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Prefeito eleito Darci Lermen (PMDB) concede entrevista exclusiva ao Portal Pebinha de Açúcar

Eleito prefeito de Parauapebas nas eleições ocorridas no último dia 2 de outubro com 41,78% dos votos válidos, um total de 52.049 votos, Darci José Lermen (PMDB) já se prepara para comandar pela terceira vez o Poder Executivo Municipal.

Tão logo passaram as eleições Darci Lermen continua pelas ruas da cidade conversando com a população e tendo com desafio escalar o time para auxilia-lo na empreitada do bem administrar.

Na tarde da última quinta-feira (6), o prefeito eleito esteve visitando a redação do Portal Pebinha de Açúcar, quando concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Bariloche Silva. Com seu jeito simples, Darci Lermen falou de diversos assuntos, entre eles, o restabelecimento da economia do município, educação, economia, agricultura, segurança entre outros.

Confira a entrevista:

P.P.A. (Portal Pebinha de Açúcar): Para iniciar estamos abertos para seus cumprimentos:

D.L. (Darci Lermen): Quero agradecer a todos vocês que participaram desta nossa eleição; ato recheado de emoções que tocaram os corações de muita gente no período em que fizemos vários comícios, boas caminhadas, tendo como resultado nossa vitória.
Cada um de vocês foram muito importantes para isso. Então muito obrigado por ter nos acompanhado.

P.P.A.: Como você avalia esta campanha feita em apenas 45 dias?

D.L.: Hoje não se consegue mais eleição se não fidelizar o eleitor.
Ele precisa ter a oportunidade de ouvir seu candidato olhando nos olhos e sentir o aperto de mão e o calor do abraço. Isso fizemos no período pré-eleitoral quando estivemos presentes nos bairros quebrando aquele mito de que os políticos só aparecem no período eleitoral e isso foi desmitificado quando iniciei, ainda em 2014, as visitas conversando sempre com o povo quando, acredito eu, ter fidelizado muita gente.
Durante o período eleitoral de apenas 45 dias, foi como uma corrida de 100 metros na olimpíada, quando não se tem o mínimo tempo para respirar, olhar para os lados ou para trás. E na final só chega quem tiver fôlego.

P.P.A.: Nesta campanha um dos assuntos mais comentados pelos seus adversários foi sua ida para o estado da Bahia. O que você foi fazer lá?

D.L.: Quando terminei meu segundo mandato, tinha uma promessa de que iria morar nas terras da família de minha esposa, e assim o fiz.
Fui morar com eles, fui trabalhar com eles; e realmente plantamos alface.
Disso tudo tirei uma lição maravilhosa. Afinal a gente só colhe o que planta.
Lá, plantei alface, melancia e abóbora.
E foi isso que lá colhi.
Aqui plantei a parte o mais importante de minha vida: meu coração.
E estou colhendo amizade, carinho e a acolhida do meu povo.
Moro aqui há quase 30 anos e não é porque fiquei menos de 2 anos fora que minha história seria apagada.
Tenho a tranquilidade de falar o que os que conhecem minha vida pessoal já sabem: não levei riquezas daqui para a Bahia.
Outra coisa que fiz lá foi descansar das correrias políticas, recarreguei as baterias depois de oito anos de muito trabalho.
O repouso da imagem também era necessário, pois ninguém consegue ser governo sem desgaste. Olhar de fora também era necessário, pois quando a gente se afasta consegue ver melhor.

P.P.A.: Qual mensagem você deixa para os mais de 50% da população que não votou em você?

D.L.: Quando alguém se elege a prefeito ele não é prefeito de si mesmo nem apenas das pessoas que o elegeram, mas sim de todos.
E é isso que vou fazer.
Quero surpreender os que não votaram em mim.
Podem ter certeza, o que estou pensando para esta gestão é diferente de tudo que se pensava anos atrás. Hoje estou bem mais maduro e preparado; em outra frequência e novo momento da vida. Me sinto preparado para governar esta cidade ouvindo as pessoas.
O momento agora é de preparar para que cada secretário de meu governo inicie no dia 1º de janeiro sabendo o que dever ser feito e quais metas precisa alcançar dentro dos respectivos prazos.
Para que isso dê certo, não permitirei que se faça das secretarias pequenas prefeituras.
A partitura musical construímos juntos, sendo pensada cada nota pelos que participaram da campanha, mas o regente sou eu. Trabalharemos para que tudo funcione em harmonia.

P.P.A.: O Social tem sido alvo de críticas neste governo que, inclusive, parou com importantes projetos como, por exemplo, o PIPA. O que podemos esperar para os que mais precisam em se tratando de Programas Sociais?

D.L.: Os programas sociais beneficiam aos que mais precisam. Por isso retomaremos projetos sendo um deles o PIPA, que já era uma espécie de escola em tempo integral, pois a criança ficava um período na escola e outro no projeto.
Quero reativa e ampliar esse projeto para outros bairros. Além de retomar e investir em projetos voltados para a juventude como, por exemplo, o pro-jovem urbano, pro-jovem rural e inclusão digital.
As parcerias com instituições também estão em nosso plano de governo, para isso precisamos contar com a participação de ONG’s sérias que já tenham serviços prestados. Juntos trabalharemos para arrancar alguns males da cidade, principalmente os que atingem as famílias e a juventude.
Penso assim ao mensurar que mais de 70% dos enterrados em nosso cemitério são jovens; e não acho isso uma coisa normal. Por isso precisamos mudar algumas coisas para virar esse jogo a nosso favor.
A primeira coisa que farei tão logo assuma é chamar todos aqueles envolvidos com a SEGURANÇA: Judiciário; Polícia Militar; Polícia Civil; Guarda Municipal;
Órgãos de trânsito; Poderes constituídos… …e toda a sociedade civil que queira participar desse grande projeto de esforço para diminuir no máximo a violência em nosso Município.

P.P.A.: Fala-se a cada dia que o período de exploração mineral em Carajás se resume a 20 anos. O que fazer para que Parauapebas não dependa exclusivamente da mineração?

D.L.: Não sou partidário do Apocalipse. Não é verdade que o minério acabará em 20 anos.
O que a Vale fez foi garantir ao mercado mundial que durante 20 anos não deixará faltar minério e não disse que depois acaba. Ainda temos inclusive muitas serras ricas em minérios que sequer foram tocadas pela Vale.
Mas independente disso é preciso sim fazer outros investimentos em fontes econômicas, uma espécie de motores auxiliares. Por isso investiremos em agricultura, pois tenho notado que todo Município que tem uma agricultura forte ele se fortalece.
Para isso é preciso investir na tecnologia de sementes, a irrigação, a hidroponia. Trabalharemos para abastecer o mercado local e em pouco tempo alcançar a capacidade de abastecer o estado do Pará.
A prefeitura vai financiar isso.

P.P.A.: Durante seus governos você enfrentou a Vale. Não acha que é preciso enfrenta-la para que se possa abrir áreas como, por exemplo, Garimpo das Pedras e FLONACA para se explorar o turismo ecológico?

D.L.: Eu nunca briguei para destruir a Vale; sempre briguei para que ela estivesse mais perto. Na verdade, a briga era com algumas pessoas dentro da Vale que barravam os interesses do povo.
A primeira briga foi com a desburocratização do acesso ao Núcleo Urbano de Carajás, pois eu achava humilhante a dificuldade que era para ir até lá. Defendo que haja o controle, mas não a proibição.
Tenho a convicção de que a Vale está hoje em outro momento e frequência o que possibilitará traze-la para dentro de nossos projetos com mais força e acredito que ela não se negará a contribuir para recuperar a economia da cidade priorizando que a mão de obra contratada pelas terceirizadas sejam de trabalhadores de Parauapebas.

P.P.A.: Quais seus projetos para educação no município?

D.L.: Não podemos deixar nossos estudantes chegarem ao ensino médio sem sabe sequer interpretar um texto, sem saber raciocinar, ler ou escrever direito.
Existe hoje uma cultura de que não pode reter o aluno em uma série. Mas é algo que quero mudar na educação deste Município, e aqui só vai passar de ano se tiver capacitado para exercer a próxima série.
Assim sendo, quero uma educação mais rígida onde o professor e ao aluno sejam respeitados em sala de aula. A preparação dos professores não será feita em cursinhos que duram dois dias, mas em mestrados e doutorados para que eles possam enriquecer o currículo.
No ponto de vista da estrutura é fundamental que continuemos na linha de construir novas escolas para acompanhar o crescimento da população estudantil.
Quanto ao ensino superior estaremos trabalhando para que a UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia) possa se tornar uma referência no Estado. Vamos contribuir para que ela tenha restaurante universitário, espaço de lazer e que além dos cursos mais voltados para a área agrária, iremos lutar por outros como, por exemplo, odontologia e farmácia.
Teremos ainda a implantação da UEPA (Universidade Estadual do Pará) que deve ser próximo à UFRA para assim facilitar a logística. Outro objetivo fundamental para mim é transformar o Hospital Geral de Parauapebas em Hospital Universitário; com isso teremos mais recursos para tratar bem nossos munícipes.

P.P.A.: O Hospital Geral de Parauapebas foi inaugurado e conta com uma empresa administradora que recebe quase R$ 100 milhões para administra-lo anualmente. Em sua gestão essa empresa vai continuar a comandar aquela estrutura de saúde pública?

D.L.: Meu objetivo é transformar esse hospital em Hospital Universitário. Esse que é meu objetivo.
Quanto à administradora terei que me embasar em referencias normativas; e o Conselho Municipal de Saúde e o Tribunal de Contas já deram parecer contrário à contratação da citada administradora.
Eu não sou doido de confrontar isso. Podem ter certeza que aquilo que os órgãos fiscalizadores competentes estão dizendo, aquilo será feito. Quero sair absolutamente limpo depois deste mandato sem entrar em nenhuma bola dividida.

P.P.A.: Durante a campanha seu governo foi anunciado como O GOVERNO DAS OPORTUNIDADES. O que pretende fazer para gerar oportunidades em Parauapebas?

D.L.: Com o fortalecimento da agricultura naturalmente serão atraídas as agroindústrias; as cooperativas também se fortalecem.
Outro foco econômico que pretendo fortalecer é o POLO MOVELEIRO e SERRALHEIRO. O Porto Seco para facilitar a escoação e recebimentos de produtos também aquecerá a economia local e possibilitará atrair mais investimentos para o município.
A contração de micro e pequenas empresas nas obras além da exigência de contração de mão de obra local com prioridade de 15% de jovens no primeiro emprego será outra exigência em meu governo.

P.P.A.: Como você espera que seja a transição de governo?

D.L.: Quando saí do governo quem entrou foi o Valmir da Integral; e fizemos uma transição como se deve.
Agora ele sai e eu retorno.
No dia seguinte após a eleição ele me ligou dizendo que as portas estão abertas para que se faça a transição. Pelo que notei, terei a mesma recepção que dei a ele na época.
Isso é importante. Afinal os palanques já se desmontaram e a vida continua.
A prefeitura não é minha nem do Valmir.
As coisas precisam acontecer normalmente para o bem do povo.

P.P.A.: Darci muito grato pela entrevista. Nós do Portal Pebinha de Açúcar lhe desejamos sucesso na administração e esperamos ter só boas notícias para escrever. Deixe suas considerações finais e agradecimentos à população:

D.L.: É muito importante que a imprensa fale a verdade. Temos o plano de fazer plenárias e convidamos a imprensa. Queremos que Parauapebas realmente atraia riquezas e seja grande. E isso só se faz com gente.
Queremos deixar Parauapebas doce igual ao Pebinha de Açúcar.

A entrevista foi transmitida ao vivo no Facebook do Pebinha de Açúcar, veja abaixo:

SALDO COMERCIAL: Parauapebas é o número 1 do Brasil

Saiu na tarde da última quinta-feira (6) o resultado da Balança Comercial por Município referente ao mês de setembro. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Como a reportagem do Portal Pebinha de Açúcar havia antecipado, o desempenho de Parauapebas no mês passado foi recorde, em termos de produção física.
A “Capital do Minério” exportou 13,59 milhões de toneladas de commodities, mas foi a mineradora multinacional Vale quem faturou 507,5 milhões de dólares como resultado dessas exportações. Parauapebas chupou o dedo, como sempre.

De janeiro a setembro deste ano, a Vale retirou 103,4 milhões de toneladas de minério de ferro. Para se ter ideia, do ano passado para cá, a empresa aumentou em 19,8% sua produção por aqui. No mesmo período de 2015, a Vale tinha extraído no município 86,3 milhões de toneladas de minério de ferro.
Este ano, em nove meses, a multinacional retirou em ferro praticamente a mesma tonelagem que lavrou durante o ano inteiro de 2013 – 104,89 milhões de toneladas.

Pelo brilhante desempenho nas estatísticas do MDIC, Parauapebas subiu de quinto para quarto maior exportador do Brasil, a um passo de derrubar o terceiro colocado, São José dos Campos (SP). A “Capital do Minério” exportou este ano 3,2 bilhões de dólares.
Seu lucro, porém, é o maior da nação: 3,14 bilhões – e é exatamente isso que importa para um Brasil em crise e, especialmente, para a Vale: apresentar superávit. Nesse quesito, Parauapebas é imbatível e continua, disparadamente, o melhor negócio do país, com quase um bilhão de dólares em lucro à frente do segundo colocado, Santos (SP).
Barcarena, com 1,16 bilhão de dólares de lucro, e Marabá, com 698 milhões de dólares, também estão entre os 20 municípios brasileiros que mais contribuem para manter o Brasil de pé na Balança Comercial. É um fardo pesado para localidades que vivem basicamente da exportação de produtos primários.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Cai o valor dos royalties recebidos pelas prefeituras de Parauapebas, Marabá, Canaã e Curionópolis

Às 15 horas da última quarta-feira (5), as prefeituras da região encheram os cofres com royalties de mineração repassados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), conforme a reportagem do Portal Pebinha de Açúcar havia adiantado. A de Parauapebas pegou R$ 13,28 milhões; a de Marabá, R$ 2,99 milhões; a de Canaã dos Carajás, R$ 1,26 milhão; e a de Curionópolis, R$ 650 mil.

Houve queda nos valores. Parauapebas, por exemplo, recebeu o segundo menor valor do ano e 33,7% a menos que os R$ 20,03 milhões recebidos em fevereiro, pico de 2016. Marabá também embolsou o segundo menor valor do ano; seu pico foi R$ 5,78 milhões em março.
Entre outros motivos para a queda nas cotas está a freada do dólar frente ao real, o que impacta nos repasses que são feitos em moeda nacional.
Nas últimas 24 horas, o preço da tonelada de minério de ferro – maior pagador de royalties de mineração do país e do qual se beneficiam Parauapebas e Curionópolis – ficou em 55,11 dólares. Já a tonelada de cobre – que abastece as contas de Marabá e Canaã – ficou em 4.806 dólares.

PRODUÇÃO E LUCRO
Vale divulga seus relatórios; comunidades ignoram

No próximo dia 20, a multinacional Vale, rainha da extração mineral na região, fará sua zoada lá no Rio de Janeiro, divulgando o “Relatório de Produção do 3º Trimestre” (ou simplesmente RP 3T16). Por meio desse documento, que contabiliza a lavra de minérios dos meses de julho, agosto e setembro, é possível verificar quanto já saiu em ferro, manganês, cobre e ouro dos municípios da região. É um dos indicadores anuais – e bem detalhados – da pressa que a empresa tem em retirar tudo por aqui.
Uma semana depois, no dia 27 de outubro, a Vale vai divulgar seu balanço financeiro referente ao mesmo trimestre. A diferença entre um relatório e outro é que o primeiro mostra basicamente quantas toneladas de minérios foram retiradas; e o segundo é uma espécie de “cereja do bolo”: expõe quanto a empresa faturou com as toneladas exportadas.
São dois documentos que muito interessam ao mercado financeiro, mas que, a rigor, deveriam interessar sobremaneira à população da região onde a Vale atua para que as comunidades possam cobrar responsabilidade social a partir dos números que a multinacional apresenta e que trazem cifras de produção e de lucro em Carajás estratosféricas. Lamentavelmente, a sociedade é a primeira a se fazer de doida e a não dar importância à questão, que, no mais das vezes, está diretamente relacionada à dinâmica local diária.

Reportagem: André Santos

Crescimento irregular da próstata pode ser o motivo da disfunção erétil

Um dos principais sinais de que existe um aumento da próstata é a dificuldade para urinar. A Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) corresponde ao inchaço da glândula, mas não significa que a região esteja comprometida pelo desenvolvimento de um câncer.

A hiperplasia da próstata está ligada ao envelhecimento natural do organismo, por isso é extremamente comum que homens na terceira idade tenham alguma disfunção no órgão, porém, apenas 40% dos homens que têm HBP irão apresentar algum sintoma, sendo que 60% deles podem simplesmente não perceber alguma anormalidade na próstata.

Um dos principais sintomas, a dificuldade para urinar, ocorre porque o aumento da glândula acaba pressionando a uretra – canal por onde passa a urina – dificultando esse fluxo. Por isso é normal que homens que sofrem com a próstata aumentada tenham que fazer mais força para urinar, sentem que não conseguem esvaziar totalmente a bexiga e acabam aumentando a quantidade de vezes que precisam ir ao banheiro.

Outro sintoma possível de que existe algum problema com a próstata é a disfunção erétil, prejudicando a vida sexual. Os sintomas da HPB podem ser contornados com a utilização de medicamentos como a Tadalafila, desde que recomendados por um médico que faz o acompanhamento do quadro, porém, existe também a possibilidade de que somente a intervenção cirúrgica possa solucionar o problema. O processo cirúrgico pode ser realizado com diversas técnicas, porém, o seu objetivo principal é reduzir o tamanho da próstata para que ela não causa mais desconfortos, nem contribua com o surgimento de outras doenças, como problemas renais devido à dificuldade de urinar.

Quando algum desses sintomas é identificado, é essencial procurar auxílio médico para iniciar o tratamento o quanto antes e garantir a qualidade de vida, evitando o agravamento do quadro, já que a próstata pode continuar aumentando de tamanho caso o paciente não se cuide.

Perícia descarta suicídio e policial militar é preso acusado de matar a jovem Mikaely

No dia 31 de agosto passado, a jovem Mikaely Steffany Ferraz Spinola, 22 anos, foi encontrada morta em sua residência vítima de um disparo de arma de fogo. Com ela, no momento do disparo, estava o Cabo PM Gleidson Maciel (foto), lotado no 23º Batalhão de Polícia Militar de Parauapebas.
Segundo a Polícia Civil, à época, o caso tratar-se-ia de um suicídio, já que conforme depoimento prestado pelo militar, a jovem havia lhe enviado uma mensagem, via celular, minutos antes do disparo anunciando o suicídio.

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No mesmo dia, a delegada Yanna Kaline W. de Azevedo, da Polícia Civil em Parauapebas, solicitou que o Centro de Perícias Científicas Renata Chaves realizasse perícia de local de crime com cadáver e provas foram colhidas na tentativa de confirmar a afirmação do Cabo PM.

Em laudo pormenorizado de 26 laudas assinado pelo perito Celso Bandeira de Sá, o perito afirma categoricamente que, após analisar todas as provas, a posição em que o corpo foi encontrado, e simular situações que podem ter provocado a morte de Mikaely, chegou a conclusão de “tratar-se de morte violenta, do tipo HOMICÍDIO, pela ação de instrumento perfurocontundente (projétil de arma de fogo), no local e nas circunstâncias descritas no laudo”.

Afirma ainda o laudo: a forma e localização da lesão observada no cadáver são consideradas atípicas para a caracterização de um suicídio. Para corroborar a conclusão que foi homicídio, o perito cita que:

não havia sinais de arrombamento, ou de luta no imóvel;
não havia bilhetes ou medicamentos que pudessem corroborar com a tese de suicídio cometido pela vítima;
as manchas de sangue na forma de projeções de alta energia na parede da cabeceira da cama e na forma de concentração impregnadas no lençol do colchão da cama sob a vítima indicam que ali foi o seu sítio de agressão;
o disparo foi efetuado de forma encostada na região clavicular à direita, com o lado inferior da borda do cano da arma ligeiramente descolado da pele, o que ocasionou a zona de chamuscamento ao redor da ferida e o formato ligeiramente elíptico da lesão;
a boca do cano da arma incidiu de forma oblíqua em relação ao eixo longitudinal do corpo naquela região anatômica, acompanhando o sentido do osso clavicular;
a posição final de alojamento do projétil no interior do corpo (região escapular à direita) descreve um trajeto descendente e de tendência anterior/posterior (entrada na região clavicular à direita e alojamento na região escapular à direita)
Quanto aos testes simulados de ergonomia da vítima e agressor, admitindo-se as hipóteses de suicídio e homicídio e com a discussão relatada, o perito instrui que:
a postura que a vítima teria que assumir com ambas as mãos , para produzir a lesão descrita, em caso de possível suicídio, revelaria um grau de dificuldade ergonômica extrema para a execução do movimento necessário;
a forma e localização da lesão observada no cadáver são consideradas atípicas para a caracterização de suicídio;
sob a hipótese de homicídio, o agressor apresentava ergonomia compatível para posicionar a arma na posição (que provocaria os efeitos na lesão e o trajeto do projétil no corpo) e acionar o gatilho, sobretudo com a vítima com o tronco em elevação.

O laudo afirma, ainda, que o método de alvejamento do corpo utilizado pelo agressor, associado às características da lesão verificada, a ausência no local do instrumento que produziu tal ferida, determina a natureza da morte como violenta, do tipo HOMICÍDIO, em que houve emprego de instrumento perfurocontundente manuseado por, pelo menos, um atirador.

Resumindo, o perito, com base no que foi apresentado, admite a dinâmica parcial e provável em que: Mikaely Steffany Ferraz Spínola estava sobre a cama, com tronco em elevação, quando foi abordada pelo agressor e recebeu disparo de arma de fogo efetuada de forma encostada, produzindo a lesão já referida, em seguida desfaleceu ali e permaneceu naquela posição até a chegada do perito, produzindo assim as manchas de sangue por produção de alta energia na parede e por concentração sob o corpo, evidenciando o local da agressão, vindo a falecer em função da gravidade da lesão experimentada.

Com o laudo em mãos, a Polícia Civil do Pará, deu entrada no pedido de prisão preventiva do cabo PM Gleidson Maciel sob a alegação que o mesmo teria assassinado a jovem Mikaely. O militar, que havia solicitado férias logo depois do ocorrido e voltou a trabalhar no dia 1º de outubro, recebeu hoje (07) voz de prisão do delegado Gabriel Henrique Alves Costa, diretor da 20ª Seccional de Polícia Civil de Parauapebas e delegada Yanna Kaline W. de Azevedo (presidente do inquérito), em cumprimento ao Mandado de Prisão expedido pelo juiz Líbio Araújo Moura, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Parauapebas.
O cabo PM foi preso no Quartel da PM de Parauapebas e na hora da prisão estava presente um representante da Corregedoria da Polícia Militar do Pará.

Reportagem: Zé Dudu / Blog do Zé Dudu

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