paço do Lumiar, Maracaçumé, Itinga do Maranhão, Maranhãozinho, Grajaú, Cururupu, Coroatá, Carutapera, Cajapió, Buriticupu, Barreirinhas, Axixá, Arame, Altamira do Maranhão, Tutoia, Açailândia, Imperatriz, São Luís… Ufa! Não, você não está no Maranhão. Bem-vindo a Parauapebas!
Esses trinta municípios maranhenses citados são apenas parte de um todo composto por 217, dos quais é possível encontrar ao menos um habitante de cada um desses lugares em Parauapebas. Basta andar pelas ruas para ver e sentir a força da presença maranhense na Capital do Minério.

No dia do aniversário de 25 anos de Parauapebas, a população maranhense chegou a 61.508 habitantes. É como se tivessem dissolvido cinco “Curionópolis de maranhenses” nos quatro cantos de Parauapebas; ou uma cidade do tamanho de Redenção em maranhenses – e quem conhece Redenção, no sul do Estado, sabe que a cidade não é tão pequenininha assim.
A atração de maranhenses é tamanha que, nos últimos três anos, 7 mil deles se mudaram a Parauapebas. É como se um bairro do tamanho do União, cheio de maranhenses, tivesse se associado à Capital do Minério. Muito mais maranhenses que a população inteira da cidade de Água Azul do Norte.
Para se ter ideia disso, basta ver que o número de pessoas nascidas em Parauapebas cresceu em 5 mil pessoas entre 2010 e 2013, o que já não é pouca coisa. O número de parauapebenses legítimos saltou de 43.349 para 48.646.

Não obstante, dos 10.814 migrantes que chegam todo ano à Capital do Minério, cerca de 4.700 são maranhenses. Dos 3.394 bebês que nascem, aproximadamente 2.500 têm mãe ou pai maranhense. E das 415 pessoas que falecem por ano, em média, 70% tinham nascido no Maranhão.
Por esses e outros números, Parauapebas ultrapassou São Paulo e Teresina este ano e assumiu, em 2013, o posto de município maranhense mais populoso fora do Maranhão e do DF. Sua sede urbana, Parauapebas, é, assim, a “maior cidade maranhense” fora do Maranhão e do Distrito Federal. Nos últimos três anos, a população maranhense de Parauapebas já é maior que a de Itapecuru Mirim, Buriticupu, Coroatá e Grajaú e está a um passo de ultrapassar a de Santa Inês e Santa Luzia.

Em 2013, a Capital do Minério – onde 35,62% são oriundos do Estado vizinho – firma-se como o 17º município mais maranhense do Brasil, desbancando 200 do Maranhão. Nenhum município com 25 anos de emancipação deu aos maranhenses números tão extraordinários e uma acolhida tão especial. Nem mesmo no Maranhão.

Reportagem: André Santos

Adoração e louvor no show de David Quinlan em Parauapebas

Para Katia Gomes o show foi muito bom, “fui abenoçoada nesta noite, adorei à Deus durante a ministração e cantei e pulei muito” diz a jovem evangélica de 20 anos. Antes da apresentação de David Quinlan, as bandas locais Gabriel Alisson, Banda Grão de Mostarda e Tharliane e Banda passaram pelo palco do Jubileu.

Além dos shows, o público prestigiou a Mostra de Artes do Jubileu, no estande da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), que estará montada até domingo, (12) com exposição de várias peças produzidas por artesões locais. Contando, ainda, com a exposição fotográfica Sonho que se Vive Junto, que apresenta fotos inéditas da história de Parauapebas (acervo do Museu de Parauapebas).

O estande do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (Saaep) também está atraindo a atenção do público. No local os visitantes podem conferir a maquete que apresenta o sistema de abastecimento de água na cidade, o processo químico de tratamento que é feito antes
do líquido chegar às torneiras, um mapa atualizado da cidade e os novos uniforme que a equipe do Saaep passará a utilizar.

Outras secretarias do governo municipal também estão presentes no evento, aproveitando a oportunidade para reforçar à comunidade os serviços prestados, como é o caso da Secretaria Municipal da Mulher (Semmu) que entrega panfletos educativos e explica aos visitantes do estande como funciona a rede de atendimento à mulher.

População de Parauapebas “explodiu” 336% nestes 25 anos

Em 2000, o censo do IBGE registrou 71.568 habitantes no município, um fabuloso crescimento de 80,91% com relação à população registrada em 1991. Entre os 1.388 municípios de sua safra de emancipação, o ano de 1988, apenas Palmas, capital do Tocantins, experimentou crescimento demográfico superior no período entre 1991 e 2000.
No ano de 2010, quando foi realizado o último censo oficial, Parauapebas viu sua população disparar 115,51%, a 16ª maior taxa entre todos os então 5.565 municípios brasileiros. No Pará, só quem cresceu mais entre 2000 e 2010 foram os municípios de São Félix do Xingu, o sexto colocado nacional; Canaã dos Carajás, o oitavo; Ulianópolis, o 13º; e Anapu, o 15º.
Com 153.908 habitantes em 2010, dos quais 138.690 na área urbana, Parauapebas deixou de ser um lanterninha anônimo no mapa do Brasil. É que, em 2000, era apenas o de número 348 entre os 5.507 municípios daquele ano; em 2010, subiu à metade da posição: 173.

Em dez anos, a Capital do Minério recebeu 82.340 novos moradores. Nenhum município brasileiro com mais de 100 mil habitantes cresceu mais no período, em termos percentuais, entre 283 unidades geográficas existentes à época do censo. Nos últimos três anos, de 2010 a 2013, Parauapebas recebeu ou viu nascer 19 mil habitantes. É como se pouco mais de uma cidade de Eldorado do Carajás inteira tivesse se mudado a Parauapebas nesse curto período. A cidade de Eldorado, segundo o Censo 2010, tinha 16.578 habitantes.

MIGRAÇÃO
Na Capital do Minério, o crescimento demográfico é acelerado por dois fatores: o número de nascimentos (em média, 3.394 por ano) e o número de migrantes que chegam anualmente (10.814 pessoas, em média, e delas, 5.887 de fora do Pará). Entre estes últimos, a maioria é do sexo masculino e tem mais de 18 anos – portanto, mão de obra em potencial.
Descontados os totais de pessoas que falecem e que vão embora, Parauapebas fica com saldo vegetativo de 8.234 novos habitantes por ano, ou ao menos 676 por mês, ou pelo menos 22 por dia. Só Belém e Ananindeua recebem ou veem nascer mais pessoas no Estado. Em toda a Amazônia, que tem 775 municípios, Parauapebas só fica atrás de Manaus, Porto Velho, São Luís, Belém, Palmas, Ananindeua e Cuiabá em recepção de novos moradores. No país, a Capital do Minério é o 54º polo de atração de migrantes, especialmente nordestinos, que tomam o rumo da sede urbana atraídos pelos projetos de mineração.

EM 2013
No dia em que completou aniversário de 25 anos, a população de Parauapebas chegou a 172.689 habitantes, de maneira que o número de pessoas que vivem na área urbana é 155.610. A população urbana de Parauapebas, a propósito, compreende a sede municipal, o Núcleo Urbano de Carajás e as sedes distritais das Palmares 1 e 2.
São, ao todo, 87.398 homens e 85.291 mulheres (há quase 2.107 sobrando) espalhados por 55 bairros e 24 distritos, vilas, povoados e demais localidades, nos quais a cada quilômetro quadrado é possível encontrar, no mínimo, 25 pessoas.

Em 2013, Parauapebas atingiu o posto de 165º município mais populoso do Brasil, avançando 15 posições em relação a 2010 e mantendo-se entre Ferraz de Vasconcelos (SP), com 172.222 moradores, e Angra dos Reis (RJ), com 177.101 residentes. O Brasil tem atualmente 5.570 municípios emancipados.
No Pará, somente Belém, Ananindeua, Santarém, Marabá e Castanhal são mais populosos que a Capital do Minério. Mas as projeções populacionais indicam que em até cinco anos Parauapebas ultrapassará Castanhal e acompanhará Marabá em 2026.

PRIMEIRO CENSO
Maranhenses são pioneiros e grupo populacional majoritário

Narrar o perfil migratório de Parauapebas como ciência no capítulo da Geografia da População é, inevitável e automaticamente, falar da população maranhense, a qual, desde o século 19, circula pelo território municipal, quando deixava sua terra natal expulsa, sobretudo, pela pobreza e pela concentração fundiária.
Mas é no final dos anos de 1980 que os maranhenses passam a se movimentar com mais velocidade e ampliam consideravelmente sua participação na conformação da população municipal.
Em 1991, quando, de posse das terras de Água Azul do Norte e Canaã dos Carajás, possuía 53.335 habitantes, Parauapebas já abrigava elevado número de migrantes. À época, apenas 9.867 pessoas – todas, praticamente, crianças – tinham “parauapebense” no registro de nascimento. O resto era de fora: 7.040 paraenses de outras cidades, a maioria de Marabá, Belém e Xinguara; e 36.428 pessoas de outros estados, destacadamente Minas Gerais, Tocantins, Goiás, Piauí e Maranhão.

Os mineiros, que chegaram a ser mais de 5 mil em 1991, rumavam a Parauapebas para trabalhar na mineração, não raro trazidos pela mineradora Vale. Tocantinenses e goianos, que compuseram juntos um batalhão de 4 mil pessoas, viam em Parauapebas uma porteira aberta para a fronteira agrícola, que estava subindo Pará adentro a partir de Conceição do Araguaia, Redenção e Xinguara.
Por seu turno, os piauienses, em número de 5 mil, eram os recém-desiludidos do garimpo de Serra Pelada, em Curionópolis, que procuravam continuar no ramo da mineração, ainda mais por saberem das reservas abundantes de minérios em Parauapebas. E os maranhenses eram aqueles que, tal como os piauienses, abandonaram garimpos em Serra Pelada e Itaituba, mas não só: outros – a maioria – tomaram o primeiro trem na Estrada de Ferro Carajás (EFC) e se mandaram para a Capital do Minério, fugindo das condições de extrema pobreza e da falta de oportunidade em seu lugar de origem. Em 1991, em número de 17 mil, os maranhenses já representavam 32% da população do então Parauapebas “grande” (com Água Azul e Canaã).

DÉCADA DE 2000
No segundo censo realizado em Parauapebas, em 2000, residiam no município – agora sem Água Azul e Canaã – um total de 24.292 maranhenses. Eram, disparadamente, o segundo grupo humano mais numeroso, atrás do Pará, e sua quantidade superava em cerca de cinco mil os filhos legítimos de Parauapebas: em 2000, havia apenas 19.381 nascidos no município.
Naquele ano, Parauapebas firmou-se como o 61º do país com a maior população de maranhenses. À frente dele estavam 53 municípios do Estado do Maranhão; as capitais Brasília (98.730 maranhenses), São Paulo (55.795), Teresina (53.530), Rio de Janeiro (48.323), Belém (38.821) e Boa Vista (36.961); mais o município de Marabá (33.535).
Seguindo a tendência, a maioria da população era nordestina: 32.665 indivíduos – número que superava em cerca de 1.500 a quantidade de nortistas.

Em 2000, o número de mineiros caiu pela metade em relação a 1991, bem como decresceu o total de piauienses, todos os quais retornaram para casa, o que caracteriza um movimento denominado, segundo o IBGE, migração de retorno. Por outro lado, aumentaram as populações de goianos, tocantinenses, bem como a de baianos.

Reportagem: André Santos

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