Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Câmara fecha convênio para capacitação da Polícia Legislativa

Os policiais legislativos são os responsáveis pela segurança do prédio e dos parlamentares. A parceria com as corporações especializadas em segurança é uma maneira de proporcionar aos vereadores, servidores e para a comunidade maior proteção e conforto.

A Câmara possui, atualmente, dez funcionários efetivos no cargo de polícia legislativa. De acordo com o presidente da Casa, vereador Josineto, esses profissionais são essenciais para garantir a segurança da Casa e a parceria com a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros é um meio de prepará-los para ocorrências adversas. “A colaboração de profissionais da segurança pública além de qualificá-los também vai orientá-los de acordo com a realidade de nossa cidade”, explicou Josineto.

O curso, que possui em seu conteúdo programático disciplinas como abordagem policial, direito penal aplicado, defesa pessoal, administração de conflitos, estrutura e funcionamento da segurança pública brasileira, está previsto para ser realizado ainda este semestre.

Bairro União é beneficiado por requerimentos do vereador Bruno Soares

O vereador Bruno Soares (PP) abriu a sessão solicitando à Prefeitura fiscalização dos Agentes do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT) na Rua “D” e Rua “14”, entre as ruas “M” e “N”. Segundo ele, veículos ficam estacionados sobre o passeio nesses perímetros no período noturno, especialmente de quarta a sexta-feira colocando os pedestres em risco, visto que eles são obrigados a andar no meio da rua. Além disso, ocorre “a desobediência ao código de Postura do Município pelos taxistas que estacionam em fila dupla na parada de ônibus da Rua “14”, entre as Ruas “L” e “M”, e sobre a esquina da Rua “L” embaraçando o trânsito”, relatou o vereador.

Em seguida Bruno apresentou também o requerimento de número 44/2013 que pede providências em relação à antiga estação de tratamento de esgoto situada na Rua “19” com a Rua “G”, no Bairro União. “Moradores do entorno dessa antiga estação há tempos vem sofrendo com o mau cheiro oriundo desta estação em dias muitos quentes. Além disso, também é constante o transbordamento da mesma no período chuvoso”, enfatizou o vereador. Segundo Bruno Soares, os dois requerimentos são resultados de pedidos da comunidade que o procurou em seu gabinete.

Projeto (Re)Ciclo de Cinema estará em Parauapebas nessa quinta-feira (16)

 

Por meio do cinema em praça pública de forma gratuita, o projeto busca informar a população quanto aos problemas ambientais. Disponibilizando uma tela de 300 polegadas com som e vídeo digital, o (Re)Ciclo já atingiu cerca de 400 mil pessoas em suas noites de cinema.

Até o momento, o projeto já percorreu mais de 80 mil quilômetros, em parcerias com prefeituras. Foram cerca de 300 contratadas em todo o país, mostrando alternativas de gerar emprego e renda, através de cooperativas de catadores, melhorando ainda mais a qualidade de vida de todos os munícipes.

A iniciativa foi viabilizada com a aprovação da Lei do Mecenato, ou seja, incentivos de natureza fiscal, que se traduzem na redução de impostos a quem contribua para o desenvolvimento cultural do país. Com apoio do Ministério da Cultura e realizado pela STR Eventos, Produção e Marketing Cultural, o projeto é patrocinado pela Tetra Pak e segue para sua maior missão, que é atingir todo o território nacional.

Com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, o projeto será realizado desta vez em Parauapebas. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, oficinas de reciclagem serão realizadas nas escolas: Novo Horizonte, às 08h30, e Terezinha de Jesus, às 13 horas. A partir das 20 horas, no Mercado Municipal do Bairro Rio Verde, haverá mostra de cinema do projeto.

Para mais informações sobre o Projeto (Re)Ciclo de Cinema, acesse www.reciclodecinema.com.br.

Rio Parauapebas é vítima de conspiração socioambiental

Com 350 quilômetros de extensão e correndo na direção sul-norte, o Rio Parauapebas foi genuinamente marabaense, passou a ser integralmente parauapebense, mas, com a divisão de Parauapebas para dar origem a Canaã dos Carajás e Água Azul do Norte, sua nascente ficou localizada neste último município.
Formado pela junção do Ribeirão do Caracol com o Córrego da Onça, ele recebe pela margem esquerda o Córrego da Goiaba, os igarapés Gelado e da Gal e os rios Sossego e Sapucaia; pela margem direita recebe o Igarapé Ilha do Coco e os rios Plaquê, Verde, Novo e Caracol – detalhe: o Rio Caracol é um e o Ribeirão do Caracol é outro.
Em seu alto curso até o Rio Sossego, o Parauapebas é conhecido entre os ribeirinhos como Caracol ou Plaquê. Também recebe o nome de Rio Branco em seus cursos médio e baixo. Ele só é navegável por pequenos barcos em trechos limitados, haja vista ser cheio de corredeiras e pequenas cachoeiras.

1ª EXPEDIÇÃO
Se vivo estivesse, o geógrafo, historiador e professor francês Henri Anatole Coudreau iria ficar decepcionado com o que tem sido feito do Rio Parauapebas mais de um século após sua passagem pelo importante curso d’água. Na semana que vem, precisamente na quinta-feira, 23 de maio, vai completar 115 anos que Coundreau, contratado pelo governo do Pará para fazer levantamentos sobre a rede fluvial amazônica, finalizou uma expedição pelos Rios Tocantins, Itacaiúnas e Parauapebas iniciada em 31 de dezembro de 1897.
O geógrafo, pelas tantas naveganças que fez, tornou-se a primeira pessoa a deixar registros concretos para a história do município de Parauapebas por meio de seu célebre livro Voyage a Itaboca et a L’Itacayuna (em português, “Viagens a Itaboca e ao Itacaiúnas”). O pesquisador escreveu as memórias um ano antes de falecer e, à época, seus textos tornaram-se referência para os trabalhos que viriam a ser desenvolvidos no raiar dos anos de 1900 pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).

Sobre o Rio Parauapebas, Coundreau anotou que suas margens eram cercadas de mata primária, mas que já se visualizavam ribeirinhos praticando lavoura de subsistência e criando gado. Além disso, descendo o rio, o pesquisador encontrou moradores – isolados e em comunidades – praticando extrativismo vegetal no vale do Parauapebas, próximo de onde se encontra hoje a sede municipal. A região era rica em caucho e castanheiras.
O estudioso chegou ao Parauapebas praticamente por acaso, visto que seu objetivo precípuo era fazer levantamentos sobre o Itacaiúnas. Ocorre que o primeiro deságua no segundo, e assim Coundreau “varou” o Rio Parauapebas pela foz e ficou encantado com o que viu, tecendo observações em seu diário de bordo. Tudo isso contribui para provar, também, que Parauapebas teve passado antes da descoberta de suas jazidas minerais.

115 ANOS DEPOIS
A admiração de Henri Coundreau pelo Rio Parauapebas transformou-se, 115 anos depois, no contemplar de estragos causados pela sanha da fronteira agrícola e da mineração; pelo descaso das autoridades competentes no tocante a saneamento básico; e pela irresponsabilidade humana individual, que é consorciada a todo o processo. O Parauapebas está criticamente em perigo.
A fronteira agrícola e a mineração têm contribuído para o assoreamento pontual do rio, que tem perdido profundidade. A falta de saneamento básico na sexta maior cidade paraense faz com que resíduos sólidos e efluentes sejam despejados, sem qualquer pudor, nas suas margens. E a população – que frequentemente se vale do rio para se refrescar em momentos de lazer – não se preocupa em fazer sua parte, fiscalizando e evitando atirar lixo no curso d’água. Ela, por vezes, é a primeira a fazê-lo.

Um estudo científico intitulado “Diagnóstico da Qualidade da Água do Rio Parauapebas”, produzido por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), denuncia que o desmatamento das matas ciliares, a atividade mineradora, a retirada de areia e seixo para construção civil e a expansão urbana não planejada, com a invasão irregular da beira do rio, têm causado impactos nocivos ao Parauapebas. Como moeda de troca, a cada inverno, o rio expulsa centenas de casa, mostrando que ainda tem forças para reagir e sinalizando que chegou primeiro e foi ocupado indevida e irregularmente.

O índice de qualidade da água indica que tem havido transformações graves no rio e que, se nada for feito para conter o desgaste, em futuro não muito distante, a capacidade de uso e reuso do líquido precioso estará comprometida. O rio tem plenas condições de se autodepurar, desde que o processo de degradação seja contido.

ÁGUAS CADA VEZ MAIS RASAS
Rio tem água para drenar 250 Parauapebas, mas está morrendo de ‘sede’

Se na gramática tupi seu nome significa “rio de águas rasas”, na matemática pode enfiar uma régua permanentemente e fazer as contas de tempos em tempos: o Rio Parauapebas está ficando cada vez mais raso. Em outras palavras, está faltando água para ele, que, sem exagero, pode morrer (ou secar) qualquer hora dessas devido às responsabilidades que lhe têm sido impostas por décadas a fio, como se fosse ele, o rio, o causador das necessidades humanas mais insolentes. Parece incoerência um rio “secando” no meio de uma Amazônia tão cheia d’água.
Atualmente, 80% dos 155 mil habitantes da sede urbana de Parauapebas bebem água do rio. Para encher tantas barrigas com o líquido precioso, a prefeitura precisou tramar um plano segundo o qual só com a ampliação do atual sistema seria possível atender a comunidade com plenitude. E apenas em 2015. Para fazer frente à mirabolância que é o crescimento demográfico municipal, somente com vazão de 476 litros d’água por segundo, apontam estudos técnicos.

O problema é que a água que vai parar nas torneiras não volta limpa ao rio. Quando retorna, está em forma de crime ambiental: esgoto sanitário. Um rio poluído gera custos para que sua água seja tratada. E enquanto se trata água aqui, uma adutora dá defeito ali, um cano quebra acolá e um morador desperdiça água tratada em algum lugar. Vão-se embora dinheiro e força de trabalho.
Nesse dilema, o Rio Parauapebas é castigado permanentemente, sobretudo no verão, quando seu nível baixa de maneira drástica, e ele mal dá conta de atender as necessidades básicas, tendo em vista que já vem devassado de outros lugares – com assoreamento e despejo de produtos químicos, entre outros.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o rio tem 1,3 quilômetros quadrados de água corrente, à vontade, e o município de Parauapebas está assentado sobre uma das áreas de maior disponibilidade hídrica do país, que é a Bacia do Araguaia-Tocantins, da qual a microbacia do Parauapebas faz parte e drena uma área de 7.474 quilômetros quadrados, o suficiente para afogar cerca de 250 cidades do tamanho de Parauapebas.
Teoricamente, não há razão de ser o fato de faltar água na cidade, já que todos estão em cima de um aquífero potente. Para se ter ideia disso, Parauapebas possui 119 pontos de poços subterrâneos de boa vazão, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), os quais dariam para atender boa parte da demanda municipal. Entretanto, como a água que abastece a cidade sai diretamente do rio, que enfrenta o revés do crescimento desordenado, todos padecem.

Reportagem: André Santos

Rio Parauapebas resiste a crimes ambientais e dá vida a mais de 1.000 espécies

 

Tudo isso acontece de verdade, a 60 quilômetros da cidade, rio abaixo. Um pouco antes de receber a poluição de 155 mil habitantes do segundo município mais rico do Pará e primeiro no ranking da inconsciência ambiental, o rio se impõe majestoso – direta e indiretamente – para a vida que pulsa em 944 espécies de vertebrados (anfíbios; répteis; aves; pequenos, médios e grandes mamíferos; e morcegos), sem contar os peixes.

Não obstante a todos os problemas por que tem enfrentado nas últimas décadas, o Rio Parauapebas ainda é um santuário poderoso quando avança a mata cerrada do Bioma Amazônia, longe da cidade que ele próprio viu florescer e hoje abastece. A afirmação é de um grupo de pesquisa do curso de Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que fez um levantamento inédito pelo rio durante todo o ano de 2011, nas proximidades de sua nascente, com vistas a identificar quais as espécies da ictiofauna vivem nesse importante curso d’água.

Os então estudantes de Biologia da UFPA, André Santos de Souza e Divino Carlos Moreira de Souza, hoje biólogos, orientados pela professora Susana Suely Milhomem Paixão, doutora em Citogenética de Peixes, fizeram expedição pelo rio e descobriram recantos pouco conhecidos do Parauapebas, mas também se depararam com áreas totalmente predadas.
Eles conseguiram identificar 57 espécies de peixe, 31 das quais coletadas durante o trabalho de campo e outras 26 indicadas por meio de questionários aplicados a pescadores com idade entre 21 e 65 anos, alguns deles com mais de 30 anos de atividade no rio.

De acordo com Divino Carlos, as espécies estão abrigadas numa grande diversidade de habitats, de modo que os ambientes principais são os pequenos igarapés, a vegetação flutuante, as áreas abertas, os poços profundos, as grotas e os pedrais. Ele observa que, devido à falta de levantamentos com maior frequência no rio em questão, muitas espécies mais devem haver e vão desaparecer sem que tenham sido sequer conhecidas.

Para André Santos, os fragmentos do rio em que foi desenvolvida a pesquisa estão mais ameaçados por ações antrópicas do que se imagina. Ele afirma que o comprometimento da qualidade da água em função do mau uso da terra nas áreas marginais, por conta do desmatamento e da poluição sem pudor ou fiscalização, pode vir a prejudicar a conservação do ecossistema aquático do Rio Parauapebas e reduzir sua diversidade ictiofaunística.

ESPÉCIES COLETADAS
As 31 espécies de peixe coletadas na pesquisa de campo estão agrupadas em 15 famílias, que vão desde a perigosa arraia-de-fogo (Potamotrygon motoro) até peixes que chegam a ter mais de um metro, como o aruanã (Osteoglossum bicirrhosum), ou pesam mais de 100 quilos, como o surubim-cachara (Pseudoplatystoma fasciatum). Os peixes coletados foram pesados, medidos, identificados e enviados ao Museu Paraense Emílio Goeldi, que fez a confirmação taxonômica das espécies e o tombamento delas em sua coleção ictiológica.

A família de peixes mais numerosa identificada na pesquisa é a dos characídeos, peixes carnívoros parentes da piranha (Serrasalmus eigenmanni). Além desta, os indivíduos que compõem a família são o pacu (Myleus cf. micans), o pacu-manteiga (Mylossoma duriventre), a piaba (Poptella compressa), a piaba-rabo-de-ouro (Poptella brevispina) e a piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri).
Primos carnívoros dos characídeos, mas de outras famílias, encontrados no rio são: os piaus-vara (Schizodon vittatus) e cabeça-gorda (Leporinus trifasciatus), o mandi-pintado (Hoplerythrinus unitaeniatus), a traíra (Hoplias malabaricus), a bicuda (Boulengerella maculata), o curimatá (Curimata cyprinoides) e os esdrúxulos cachorra (Hydrolycus scomberoides) e icanga (Cynodon gibbus).

A família dos acaris também é expressiva no Rio Parauapebas, com quatro indivíduos identificados: acari (Pseudacanthicus spp.), acari-bodó (Hypostomus faveolus), acari-da-pedra (Panaque nigrolineatus) e jatoxi (Sturisoma aureum). Outra família com quatro membros a nadar pelo rio é a dos doradídeos, cujos membros são misteriosos, curiosos e têm aspecto de peixes pré-históricos. São eles: bacu (Oxydoras niger), bacu-pedra (Megalodoras uranoscopus), boca-de-flor (Hassar affinis) e cuiú-cuiú (Platydoras costatus).

Na família dos tucunarés, os peixes que comprovadamente habitam o rio são o tucunaré (Cichla spp.), o tucunaré-amarelo (Cichla monoculus) e o acará-bicudo (Chaetobranchus flavescens). Mas há ainda a corvina (Pachyurus schomburgkii), o ituí-terçado (Rhamphichthys rostratus), o mandi (Centromochlus heckelii), o fidalgo (Ageneiosus inermis), a jurupoca (Hemisorubim platyrhynchos) e o iuiú (Pimelodus spp.).

ESPÉCIES INDICADAS
Você sabia que há 30 anos o maior peixe de água doce do mundo era encontrado navegando pelo Rio Parauapebas? Isso mesmo, o pirarucu (Arapaima gigas) vivia feliz no sudeste paraense até que um dia o bicho-homem descobriu seu habitat e acabou com tudo, afugentando a espécie para o Rio Itacaiúnas e, de lá, atualmente, para o Rio Tocantins, onde, em alguns trechos, há condições minimamente ideais para a sobrevivência da espécie. Não quer dizer que o pirarucu não possa mais encontrado no Rio Parauapebas; quer dizer que ele não é mais frequente como outrora. O último exemplar visto no rio por um pescador foi há 15 anos.

Além disso, não são mais encontrados exemplares com três metros de comprimento ou 300 quilos como no passado, já que, para atingir tal porte, o pirarucu precisaria viver muitos anos, e na conjuntura atual – de ataque ao rio – isso seria praticamente impossível.

No Parauapebas, também, há bem pouco tempo era encontrado outro “bitelo”, peixe grande na linguagem dos pescadores. Era a piraíba (Brachyplatystoma filamentosum), o maior peixe de couro de água doce do país, parente do bagre e que chegava a 200 quilos. “O peixe grande sumiu”, lamentam os pescadores, constatando que os peixes têm diminuído o tamanho e o peso “de uns tempos pra cá”.
É cada vez mais difícil fisgar, ainda, o jaú (Paulicea lutkeni) e o surubim-pintado (Pseudoplatystoma corruscans), dois pesos pesados da água doce; a piramboia (Lepidorisen paradoxa), peixe que respira fora d’água; e o pacu-açu (Myleus torquatus), o maior de seu gênero. A piaba-rapadura (Tetragonopterus chalceus), apesar de dar as caras, está cada vez mais rara.

Por outro lado, não é difícil o desavisado levar uma descarga elétrica de até 1.500 volts e ser derrubado pelo poraquê ou peixe-elétrico (Electrophorus electricus), que é abundante no Rio Parauapebas e funciona como uma pilha. Há muitos relatos de pessoas a quem o peixe-elétrico fez “dormir” no Parauapebas.

Assim como ele, encontram-se em razoável estado de conservação papaterra (Cyphocharax spilurus), matrinxã (Brycon amazonicus), tambaqui (Colossoma macropomum), lambari (Hemigrammus marginatus), pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus), piranha-branca (Serrasalmus branati), boca-larga (Pellona castelnaeana), sardinha (Triportheus angulatus), mapará (Hypophthalmus marginatus), cascudo (Hypostomus affinis), acari-viola (Farlowella vittata) acari-zebra (Pseudacanthicus sp.), corró-do-rio (Astronotus ocellatus), tucunaré-tinga (Cichla pinima), acará-relógio (Symphysodon aequifasciatus), jacundá (Crenicichla lenticulata), acará-bandeira (Pterophyllum scalare) e acará-folha (Cichlasoma amazonarum).

SALVE O RIO!
Parauapebas ainda rende 300 toneladas de pescado em meio a 3,56 mil toneladas de resíduos

O Rio Parauapebas é o terceiro maior produtor de peixe na região e rende anualmente 300 toneladas de pescado. Mas a diminuição ou o esgotamento de algumas espécies de valor comercial em determinados locais faz com que os pescadores migrem a outros perímetros do rio à busca de peixe mais fácil. Não bastasse o sumiço de algumas espécies bastante visadas, como o pirarucu, a piraíba, o jaú e o surubim-pintado, os pescadores ainda sofrem com a concorrência de fazendeiros, que aplicam inseticida nas propriedades e cujos resíduos acabam parando no Rio Parauapebas e envenenando os peixes.

Paralelo a isso, com a derrubada da mata ciliar para dar lugar à pastagem, as espécies de peixe herbívoras e as que se alimentam de plânctons acabam entrando em extinção, e os peixes carnívoros que se alimentam delas também somem do mapa. É uma problemática em rede, literalmente. Sem falar que, apesar de não haver uma estatística oficial, 3.558 toneladas de resíduos sólidos produzidos na cidade de Parauapebas podem estar tendo o rio como destino final.

De acordo com a professora Susana Milhomem, antes que tudo se perca sem o devido conhecimento do que se tem disponível, é preciso viabilizar alternativas para mapear toda a biodiversidade do Rio Parauapebas e seu entorno. Para isso, a pesquisadora sugere o desenvolvimento de estudos de longa duração que contemplem o conhecimento e a informação acerca da biodiversidade; a formação de especialistas interessados em atuar na região; o estabelecimento de metodologias eficientes; e o mapeamento preciso, utilizando-se do aparato tecnológico eventualmente disponível para tal fim.

O estudo ictiofaunístico da equipe no Rio Parauapebas em apenas seis meses identificou 9% das 558 espécies de peixe existes na Bacia Araguaia-Tocantins, que tem área drenada 109 vezes superior à do Parauapebas. É um dado a comemorar, visto que apenas 5% de toda a extensão do rio foram inventariados. O levantamento de fauna mais recente na área do Mosaico Carajás identificou, em mais de uma dezena de cursos d’água, 120 espécies – um trabalho realizado por um grupo de 12 pessoas exclusivas para isso e que pesquisaram por mais de um ano.

Pelo rigor e eficiência do levantamento de ictiofauna no rio, os estudantes foram premiados pela UFPA com a comenda de melhor Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na área de Ecologia e Zoologia porque, além do estudo ecológico desenvolvido, ainda resgataram a história do mais importante curso d’água do município.

Reportagem: André Santos

Deixe seu comentário