Mais de 155 milhões de brasileiros foram às urnas no dia 2 de outubro para escolher deputados federais, estaduais, senadores, governadores – em alguns casos – e vão ter que voltar no próximo dia 30 para escolher o novo presidente. Chegaram ao segundo turno Jair Messias Bolsonaro (PL), atual presidente, e Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT.
Muito se fala dos impactos que as disputas políticas podem trazer aos cenários econômicos de estados e do país e uma pergunta que pode surgir é que influência um segundo turno pode ter na economia do país.
O investidor André Janeiro Dias traçou um prognóstico do que houve até aqui após o primeiro dia de votação das eleições deste ano.
Segundo ele, até mesmo os erros dos institutos de pesquisas refletiram na área econômica brasileira.
“O mercado abriu a segunda em alta, com o dólar em queda. Isso porque foi possível enxergar que a diferença entre Lula e Bolsonaro não foi tão grande, que a população ainda está dividida e que a disputa permanece aberta”, falou.
“Porém o fato de termos tido muitos governadores e outros cargos de direita eleitos, isso soou positivo porque o mercado entende que independente de quem ganhe a bancada de direita ficou a maior e não devemos ter tanta mudança em relação a condução econômica atual “, emendou.
Ainda falando de possíveis mudanças, André disse ser oportuno relembrar também uma recente fala sua apontando quais ações podem valorizar ou desvalorizar com a vitória de Lula ou de Bolsonaro.
“O Lula já deixou claro que vai fortalecer programas como por exemplo o Fies. Diante disso, ações do mercado educacional poderiam, em caso de vitória dele já no domingo, se valorizar naturalmente, como por exemplo a Ser (SEER3), a Yduqs (YDUQ3) e a Cogna (COGN3). Mas isso não aconteceu”, falou.
“Por outro lado, ele lembrava que ações da Petrobras (PETR4) poderiam se desvalorizar quase que automaticamente com uma vitória do Lula. Porque trata-se de uma empresa estatal e que o mercado enxerga a possibilidade de privatização com bons olhos. A queda das ações pode ser atribuída ao fato de que o ex-presidente sinaliza que não haverá privatização caso ele chegue à presidência”, completou.
Em resumo, segundo André, os investimentos previstos para a Companhia em caso de privatização caem quase que imediatamente em caso de vitória do petista. André pontuou ainda que as projeções em um panorama geral ficam remotas porque dependem de inúmeros fatores, dentre eles a formação de uma nova equipe econômica em caso de êxito do ex-presidente já no 1° turno, que acontece no próximo domingo.
À época, André falou também que a bolsa é muito baseada nas ações do Ministério da Economia, por exemplo. Essa pasta pode contar, em caso de vitória do petista, com nomes como o do velho conhecido Henrique Meireles. Diante disso, é preciso esperar as decisões e planos dele. Mas, olhando de hoje, ações da área de educação e de construtoras para o mercado de baixa-renda devem ser as beneficiadas inicialmente com uma possível vitória do Lula”.