Preço do fruto segue em alta pelo segundo ano consecutivo, impulsionado por fatores climáticos e pela entressafra, tornando o consumo mais caro para a população
O açaí, assim como o café para muitos brasileiros, é um item indispensável na mesa dos paraenses. No entanto, quem não abre mão do prato típico terá que preparar o bolso. O preço do fruto segue em alta pelo segundo ano consecutivo, com reajustes significativos que impactam tanto os consumidores quanto os comerciantes.
Em 2023, o preço do açaí já havia aumentado quase 9%. Em 2024, o reajuste foi ainda maior, chegando a 25%. A expectativa para os próximos meses não é animadora, especialmente porque o Pará está no período de entre safra, o que reduz a oferta e eleva ainda mais os valores.
Segundo Wesley Oliveira, especialista no setor, a alta tem múltiplas causas. “A questão climática afeta toda a produção de alimentos, e com o açaí não é diferente. Secas intensas ou um inverno amazônico rigoroso comprometem a produção, somando-se à alta demanda do fruto”, explica.
Para os comerciantes, o impacto nas vendas já é evidente. Seu Daniel, que trabalha no ramo do açaí, relata a dificuldade. “O saco de açaí está custando quase R$150, e o litro está sendo vendido por R$28. Com esse preço, muitos clientes deixam de comprar, e as vendas caem bastante”, afirma.
Além da entressafra, outro fator que pesa no bolso dos consumidores é a necessidade de buscar açaí em regiões mais distantes, já que a produção local já não supre a demanda. Assim, os paraenses que não vivem sem o seu açaí diário terão que gastar mais para manter essa tradição.
Reportagem: Hilda Barros | Da redação do Portal Pebinha de Açúcar