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Prefeitura ‘montou’ em R$ 8,4 bi em 28 anos. Para onde foi?

Se as profecias pessimistas assassinassem Parauapebas hoje, o município teria a mais devassa das epopeias regionais de pompa e circunstância: muita farra com dinheiro público, obras faraônicas inacabáveis, gastança com supérfluo, muitos coquetéis, milhões em avião, entre outros pecados capitais com o capital público que sugeririam gêneros teatrais de farsa protagonizada por meia dúzia de seus políticos; tragédia para os dias atuais do município; e drama para a maior parte da população, uma parcela da qual abaixo da linha de pobreza.

Desde o dia 10 de maio, quando foi emancipado de Marabá, até hoje, Parauapebas vivenciou momentos econômicos diversos. Também assistiu ao nascimento e ou à morte de várias moedas, como o Cruzado (Cz$1), em 1988; o Cruzado Novo (NCz$1), em 1989; o Cruzeiro (Cr$), de 1990 a 1992; o Cruzeiro Real (CR$ 1), provisoriamente em 1993; e o Real (R$), a partir de 1994 – ano em que, também, Parauapebas deu alforria a Canaã dos Carajás, atualmente o maior receptáculo de investimentos privados da Amazônia.

De 1988 até o final deste ano, muito mais que as moedas históricas, a Prefeitura de Parauapebas terá tragado em orçamento nada mais, nada menos que a impressionante cifra de R$ 8,42 bilhões, uma valor tão fenomenal que pouquíssimos municípios brasileiros tiveram o prazer de saborear em tão curto período.

Em 1988, de acordo com dados históricos da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), sequer havia receita particionada para Parauapebas, e o município só compôs e executou a sua no ano seguinte, em 1989, no valor que corresponderia hoje a R$ 17,52 milhões. Este ano, a previsão de execução é de R$ 1,03 bilhão, cerca de 60 vezes mais que no início de tudo.

Com os R$ 8,42 bilhões executados pela prefeitura ao longo de 28 anos, Parauapebas deveria ter “status” de cidade europeia, norte-americana ou japonesa, especialmente no que tange à qualidade de vida e a serviços sociais básicos. Só que não.

SURRA DE EXEMPLO

Do lado oposto ao descaso protagonizado por aqui, que condena o município a um futuro macabro de morte (ou vida Severina, como diria o escritor João Cabral de Mello Neto), tem-se o belo exemplo dado ao mundo pelo Japão.
Naquele país, em 2011, muitas cidades foram completamente arrasadas pela tragédia do tsunami. Uma dessas cidades – entre tantas que se perderam entre os escombros da maior hecatombe depois do bombardeio de Hiroshima e Nagasaki – foi Ishinomaki, na província de Miyagi.

Com mais ou menos o tamanho da população de Parauapebas, a reconstrução de Ishinomaki tem custo de R$ 1 bilhão, sendo que 40% da cidade já estão prontos desde que ocorreu o tsunami. Seria o equivalente a erguer do nada os bairros Cidade Nova, União, Liberdade 1 e 2, Rio Verde, da Paz e complexo Altamira em apenas cinco anos, com o melhor em infraestrutura, tecnologia e, principalmente, concepção de sustentabilidade.

A nova cidade japonesa que está florescendo é tão perfeita que tem sistema que faz alerta para um eventual tsunami com meses de antecedência. Buraco na rua? Se aparecer um só, toda a extensão é reasfaltada com o que há de melhor e mais sustentável, priorizando-se sempre o sistema de esgotamento sanitário, diferentemente daqui, onde uma mão de piche é a forma mais barata e rasteira para obtenção de votos.

O orçamento da ex-arrasada Ishinomaki é oito vezes menor que o de Parauapebas e não é gerido por prefeito, mas pelas necessidades administrativas previamente elaboradas pela sociedade. Aliás, quem precisa de prefeito no Japão?

‘FARTURA’ EM PEBAS

Por aqui, em quase três décadas, houve fartura de dinheiro e, atualmente, há de problemas sociais. Nos últimos cinco anos, mesmo período gasto para Ishinomaki no Japão se reinventar, Parauapebas viu seu indicador de desenvolvimento proposto pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) desabar de 0,7356 – com pico de 0,7894 em 2012 – para 0,7220, numa escala que vai de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1 melhor o grau de desenvolvimento. O indicador da Firjan, por se permitir anual e com recortes específicos, acaba sendo mais fiel que o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), este no qual Parauapebas tem nota de 0,715.

No confronto direto entre o poder de fazer da prefeitura local e o que realmente foi feito, mensurado em indicadores, Parauapebas precisa esconder a calculadora do tempo para não contabilizar a vergonha. Enquanto a receita da prefeitura aumentou 5.808% em 28 anos, a qualidade de vida cresceu apenas 63%, decrescendo a partir de 2013, segundo a Firjan, por conta da baixa na geração de emprego e renda.

Eis aí um modelo de crescimento que é, para além de lento, letal. O município cresceu – populacionalmente em tamanho e naturalmente em demandas – sem que seus sucessivos gestores se preocupassem não com crescer por crescer, mas, sim, em desenvolvê-lo. E na ausência de um modelo de desenvolvimento que resgate Parauapebas de seus tsunamis, já percebidos Brasil adentro, o município se mata, com morte morrida.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Concurso Blessed Girl 2016 realiza penúltima etapa

Aconteceu na tarde do último domingo, dia 15/05 no espaço Hollywood Eventos a VI Etapa do Concurso Blessed Girl 2016.

Na oportunidade, 10 candidatas desfilaram em dois momentos com look’s da Blessed Boutique para os jurados e o público presente. O concurso tem por objetivo eleger uma modelo fotográfica para representar a marca da loja.

Entre as 10 candidatas foram selecionada apenas 5 que irão participar da grande final à ocorrer no Partage Shopping no próximo dia 22/05, a partir das 19h00.

As lentes do Portal Pebinha de Açúcar registraram o público presente e todos os momentos deste grande evento que já é sucesso em sua primeira edição diga-se de passagem.

Um dos realizadores do concurso, Waldemir Oliveira, sócio proprietário da Blessed Boutique, enfatizou a importância dos familiares e amigos estarem presentes ao local para incentivar as candidatas, “Estou muito feliz em receber a todos e mais feliz pela ação de arrecadação de alimentos que irá socorrer muitas famílias carentes em nosso município”, disse.

Todas as candidatas foram acompanhadas por profissionais competentíssimos que cuidaram dos penteados, make, calçados e look’s. A produção ficou a cargo da Luxus Model Brasil.

Apoio:

Arezzo
O Boticário
Instituto de Beleza Carla Montenegro
Hollywood Eventos
Doce Festa Eventos e Decorações

Editorial de jornal mineiro chama atenção para ‘morte’ de Parauapebas

Um artigo publicado envolvendo Parauapebas, às vésperas do aniversário de 28 anos do município, na semana passada, repercutiu bastante na região do Triângulo Mineiro. A publicação do jornal Correio de Uberlândia – que mantém uma página na internet das mais acessadas de Minas Gerais, com cerca de 30 mil visitas diárias, além da tiragem de 14 mil exemplares do impresso – tem título “Cidades podem morrer” e chama atenção para o caso de Parauapebas e sua dependência crônica de um único produto, que é o minério de ferro.

O texto assinado pelo professor e consultor de Estratégia e Gestão, Hélio Mendes, trabalha em cima das mesmas preocupações que, teoricamente, deveriam afligir a todos os que escolheram Parauapebas para viver e perpetuar gerações: como estará o município nas próximas décadas sem a lavra de recursos minerais?

Mendes contextualiza seu exemplo acerca de Parauapebas reportando-se a Detroit, cidade estadunidense considerada “Capital Automobilística” nos anos de 1960, mas que, inacreditavelmente, faliu. Do auge de seu crescimento, quando chegou a 1,85 milhão de habitantes, Detroit despencou para cerca de 700 mil moradores atualmente.

O autor diz estar “vivenciando de perto” a situação de Parauapebas e relata que, por aqui, os serviços básicos ainda estão “a desejar”. Ele ilustra o processo de falência da “Capital do Minério” a partir do que observa como sendo “um número grande de desempregados, aumento da quantidade de placas de aluga-se, vende-se e a queda no comércio”. E ressalta que “a crise política e a econômica contribuem com o agravamento dessa situação”.

No fundo, são questões elementares sobre a dinâmica local que são percebidas mais pelos de fora do que pelos próprios habitantes de Parauapebas, muitos dos quais ainda insistem em apregoar que a situação está um mar de rosas, sem compreender, contudo, que o município mais depende da conjuntura macroeconômica externa (por exemplo, dos números da economia e do consumo da China, maior compradora do minério de ferro local) e menos da política nacional – mantidas as devidas proporções e negociações comerciais, é claro.

E SE ELE SOUBESSE
Força econômica de Parauapebas é superior à de 12 capitais

O município de Parauapebas não vai morrer. Pelo menos não enquanto o último habitante estiver por aqui para dar seu suor em prol de manter-se e mantê-lo vivo. Ninguém quer que Parauapebas morra, e o Brasil – leia-se a Balança Comercial do país – muito menos porque precisa, até segunda ordem, do dinamismo da “Capital do Minério” para continuar a obter superávit.

Parauapebas tem boa parte de lotes no quintal mineral da nação, que é a região de Carajás. Por aqui, há um manancial medido e provado pela mineradora Vale, por meio de pesquisas geológicas cada vez mais aperfeiçoadas, que registram muito além do óbvio (minérios de ferro e manganês; cobre em concentrado com ouro; e níquel). O loteamento de Carajás guarda em segredo público zinco, alumínio, estanho, tungstênio, prata, molibdênio, cádmio, crômio, calcário, tudo à espera de acontecer.

Mas o articulista Hélio Mendes ficaria impressionado e, ao mesmo tempo, estarrecido caso tomasse conhecimento, a fundo, do poder de fogo que a prefeitura daqui acumulou nestes últimos 28 anos, à custa de míseros milhões correspondentes a 2% de todas as operações minerais realizadas pela Vale neste solo.

Em termos comparativos, o município do portal para o qual ele escreveu, Uberlândia, pode ser considerado uma das mais importantes praças financeiras do país. Com cerca de 670 mil habitantes (maior que a população de nove capitais) e produção de riquezas superior à de Belém, Uberlândia tem ares de metrópole em ascensão no Brasil Central. Sua prefeitura tem orçamento de R$ 1,53 bilhão (32º maior do país).

E é aí que Parauapebas desponta. Sem precisar ser maior que qualquer capital brasileira (Parauapebas tem aproximadamente 200 mil habitantes em 2016 e a capital menos populosa, Palmas, tem cerca de 280 mil), Parauapebas impressiona pela produção de riquezas (a 35ª maior entre os 5.570 municípios brasileiros e superior à de 12 capitais) e pela força financeira de sua prefeitura, dona do 49º maior orçamento nacional (superior ao de seis capitais).

No confronto direto com Uberlândia, Parauapebas perde em número de habitantes (é três vezes menor), mas está praticamente pau a pau em produção de riquezas e no poder de fogo da prefeitura. Tecnicamente, leva vantagem por ter proporcionalmente mais recursos financeiros, considerando-se o tamanho da população e dos abacaxis. Ainda assim, não passa disso.
Esses, aliás, são números gloriosos por demais quando contrastados com a situação da vida cotidiana da maioria dos moradores daqui, uma vez que muito maior é a força de Parauapebas no acumulado dos últimos 28 anos, mas o desenvolvimento social não acompanhou o apogeu econômico.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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