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Caminhada e shows marcam “Parada Gay” de Parauapebas

Foi realizada neste domingo (16) a “Parada Gay” de Parauapebas edição 2015. O evento que é organizado pelo Instituto Abraço à Diversidade (IAD) é considerado o maior do interior do Pará, perdendo apenas para o realizado em Belém do Pará.

Desde sua primeira edição, a “Parada Gay” de Parauapebas sempre atraiu milhares de pessoas para acompanhar a passeata do movimento LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) que sai do Bairro Rio Verde até o Bairro Cidade Nova, onde há grande concentração de populares para assistir a shows das bandas locais, regionais e apresentações culturais.

Este ano o tema da Parada foi: “AIDS NÃO TEM CURA, MAS SEU PRECONCEITO TEM!” e trabalhou a conscientização dos homossexuais para a prevenção das DST’s / AIDS (Doenças sexualmente transmissíveis) e da sociedade para minimizar o preconceito. “Sabemos que não é fácil curar o preconceito, mas estamos neste enfrentamento há muitos anos e na Parada Gay temos um momento para manifestar”, diz Carmona, mensurando que o evento também movimenta a economia, lota os hotéis, aquece o comércio varejista e restaurantes. Mesmo assim ela diz que não é fácil convencer os empresários de apoiar o evento com patrocínios.

Após a caminhada que saiu das dependências da Praça do Cidadão, no Bairro Rio Verde, o evento teve continuidade na Praça de Eventos, Bairro Cidade Nova, onde um palco foi montado e por lá milhares de pessoas acompanharam várias apresentações e o show de Manú Batidão.

Veja as fotos de Israel Lira – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar
OBS: Para ampliar as imagens, clique nas fotos!

Empresários lançam projeto CDL Jovem durante feijoada

O evento foi realizado no espaço Hollywood, com direito a música ao vivo e piscina. A CDL Jovem (Câmara de Dirigentes Lojistas de Parauapebas Jovem) existe para proporcionar às CDL’s um espaço onde possam desenvolver jovens empresários lojistas, com espírito de liderança e empreendedorismo, para a vida profissional e para seguirem carreira nas entidades. Como órgão complementar, promove fórum de discussões, integrando ideias, conceitos e experiências a partir de reuniões regulares, palestras, seminários e eventos.

Veja as fotos de Israel Lira – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar
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1º Encontro de Bandas e Coreografias da Assembleia de Deus CIADSETA

A Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério CIADSETA realizou no sábado (16) na Chácara da Janaína, bairro Rio Verde o evento denominado “1º Encontro de Bandas e Coreografias”, onde na oportunidade, um bom público compareceu e adorou ao Senhor Jesus.

O evento teve como bandas participantes: Geração de Adoradores; Lírios; Monte Sagrado e Projeto de Cristo; Como grupos de coreografia: Eternas Adoradoras; DNA e Fogo e Glória.

Veja as fotos de Israel Lira – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar
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Democratas lança pré-candidato a vereador em Parauapebas

No uso da palavra Marcelo enalteceu as qualidades profissionais de Reinaldo Leite qualificando-o como competente e responsável; além de bom companheiro e pai de família exemplar.

Reinaldo recebeu quem vinha chegando, um a um, e depois fez um breve pronunciamento onde falou de seus planos ao decidir ingressar na política. “Venho por que entendo que é possível melhorar a cara de nosso município e consequentemente do Brasil. Acredito que para isso é preciso fazer diferente e melhor, e sei que serei capaz”, disse Reinaldo, lembrando que para isso é preciso o apoio dos amigos nem só com um voto, mas com o apoio na campanha, porém, por enquanto ele afirma que é apenas pré-candidato.

Reinaldo se diz culpado por ter se calado todos esses anos, mas se compromete que a partir de agora sairá da zona de conforte e dará sua contribuição no cenário político e administrativo de Parauapebas. “Meus amigos, passou a hora de só reclamar. Devemos retomar esse processo para pessoas de bem, para que posamos melhorar o país em que vivemos e em especial nossa cidade, pois não temos como aturarmos mais tanta corrupção, descaso, falta de gestão e comprometimento com a coisa pública”, concluiu.

Sobre Reinaldo Leite

O pré-candidato tem 33 anos de idade, 11 deles residindo em Parauapebas. Trabalha há nove anos na mesma empresa do ramo de mineração. É formado em técnico em edificações, na função de líder técnico. É católico, temente a Deus. Presa pelos valores familiares.

Reportagem e fotos: Francesco Costa – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

Empresários de Canaã dos Carajás participam de rodada de negócios

Essa é mais uma ação promovida pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e a Vale, por meio da REDES – Inovação e Sustentabilidade Econômica.

O evento oportunizou o contato de empresários de Canaã dos Carajás com representantes das áreas de suprimentos de 10 empresas terceirizadas Vale de diferentes áreas: construção civil, montagem mecânica, elétrica, automação entre outras. Cada empresa contratada para o S11D apresentou o perfil do seu negócio, seu processo de contratação e suas demandas por produtos e serviços.

Na segunda parte do encontro foram realizadas as mesas de negociação, no qual os fornecedores locais puderam esclarecer dúvidas em relação às demandas, oferecer seus serviços e criar um ambiente de prospecção para futuras contratações e parcerias com as empresa terceiras, que também, a partir desses contatos poderão ampliar seu quadro de fornecedores.
“Foi a primeira vez que vim, achei muito interessante, conhecemos pessoas que são responsáveis pela área de compras que não tínhamos o contato, é uma oportunidade para estarmos conversando com eles, mostrando os nossos produtos e serviços e tentando fechar um negócio, achei muito viável”, declarou o gerente de empresa local, Marciano Araújo Silva.
“O nosso objetivo é justamente valorizar o empresariado local, aproximar este empresário do projeto Ferro Carajás S11D e oportunizar que conheçam a demanda, tenham contato direto com as empresas contratadas e possam avaliar sua capacidade de atendimento e os procedimentos para se tornar um potencial fornecedor”, destacou o líder de Socioeconomia do projeto Ferro Carajás S11D, Eloiso Araújo.

A ação faz parte de série de atividades que foram promovidas pelo Sistema FIEPA, por meio da REDES em convênio com a Vale. “O nosso papel é ser esta rede integradora entre os agentes estratégicos, promovendo a sustentabilidade dos fornecedores paraenses e o aumento da competitividade de empresa mantenedoras, como a Vale” destaca o consultor técnico da REDES/FIEPA, Bruno Souza.

Desenvolvimento fornecedores

Este é o quarto encontro de negócios promovido pela REDES/FIEPA e Vale no município. A iniciativa faz parte de uma serie de ações realizadas para o desenvolvimento do fornecedor local iniciadas em 2011 em decorrência da implantação do projeto Ferro Carajás S11D no município.

Entre as ações está o Programa de Qualificação Empresarial de Canaã, com a promoção de campanhas, cursos, encontros de negócios e suporte aos fornecedores numa parceria Fiepa, Sebrae, Vale e com o apoio da Associação Comercial e da Agência de Desenvolvimento de Canaã. Um dos resultados do programa está no número de empresas formais no município, que subiu de 239, em 2011, para 410, em 2013.

Tecnologia 3D a serviço das operações da Vale em Carajás

A tecnologia é projetada sobre uma superfície plana, como uma mesa. Por meio dele, é possível mover a projeção para os lados, retirar telhados, girar 360 graus e ajustar o zoom. Dessa forma, o operador consegue ter a percepção da área operacional como um todo antes mesmo de ser acessada, facilitando a compreensão dos riscos de segurança do local.

Com base no mesmo projeto tridimensional, a Vale elaborou também um jogo eletrônico do abastecimento de locomotivas. Durante o game, o empregado pode executar as tarefas de abastecimento de forma interativa. O principal objetivo é facilitar o entendimento dos operadores de forma lúdica.

Tecnologia 3D

A tecnologia 3D já vem sendo utilizada nas operações da Vale há algum tempo, com a Sala de Realidade Virtual. Implantada em Minas Gerais e Idealizada por empregados, desde 2011, a sala conta com uma tela de 6 x 4 metros, onde os usuários podem interagir com as imagens projetadas simplesmente realizando movimentos com as mãos.

Todos os recursos da Sala de Realidade Vitrual podem ser usados para treinamentos, testes, análises nas etapas de avaliação de risco, planejamento de ações de segurança, estudos geológicos, geotécnicos e ambientais, além da interação para apresentação de diversas pesquisas.

Óculos especiais, escurinho e um telão. Parece cinema 3D, mas, na verdade, é nossa Sala de Realidade Virtual, implantada em Minas Gerais. O filme em cartaz? Um sobrevoo virtual em 3D sobre todas as operações da Vale no Brasil. A iniciativa é pioneira na indústria mineral no mundo.

Realidade virtual, planejamento preciso

Idealizada por empregados, desde 2011, a tecnologia contribui para a tomada de decisão em diversos aspectos das operações e projetos da Vale: da definição da área de lavra, aos cenários de licenciamento ambiental e até o fechamento da mina.

Todos os recursos podem ser usados para treinamentos, testes, análises nas etapas de avaliação de risco, planejamento de ações de segurança, estudos geológicos, geotécnicos e ambientais, além da interação para apresentação de diversas pesquisas.

Como funciona?

A tela tem dimensões de 6 x 4 metros e até 14 pessoas podem interagir com as imagens projetadas simplesmente realizando movimentos com as mãos. Além de uma sala fixa, a Vale também possui tecnologia de realidade virtual portátil.

Mas, afinal, como isso é possível? Desde 2000, a Vale vem montando bases de dados geográficos de suas áreas de atuação, com investimentos em imagens de altíssima resolução. Fazemos aerolevantamentos 3D com geotecnologia laser e montamos modelos digitais tridimensionais.

Galeria de fotos

Parceria com Serviço Geológico Britânico

O uso de realidade virtual na mineração teve como inspiração os conceitos do Serviço Geológico Britânico. Fundado em 1835, a British Geological Survey é o mais antigo centro de pesquisa geológica do mundo e o principal do Reino Unido. Em 2013, a Vale fechou uma parceria com a instituição. O objetivo é agregar as tecnologias da empresa britânica às que já usamos na Vale.

O mapa da mina na palma das mãos

Com tablets, geólogos que estão em campo podem consultar e atualizar, em tempo real, as informações da área de estudo.

Justiça ordena que Vale pare projeto de mineração Onça Puma no Pará

A decisão foi proferida no dia 6 de agosto, mas divulgada nesta sexta-feira (14), e atende a uma ação movida pelo Ministério Público Federal de Redenção, que aponta a contaminação de terras indígenas com metais pesados. Em nota, a Vale informou que as atividades do projeto já foram paralisadas, e que recorreu da decisão.

De acordo com o MPF, as três aldeias Xikrin da região do Cateté são cercadas por 14 empreendimentos da Vale para extração de cobre, níquel e outros minérios. O projeto Onça Puma, que opera há sete anos, teria inviabilizado a vida de 1300 índios através do despejo de metais pesados no rio Cateté. Segundo a procuradoria, a contaminação foi comprovada através de estudos científicos que constataram casos de má-formação em fetos e doenças graves.

“O chão da aldeia treme com as bombas advindas da operação do empreendimento, afugentando a fauna e prejudicando a caça. O rio está completamente contaminado, conforme relatório já apresentado nos autos, o que tem acarretado doenças nos indígenas e má-formação nos fetos. A cultura já foi afetada pelo contato com o empreendimento, tornando o dinheiro uma realidade concreta na vida dos índios, que tiveram descaracterizado seu modo de vida originário”, disse a procuradora da República de Redenção, Luisa Astarita Sangoi.

A decisão determina, além da suspensão das atividades, o pagamento de R$ 1 milhão por mês para cada aldeia afetada. O dinheiro tem como objetivo permitir que os índios reestruturem suas comunidades, já que a contaminação impede atividades tradicionais como caça ou pesca.
“Todos esses impactos tornam clara a necessidade de subsidiar projetos para que as aldeias Xikrin possam promover sua subsistência por meios lícitos, tal como por meio da agricultura. Também tornam necessária a adaptação das residências do local para que as comunidades tenham formas de habitar e cozinhar alimentos, sobrevivendo sem utilizar a caça e a pesca como formas principais para obter alimentos, já que os impactos gerados pelo empreendimento já tornaram inviável e inconcebível essa forma de viver antes praticada”, afirma a procuradora.
Ainda de acordo com o MPF, as compensações às aldeias devem ser pagas até que sejam efetivamente implantadas as medidas para proteção dos Xikrin e para que possam continuar vivendo no seu território.

Veja, na íntegra, o posicionamento da mineradora Vale:

“A Vale informa que tomou conhecimento da decisão judicial determinando a paralisação da atividade de extração minerária em Onça Puma e já ingressou com recurso cabível para restabelecer as atividades da mina.
A atividade da mina da Vale, em Ourilândia, está devidamente licenciada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (Semas), com atendimento de todas as condicionantes estabelecidas pelo órgão ambiental. Todos os procedimentos de monitoramento exigidos pela Semas são rotineiramente cumpridos e encaminhados para o órgão licenciador, sendo que todo o estudo do componente indígena e implantação do Plano Básico Ambiental (PBA) foi aprovado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), estando a Vale com dificuldades na implantação das atividades que exigem a participação dos indígenas ou acesso interno à Terra Indígena, em razão dos mesmos pretenderem repasses financeiros.
Cumpre esclarecer que o Plano Básico Ambiental (PBA) busca implantar medidas mitigatórias de eventuais impactos ambientais, mas não implicando em repasse de recursos diretamente para os indígenas. Cabe informar, ainda, que há determinação judicial, em 2006, para que a Vale repasse recursos para apoio Xikrin do Cateté para iniciativas de saúde, educação, proteção territorial, atividades produtivas e administração. Somente em 2015 estes recursos somarão mais de R$ 11 milhões, divididos entre as aldeias indígenas envolvidas.
A Vale informa, por fim, que já está cumprindo a ordem judicial de paralisação da atividade de extração minerária e que aguarda uma decisão favorável nas medidas judiciais adotadas para restabelecer a atividade legalmente licenciada. A Vale ressalta que mantém o diálogo respeitoso com as comunidades indígenas, Funai, Semas e demais entes envolvidos na questão para que sejam encontradas soluções adequadas e que contribuam para o etnodesenvolvimento das comunidades indígenas”.

Reportagem e foto: G1

MEIO AMBIENTE: Floresta de Carajás só é preservada por causa da Vale

Segundo o estudo da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), intitulado “Barômetro da Sustentabilidade de Municípios com Atividades Minerárias no Estado do Pará”, a situação do Bem-Estar Ambiental de Parauapebas é uma das mais confortáveis entre os municípios minerários analisados, atrás apenas da condição de Ourilândia do Norte. E que a verdade seja dita: a Vale, neste quesito, tem grande influência no destaque positivo local.

Em dois importantes quesitos (estoque de florestas e desmatamento), Parauapebas ganha o título de sustentável. Entra em cena, então, o papel da mineradora e sua atuação como mantenedora da Floresta Nacional de Carajás (Flonaca). Certamente, se a tutela da floresta estivesse com qualquer outra organização (governamental ou privada), a Flonaca não estaria mais de pé, com o próprio aval de Parauapebas.

Na Amazônia, sempre foi mais importante desmatar, por questões econômicas, do que preservar, quando a prioridade deveria ser o contrário, pelas mesmíssimas questões.

Da floresta para os rios. No tocante ao abastecimento de água, Parauapebas aparece como “potencialmente sustentável”. Mas que ninguém se engane: não é pelo coitado do rio que lhe empresta nome. Se fosse apenas pelo Rio Parauapebas, o município seria o rei da insustentabilidade, dada a situação de degradação a que condenaram o seu principal fornecedor de líquido precioso.

Hoje, Parauapebas só está “potencialmente sustentável” porque debaixo de suas terras pulsa uma considerável rede hidrográfica que leva até mesmo artérias sofridas, maltratadas e estouradas, como o Igarapé Ilha do Coco, a não desistirem de viver, apesar de estar perdendo as forças e a batalha contra infames.

E como nem tudo são flores no quesito ambiental, além da precária rede de esgoto, que corre a céu aberto e, não raro, faz a sede urbana feder, como comida podre cozinhada sob o sol escaldante de quase 40 graus, Parauapebas ganha destaque negativo no Barômetro da Sustentabilidade pela alta incidência de focos de calor e queimadas.

Para se ter ideia de como o município literalmente pega fogo, em relatório divulgado na tarde deste domingo (16), o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) informa que, desde o dia 14, foram registrados em Parauapebas nada menos que 87 focos de calor, a maior parte dentro da cidade, que é monitorada por satélites de alta eficiência do instituto.

Ao que tudo indica, o município mais rico do interior paraense – e um dos que ainda têm florestas mais bem preservadas – insiste em caminhar à margem da sustentabilidade, ainda que alguma coisa ou outra dê certo. O fogo que o consome, por dentro e por fora, é um dos sinais de que muita coisa precisa mudar. E urgente.

Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar
Foto: Arquivo / João Marcos

SOCIEDADE: Cuidar de sua gente é o maior desafio de Parauapebas

Para quem mora em Parauapebas, nem é preciso entender por que, de 0 a 100, o município não alcança sequer 50 pontos quando o assunto é Bem-Estar Humano. De acordo com o estudo da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), intitulado “Barômetro da Sustentabilidade de Municípios com Atividades Minerárias no Estado do Pará”, todas as notas de insustentabilidade de Parauapebas estão dentro desse tema.

Além dos altos índices de gravidez na adolescência, roubos e ineficiência da internet,
Parauapebas desfila nas estatísticas oficiais com elevadas taxas de assassinato, evasão escolar no ensino médio e trabalho infantil, aliadas à precária distribuição de leitos hospitalares para sua população.

Os três únicos quesitos em que Parauapebas figura como “sustentável” são, a propósito, bastante questionáveis. O primeiro deles é energia elétrica, serviço ao qual 99,8% da população têm acesso, mas cuja quantidade prejudica a qualidade dado o número surreal de interrupções no fornecimento. A rede de distribuição de energia não cresceu na mesma velocidade em que a população local, e as consequências disso todos sabem de cor.

O segundo quesito “sustentável” é o índice de extrema pobreza. Deu-se assim porque a taxa de habitantes parauapebenses extremamente pobres caiu de 14,2% da população local em 2000 para 4,4% em 2010. Na prática, porém, como a população total mais que dobrou, o número absoluto de pobres se manteve praticamente estável nos últimos 15 anos: eram cerca de 10.200 pessoas em 2000; caiu para 6.800 em 2010; e voltou a subir a 8.400 em 2015, o que mostra que a miséria tornou a disparar no rico município de minérios em plena metade desta década.

Já o terceiro quesito, referente a PIB per capita, é o mais questionável de todos. Isso porque ele aponta uma suposta renda por habitante que é até linda de ver e de se orgulhar na teoria, porém, na prática, nunca existiu – e é totalmente fora da realidade.

RIQUEZA DE MENTIRINHA

Por causa da indústria extrativa mineral, o PIB municipal, que é a produção de riquezas total de Parauapebas, é um dos maiores do Brasil. Em 2012, ano do último dado de PIB disponível, a riqueza municipal medida era de R$ 16,73 bilhões, dos quais R$ 13,67 bilhões eram da indústria. Mas a única indústria que existe no município é a extrativa mineral. E a empresa industrial que a opera é a mineradora Vale. Daí, os R$ 13,67 bilhões – ou 81,7% da economia parauapebense – são de autoria da Vale, empresa sem a qual, na atual conjuntura, Parauapebas provavelmente não existiria como é ou até existiria, mas seria apenas mais um lugar economicamente paupérrimo e socialmente atrasado do Pará.

Portanto, ruim com a Vale, muito pior sem a Vale, já que o município não desenvolveu, ao longo de 27 anos, estratégias de sobrevivência para além da atividade mineradora.
Longe de ser uma santa, a empresa financiou esperança de prosperidade ao comércio local e a milhares de trabalhadores desde sua instalação em solo parauapebense. A Vale fez de Parauapebas um dos lugares de mais rápido crescimento econômico e populacional do Brasil em menos de três décadas. Só que tudo tem seu preço, e Parauapebas paga com minério de excelência – hoje, cotado a preço de banana no mercado internacional.

Enquanto isso, a população que chegou aqui, no maior alvoroço (de carro, de van, de ônibus, de trem e até a pé), notadamente entre 2004 e 2012, vai saindo de fininho, pegando o beco para Canaã dos Carajás ou mesmo retornando à pátria de onde saiu. Nada melhor que uma crise econômica para mostrar quem, de fato, ama um lugar e quer nele fazer morada permanente, criar seus filhos e fazê-lo prosperar por tudo o que lhe deu.

Em razão de todas as peripécias da Vale, no auge da implantação de seus grandes projetos na Serra Norte de Carajás, muitos – cidadãos e autoridades políticas – ficaram tão cegos que acabaram se acomodando, pensando que a mineração é uma atividade eterna e que crise alguma pudesse abalar o setor, de maneira que Parauapebas viveria pela eternidade à base de pompa e circunstância, comendo dos royalties e do despejo da massa salarial cheia de participação de lucros e etecétera.

E aí está um dos pontos pelos quais o município não chega a ser humanamente sustentável: falta consciência da população, a mesma que divulga que o PIB per capita de Parauapebas é alto (R$ 100 mil), quando, na verdade, a média da população trabalhadora passa o mês com somente R$ 1.281. Quem, afinal, se não for corrupto, ganha salário de R$ 100 mil em Parauapebas?

Enquanto isso, o segundo município mais rico do Pará segue com índices de desemprego cada vez mais crescentes e uma taxa de esgoto correndo a céu aberto que envergonha qualquer África. É o Bem-Estar Humano que temos para hoje.

Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar
Foto: Anderson Souza/ Coletivo 2.8

INTERMEDIÁRIO: Parauapebas está longe de ser sustentável, aponta estudo inédito

Imagine você um município onde considerável número de adolescentes, em vez de estar na escola tomando lições de prevenção à gravidez precoce, antecipa aos 14 anos o diploma de “mãe”. Imagine também um lugar onde a conexão para acesso à internet é devagar, quase parando, sendo essa tecnologia um dos principais meios para rompimento da condição de isolamento no interior amazônico. Imagine mais: uma sociedade infestada por ladrões, onde furtos e assaltos à luz do dia deixam de ser exceção para se tornarem regra de sobrevivência, pelo menos para os fora da lei, que vagam impunes e a postos para o próximo ataque.

Seja bem-vindo a Parauapebas, o segundo mais rico município do Estado do Pará – em Produto Interno Bruto (PIB), ressalte-se – e onde a maioria dos indicadores de sustentabilidade rasteja e pede socorro.

Longe de ser o pior lugar do mundo para se viver, Parauapebas, um dos grandes motores da economia paraense, está muito distante de ser considerado um município sustentável. É o que revela o estudo da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), intitulado “Barômetro da Sustentabilidade de Municípios com Atividades Minerárias no Estado do Pará”, lançado na última sexta-feira (14), em Belém.

O relatório de 41 páginas analisa o grau de sustentabilidade de Parauapebas e de outros 12 municípios de base mineral, a exemplo dos vizinhos Canaã dos Carajás, Ourilândia do Norte e Marabá. O referencial são 27 indicadores ligados aos Objetivos do Milênio (ODM) e, ao mesmo tempo, considerados sensíveis às ações imediatas do Estado. Os indicadores, aliás, estão distribuídos em Bem-Estar Humano (20 critérios) e Bem-Estar Ambiental (sete critérios).

Conforme o estudo, a situação de Parauapebas, numa escala de 0 a 100 para medir sua sustentabilidade, é “intermediária”, já que as pontuações do município foram 47 em Bem-Estar Humano e 68 em Bem-Estar Ambiental. Na prática, o município está a meio caminho de chegar a ser sustentável, mas diversas questões conspiram em favor do contrário e até parecem ser mais fortes, pelo menos no momento.

Os dados levantados para dimensionar o Barômetro compreendem uma realidade entre 2010 e 2014, justamente quando Parauapebas explodiu em população, crescimento econômico e empregos. Se traduzisse o cenário apenas de 2015, o resultado geral poderia ser catastrófico em decorrência da crise financeira que assola o município.

Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar
Foto: Anderson Souza

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