Denominado pelo advogado Guilherme de Almeida como, “A Trama Malsã”, chega ao fim o caso Adonei Aguiar, preso em 10 d Abril de 2012 quando chegava a Curionópolis, onde reside.
A trama teve repercussão estadual e veiculada em blogs que deu visibilidade nacional, e teve flagrante forjado já que o conteúdo encontrado no veículo dirigido por Adonei não era de seu conhecimento, mas pertencia ao carona Antônio Luiz de Sousa, a quem havia conduzido desde o município de Parauapebas.
O conteúdo dos pacotes, abertos pelos policiais que faziam blitz na PA-275, entrada de Curionópolis, era apenas material gráfico, tipo panfleto que continha críticas a três autoridades do município de Curionópolis, a saber o delegado de polícia, o promotor e o juiz titular da comarca daquele município, pelo fato de estarem coniventes com supostas irregularidades praticadas pelo prefeito Wenderson Azevedo Chamon, este na época disputando sua reeleição.
O flagrante foi formalizado na 20ª Seccional de Polícia de Parauapebas, onde Adonei Aguiar chegou algemado por ordem do Delegado de Polícia de Curionópolis, citado nos panfletos; cujo objetivo, segundo Adonei, era oferecer aos cinegrafistas e fotógrafos de veículos de comunicação do prefeito Wanderson Chamon, imagens que desmoralizasse a pessoa do acusado na época.
Mesmo sendo do conhecimento da autoridade judiciária tratar-se de indiciado primário, de bons antecedentes, com profissão e endereços definidos, resolveu converter essa medida em custódia preventiva mandando Adonei Aguiar para o presídio de Marabá. Às presas, em apenas cinco dias após o fato, de uma só vez, o inquérito policial é concluído e logo remetido à autoridade judiciária, que encaminha esta peça informativa imediatamente ao Promotor de Justiça, sendo que este, no mesmo compasso de celeridade, finalmente, denuncia o paciente. Para ser mais preciso, todos esses atos foram praticados em questão de poucas horas.
Em seguida, o processo em questão passou a tramitar pelo Juízo da Comarca de Canaã dos Carajás em razão de que o Juiz da Comarca de Curionópolis, originalmente competente para apreciar a demanda, se deu por suspeito por ser ele uma as supostas vítimas, só sendo devolvido para a comarca de origem (Curionópolis) após a transferência do citado juiz para outra comarca.
Defesa
As claras evidências sugere armação política contra o paciente, para isso contando com a conivência de autoridades locais, com o objetivo de criar-lhe adversidades do ponto de vista eleitoral, pois o mesmo, à época dos fatos, era pré-candidato ao cargo de Prefeito do Município e apontado como o único com possibilidades para derrotar o atual prefeito, Wenderson Chamon, na sua pretensão de reeleger-se para mais um mandato.
Com tantas evidências o advogado Guilherme de Almeida teve sucesso na defesa de Adonei Aguiar, que mudou sua condição de acusado a vítima das armações do prefeito Wenderson Chamon. “Quando analisei o processo vi tratar-se uma trama. Um caso incluso entre os de maiores extorsões que já vi na vida; uma situação dramática. Vi claramente que aqueles órgãos e agentes que são pagos com o dinheiro público para proporcionar segurança aos cidadãos utilizam a própria função pública para colocar a disposição de interesses não concertantes. E isso é uma injustiça que qualquer cidadão deve combater”, avaliou Guilherme, relatando que aquilo que se fez contra Adonei Aguiar, estarreceu até os próprios membros da câmara julgadora.
Ele aleta que ocorrido como este pode se estender a qualquer pessoa, pois quem está por trás disto convive com a ideia de que o poder é exagerado e pode influir nas ações das autoridades; o que, ainda em sal opinião, dificulta a vida de uma população que, apesar de viver em municípios tão ricos, estão distante da capital e dos tribunais com aparato maior para coibir abusos. “Que esta causa ganha em desfavor de Wenderson Chamom e seus comparsas, sirva de freios a iniciativas do mesmo gênero. Não podemos deixar que injustiça abra precedentes, mas que a justiça seja feita em todos os casos que certamente estejam ocorrendo ou tenham ocorridos principalmente em Curionópolis”, conclui o advogado, alertando que não podemos deixar que voltemos à época medieval, depois de termos passados por tantos avanços.
Dr. Guilherme avalia que esta vitória do Adonei Aguiar não foi isolada, mas algo para levar segurança jurídica para todos os munícipes. Ele dia que Adonei colocou um freio no abuso, e isto é uma contribuição muito grande à sociedade local que encorajará a muitos a ingressar com ações semelhantes. De acordo com o advogado, já está em vias de conclusão representações criminais contra aquelas pessoas que, de acordo com o entendimento jurídico, estavam por trás da trama; e está estudando ainda uma possibilidade de ingressar com ação de indenização por danos morais sofridos por Adonei Aguiar. “Afinal as autoridades que deveriam ter lhe dado segurança lhe negaram isto. Tomaremos sim providências enérgicas contra este tipo de situação”, entende Guilherme, explicando que a injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos, e quando você vê seu semelhante passando por uma injustiça é bom que entenda que você também poderá ser uma vítima.
“Que todos entendam que a justiça não se resume ao que acontece em Curionópolis. A justiça pode até demorar, mas ela prevalece”, encerra o advogado .
Reportagem e foto: Francesco costa