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OPERAÇÃO TIMÓTEO: Justiça concede habeas corpus a Darci Lermen

O prefeito eleito e diplomado nas eleições de 2016, Darci José Lermen (PMDB), conseguiu através de seus advogados um habeas corpus na noite de sábado (17) direto na Justiça Federal em Brasília (DF), e agora, não pode ser preso pela Polícia Federal.

De acordo com informações obtidas pela equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar, através de sua assessoria, Darci chega à Parauapebas na noite deste domingo (18) para dar seqüência à transição, terminar de compor sua equipe e se preparar para ser empossado pela terceira vez prefeito no dia 1 de janeiro de 2017.

Ao tomar conhecimento do mandado de prisão temporária em seu nome, Darci acionou seu departamento jurídico que imediatamente protocolou em Brasília (DF) um pedido de habeas corpus, aceito ontem, sábado (17), pela Justiça Federal. A defesa sustentou que a expedição do mandado de prisão foi considerada arbitrária, já que o juízo federal não considerou a situação de Darci Lermen, cidadão recentemente eleito pela terceira vez prefeito de Parauapebas, que possui residência fixa e estava em viagem.
Agora, sem mandado de prisão contra si, Darci irá se apresentar espontaneamente à PF para prestar os esclarecimentos.

Ao comparecer na Polícia Federal, Lermen irá prestar esclarecimentos sobre a acusação de que teria recebido R$ 59 mil dos royalties de mineração na época em que foi prefeito. Trata-se da operação Timóteo, desencadeada pela Polícia Federal em vários municípios mineradores do Brasil e que também faz investigações no Pará.

“Em vários veículos de comunicação, passou-se a divulgar a informação de que Darci estaria foragido de Parauapebas, o que não é verdade, já que, além de não saber de qualquer mandado de prisão temporária em seu nome, o prefeito eleito estava em viagem acompanhando sua esposa em tratamento de saúde”, afirmou a assessoria de Darci, através de nota.

Harpians Moto Clube realiza ação Natal Solidário

Com a aproximação do período de natal e fim de ano, várias entidades realizam eventos beneficentes que têm o objetivo de ajudar pessoas carentes, seja na distribuição de alimentos ou com a doação de brinquedos para crianças.

Em Parauapebas, através de uma bonita iniciativa, membros do Harpians Moto Clube fizeram a distribuição de vários brinquedos e cestas básicas. A entidade beneficiada é de responsabilidade do Pastor Evangélico Fernandes, que trabalha na área de libertação de dependentes químicos.

Em declarações prestadas à reportagem do Portal Pebinha de Açúcar, Daniel Lopes, presidente do Harpians, afirmou que o Moto Clube tem por finalidade além de curti o mundo duas rodas entre amigos, levar apoio para aqueles que mais precisam de ajuda em Parauapebas e região. “O Harpians Moto Clube tem como base de sua existência, amizade, família e liberdade”, disse.

Maior projeto de mineração do mundo promove Canaã e ameaça Parauapebas

Desde o último sábado, 17 de dezembro, a mineração de ferro na região de Carajás nunca mais será a mesma. Em Canaã dos Carajás, a mineradora multinacional Vale inaugurou o Complexo S11D “Eliezer Batista”, o maior investimento da história da indústria extrativa mineral desde o Paleolítico e cujo nome de batismo homenageia um engenheiro civil que foi presidente da mineradora por duas vezes.

O complexo S11D (também chamado de Projeto Ferro Carajás S11D) é um empreendimento tão grandioso para o mercado financeiro e, sobretudo, para a balança comercial brasileira que até o presidente Michel Temer abriu espaço na agenda para contemplar seu start-up. Seria a primeira vez em que Temer colocaria os seus “imolháveis” pés em solo nortista desde que foi colocado no cargo de presidente da República.
Porém, alegando forte chuva na região de Carajás, o Palácio do Planalto desmarcou a presença do presidente ao evento em Canaã, onde populares o aguardavam prontíssimos e a postos para uma manifestação recheada de interdição de rodovia e fogo em pneus.

REFLEXÃO

Para além de seus números grandiosos, que a mídia do Brasil inteiro apenas replica dos releases distribuídos pela Vale, a operação de S11D é vetor de uma série de transformações que vão começar a ser percebidas, inicialmente de forma tímida, na região sudeste do Pará. A principal delas será socioeconômica.

Projeto pensado e executado com bastante esmero pela Vale, a empresa apostou todas as fichas em Canaã dos Carajás em 2006, até então um pacato município com 30 mil habitantes, que havia sido sacudido dois anos antes na implantação de outro projeto, o Sossego, criado pela mesma empresa para extração de cobre. Dez anos atrás, os primeiros estudos de capacidade técnica e viabilidade econômica apontavam que S11D seria um sucesso comercial.

Assim, para colocá-lo em atividade hoje, a Vale teve de fazer diversas renúncias, encerrar projetos abruptamente, realizar desinvestimentos, vender ativos e se endividar por acreditar num retorno certo e imediato. A empresa poderia muito bem abrir novas frentes de lavra na Serra Norte, porção de Carajás que se localiza em Parauapebas, onde já mantém operações, e explorar os corpos de N1, N2, N3, N6, N7, N8 e N9, platôs nos quais — embora dispersos — ainda há reserva total de minério de alto teor estimada em 854 milhões de toneladas. Mas não. Seria muito burocrático, custoso e sem um décimo do retorno projetado para S11D.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Sina de Parauapebas é tornar-se depósito de ferro velho da Vale

A Vale não esboça planos para explorar os demais corpos de minério de ferro existentes em Parauapebas porque, para acesso a muitas jazidas, seria necessário gastar uma fortuna com logística; a totalidade de minério desses corpos (854 milhões de toneladas) daria para somente seis anos de lavra, considerando-se que a produção da Serra Norte, em Parauapebas, deve ficar em 137 Mtpa em 2016 — que, somados a 5 Mtpa da Serra Leste, em Curionópolis, vão totalizar 142 Mtpa no complexo minerador do Sistema Norte.

Como há muito mais minério na Serra Sul, porção de Carajás que está no município de Canaã, especificamente nos blocos C, B e A do corpo S11 (o que vai começar a ser lavrado é apenas o bloco D, daí o nome S11D), Parauapebas será gradativamente esquecido e, fatalmente, vai perder receitas. Isso é fato incontestável, haja vista serem os minérios recursos finitos.

Os projetos que a Vale possui para o município, todos parados, têm custo elevado e retorno incerto. A mineradora não pretende tornar a região um bolsão de cobre e níquel, uma vez que são recursos menos abundantes e com vida útil mais curta que o minério de ferro. E já tem alguns deles, aqui mesmo na região, para cuidar.

Há projetos que dependem rigorosamente de logística, muitas vezes necessitando de a empresa mover céus e terras para passar com o trem ou com seus maquinários, além de estarem em área de proteção ambiental, cuja exploração carece de licenças que não saem tão rápido. Os passivos ambientais e sociais são enormes e, no mais das vezes, não compensam pelo retorno pífio que se vislumbra.

Nos últimos cinco anos, dos oito projetos entregues pela Vale na região, apenas um (Carajás Adicional 40 Mtpa, em 2013) contemplou Parauapebas. Um outro (Serra Leste, em 2014) foi em Curionópolis, dois (Salobo 1 e Salobo 2) em Marabá e os outros quatro (Píer 4 no Berço Sul, em 2013; Píer 4 no Berço Norte, Ramal Ferroviário e Complexo “Eliezer Batista” este ano) contemplaram diretamente o S11D, com impacto sobre Canaã dos Carajás.

De mais a mais, o carro-chefe da cesta de produtos da Vale é o minério de ferro, assunto no qual ela é especialista, reina absoluta e é imbatível pela qualidade do produto que distribui. Por causa do minério, e para centrar esforços nele, ela já se desfez de muitos projetos, o que vários analistas julgaram ser loucura.

É certo, ainda assim, que, em se tratando de minério de ferro, Parauapebas deve continuar reinando até a próxima década, quando Canaã, por questões técnicas e financeiramente óbvias, deve pegar o bastão — mesmo que, a partir de agora, já seja o centro das atenções. Quando S11D estiver a operar com carga máxima, Parauapebas entrará em estado de alerta.

Ainda que muitos insistam em duvidar, todos os corpos de minério mapeados pela Vale (estimados, medidos e provados) no município de Parauapebas sinalizam para exaustão em menos de 20 anos, considerando-se a atual frente de lavra. Se, até lá, não dispuser de uma carta econômica na manga, a “Capital do Minério” decretará falência.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Vale aguenta ‘rojão’ com minério a preço de até 28,50 dólares

Como S11D compensa os custos, seu start-up é fundamental, especialmente num cenário instável de preços. Aliás, esse é um dilema que o próprio S11D ajudará a embolar, uma vez que, ao se despejar mais minério na praça, o preço tende a cair. Na última sexta-feira (16), véspera do início dos trabalhos no complexo, o preço da tonelada do minério de ferro estava em 81,49 dólares para entrega imediata, mas analistas de bancos e de commodities anunciaram que o preço deverá cair para a média de 55 dólares em 2017, especialmente por causa do despejar de mais minério, como fará S11D. A Vale aguenta, sem que sua produção torne-se prejuízo, o preço até o piso de 28,50 dólares — o chamado ponto de equilíbrio de preços da mineradora (ou “break-even”).

Para minimizar os riscos e continuar a obter margem significativa a fim de cobrir despesas e dívidas, a Vale decidiu esticar seu rump-up em quatro anos, ou seja, vai aumentar a produção de S11D gradativamente até chegar ao pico de 90 milhões de toneladas por ano (Mtpa) em 2020. A produção comercial tem início em janeiro próximo, mas, neste momento, a capacidade máxima a ser atingida no raiar da próxima década é de 75 Mtpa por restrições logísticas. Mesmo assim, S11D deverá partir de algo em torno de 30 Mtpa ano que vem.

ROYALTIES

Com o preço do minério caindo ou subido, a Prefeitura de Canaã dos Carajás vai passar a viver tempos melhores. Nos próximos quatro anos, com o projeto retirando minério de ferro a plenos pulmões, a receita per capita da prefeitura será muito maior que a de Parauapebas. Em linhas gerais, os impostos, as taxas e as compensações advindos de S11D tornarão a Prefeitura de Canaã proporcionalmente mais rica que a de Parauapebas.

O próprio Governo do Estado estima faturar, por ano, cerca de R$ 60 milhões com taxas sobre as costas de Canaã. Já a prefeitura, considerando-se a média do preço do minério este ano, chegará a um pico de R$ 115 milhões apenas com royalties de mineração.

Por outro lado, passado o período de “estágio” de funcionamento da mina de S11D, que geralmente demora quatro ou cinco anos para se consolidar e mostrar ao mercado a que veio, o empreendimento vai concorrer diretamente com as minas de Parauapebas, as quais, segundo a Vale, têm data de exaustão prevista para 2034, conforme declaração da própria empresa na página 71 de seu Relatório Anual 2015 distribuído a investidores no primeiro semestre deste ano.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Minério de Canaã tem custo operacional menor que o de Parauapebas

Que a Vale não tem grandes expectativas ou novidades com relação a Parauapebas, isso é fato. No mapa de geografia comum, Canaã assumiu o lugar nos planos da empresa desde que ela decidiu colocar S11D em prática, mas essa inversão de prioridades só começará a ser sentida de agora para frente. A empresa tem vários projetinhos na gaveta mirando o solo de Parauapebas, mas nenhum atraente ou economicamente viável no momento. Ela não é boba e quer focar em rentabilidade, uma vez que tem dívida bilionária para quitar. E é Canaã dos Carajás que, em grande parte, pagará essa dívida 24 horas por dia.

A regra é clara, “Arnaldo”: o custo operacional de S11D, em Canaã, deve ficar em 7,70 dólares por tonelada, imensamente melhor que o custo do projeto Ferro Carajás, em Parauapebas, que ficou em 13,20 dólares (quase o dobro) no último balanço financeiro apresentado pela Vale, referente ao terceiro trimestre deste ano. Logo, lavrar ferro em Canaã é prioridade econômica número um.

É preciso reduzir custos para fazer caixa e pagar os “agiotas”. E se preparar para o cenário de concorrência voraz, no qual o produto dos australianos chega muito mais rápido ao principal comprador do minério brasileiro.

A saber, o custo operacional do minério da região considera o produto entregue no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão. Dali, é embarcado, principalmente, para siderúrgicas chinesas, que representaram 45% do mercado consumidor. A alta qualidade do minério de Carajás (seja de Parauapebas, seja de Curionópolis, seja de Canaã dos Carajás) e a redução do custo operacional são itens importantes para compensar a distância geográfica entre a Vale e seus principais concorrentes australianos em relação à China. Atualmente, um navio da Vale demora 45 dias para chegar aos portos chineses, enquanto os australianos fazem isso em 15 dias.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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