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Projeto seleciona estudantes para pesquisa ambiental sobre mudanças climáticas em Parauapebas

Iniciativa financiada pelo Fundo da Criança e do Adolescente prevê bolsas mensais e articulação para participação na COP 30, em Belém

Está aberto o processo seletivo para a escolha de 17 alunos do ensino médio da EEEM Eduardo Angelim Anexo VII – Cedere I, localizada na zona rural de Parauapebas, que irão participar do projeto de pesquisa “Mudanças Climáticas na Região de Carajás nos últimos 15 Anos”. A iniciativa é uma parceria entre o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FUMDCAP) e a empresa Amazon Sar, com coordenação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDCAP).

O edital foi publicado na última quarta-feira (21), no Diário Oficial do Município, e estabelece diretrizes para participação dos alunos em um programa educacional que alia teoria, prática científica e visitas técnicas, além do recebimento de bolsa mensal de R$ 350,00 entre os meses de junho e novembro de 2025 (exceto julho).

Educação ambiental com foco na juventude
Com foco na formação cidadã, ambiental e científica de adolescentes entre 14 e 17 anos, o projeto busca despertar o interesse por temáticas relacionadas às mudanças climáticas e sustentabilidade. As atividades incluem aulas teóricas, pesquisa de campo, oficinas práticas, visitas à Mina de Ferro da Vale e ao Parque Nacional dos Carajás, além da produção de um artigo científico.

O objetivo é promover a integração entre educação e proteção ambiental, estimulando o protagonismo juvenil em pautas socioambientais urgentes e preparando os estudantes para a atuação ativa em suas comunidades.

Critérios e inscrições
Para participar, os candidatos devem estar regularmente matriculados no ensino médio da EEEM Eduardo Angelim Anexo VII, ter entre 14 e 17 anos, demonstrar interesse pelas temáticas ambientais, e apresentar autorização dos responsáveis, além de uma carta de motivação com no mínimo 21 linhas.

As inscrições podem ser feitas até o dia 23 de maio, presencialmente, por meio da direção da escola, ou por e-mail, com o envio dos documentos para comdcap@parauapebas.pa.gov.br.

A seleção dos bolsistas será feita com base em três critérios principais: carta de motivação, histórico escolar e entrevista presencial, todos avaliados por uma comissão do COMDCAP.

Etapas e possíveis representantes na COP 30
As atividades do projeto terão início em 1º de junho, com a aula inaugural. Ao longo da execução, o COMDCAP pretende articular com órgãos competentes a possibilidade de que ao menos cinco alunos selecionados participem como representantes do projeto na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em Belém, em 2025.

A escolha desses representantes será baseada em critérios como engajamento nas atividades, contribuição para o artigo científico e capacidade de comunicação.

Financiamento e legalidade
O projeto é financiado integralmente com recursos do FUMDCAP, conforme previsto na Lei Municipal nº 4.572/2014, que permite o investimento em ações de proteção integral à criança e ao adolescente, especialmente nas áreas de educação ambiental e sustentabilidade.

A proposta foi aprovada por unanimidade em reunião ordinária do COMDCAP em janeiro e ratificada na reunião extraordinária de 8 de maio, já sob a nova composição do Conselho para o biênio 2025/2027.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail comdcap@parauapebas.pa.gov.br ou diretamente na sede do Conselho, localizada na Rua 11, nº 21 – Chácara do Sol.

Condenados os assassinos de professor morto a tiros na Rodoviária de Parauapebas

Latrocínio que chocou a cidade em fevereiro de 2024 termina com penas de até 28 anos de prisão para os envolvidos

Após mais de um ano de comoção e investigações intensas, a Justiça do Pará concluiu o julgamento do crime que vitimou o jovem professor Kaique José Dias Oliveira, assassinado a tiros no Terminal Rodoviário de Parauapebas. O Tribunal do Júri da Comarca de Parauapebas, reunido na última terça-feira (20), condenou Rafael Dias Rocha e Bruno Santos Ribeiro por latrocínio — roubo seguido de morte.

Rafael, que confessou ser o autor dos disparos, foi condenado a 28 anos de prisão em regime fechado. Já Bruno, considerado cúmplice no crime, recebeu uma pena de 27 anos, também a ser cumprida em regime fechado. O julgamento durou cerca de 12 horas.

“Confundi com um rival”, diz autor dos disparos
Durante o depoimento prestado em plenário, Rafael surpreendeu ao declarar que teria confundido a vítima com um suposto membro de uma facção rival. Segundo ele, o disparo não teria sido motivado por intenção de roubo, mas por vingança equivocada. No entanto, as provas reunidas ao longo da investigação — que incluíram vídeos de câmeras de segurança e diligências conduzidas pela Polícia Civil do Pará com apoio da PC de Goiás — apontaram para o crime de latrocínio.

Prisões e investigação
A elucidação do caso foi resultado da ação conjunta entre investigadores da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Parauapebas e da Divisão de Homicídios, com apoio da Polícia Civil de Goiás. Bruno Ribeiro foi o primeiro a ser localizado, o que possibilitou a localização de Rafael, preso em Cidade Ocidental (GO), em 8 de março de 2024 — pouco mais de uma semana após o crime.

As imagens captadas pelas câmeras do terminal foram decisivas para confirmar a dinâmica do crime e identificar os autores.

Relembre o caso
O crime aconteceu no início da madrugada do dia 27 de fevereiro de 2024, por volta de 1h, no Terminal Rodoviário de Parauapebas, no Bairro Beira Rio. Kaique José, de apenas 24 anos, havia acabado de desembarcar de um ônibus vindo de Marabá, cidade onde morava, e se dirigiu até um caixa eletrônico para sacar dinheiro. Foi nesse momento que foi surpreendido pelo criminoso, que efetuou diversos disparos, sem chance de defesa.

Kaique atuava como professor de matemática em uma escola particular de Parauapebas e era muito querido por seus alunos. A notícia de sua morte causou comoção entre a comunidade escolar e nas redes sociais.

O corpo foi levado de volta a Marabá, onde foi sepultado por familiares e amigos.

Justiça foi feita
Com a condenação dos dois acusados, familiares e amigos do professor esperam que o desfecho judicial traga algum alívio diante da tragédia. O caso, que gerou revolta na população pela brutalidade e aparente motivação fútil, agora passa a integrar as estatísticas de crimes solucionados no município.

Publicada lei que cria Escola Cívico-Militar na rede municipal de Parauapebas

Lei foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (21) e prevê início das atividades pela Escola Municipal Nelson Mandela

A Prefeitura de Parauapebas oficializou, por meio da Lei nº 5.565/2025, a criação do Programa Escola Cívico-Militar na rede pública municipal de ensino. A nova legislação foi sancionada pelo prefeito Aurélio Goiano e publicada na edição do Diário Oficial do Município desta quarta-feira (21), marcando uma mudança significativa na gestão educacional de parte das escolas da cidade.

De acordo com o texto da lei, o programa será iniciado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nelson Mandela, localizada no Bairro Tropical, e poderá ser expandido para outras unidades, a depender de critérios técnicos definidos pela Secretaria Municipal de Educação (Semed). A proposta é adotar um modelo de gestão compartilhada entre educadores e profissionais da segurança pública, com foco na melhoria dos índices educacionais, no fortalecimento da disciplina e na promoção da cultura de paz.

Estrutura e funcionamento
O modelo cívico-militar previsto para Parauapebas consiste na conversão de escolas municipais já existentes — ou implantação em novas unidades — para um formato de gestão que une práticas pedagógicas tradicionais a elementos da cultura militar, como organização, civismo e valores de responsabilidade e respeito.

Para viabilizar o funcionamento do programa, a prefeitura poderá firmar convênios com órgãos de segurança pública estaduais ou utilizar a estrutura da Guarda Municipal. Esses agentes atuarão em conjunto com os profissionais da educação, de forma integrada e respeitando os marcos legais da Constituição, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e dos direitos humanos.

Objetivos do programa
Entre os principais objetivos da nova política educacional estão:

  • Elevação dos indicadores de desenvolvimento da educação básica, como o IDEB;
  • Melhoria do ambiente escolar, com foco na segurança e no combate à violência;
  • Fortalecimento da gestão escolar com ênfase na cidadania, no civismo e no respeito mútuo;
  • Integração da comunidade escolar no processo de ensino-aprendizagem.

O ingresso de estudantes no modelo será facultativo, ou seja, dependerá da escolha dos pais ou responsáveis no momento da matrícula. Já os uniformes serão custeados pela prefeitura, garantindo o acesso universal ao programa sem custos adicionais às famílias.

Escolas serão selecionadas por critérios técnicos
A expansão do programa dependerá da análise de indicadores técnicos como vulnerabilidade social, histórico de violência no entorno das escolas e desempenho acadêmico. Unidades com maior necessidade de intervenção terão prioridade para aderir ao modelo.

A Secretaria Municipal de Educação será responsável pela coordenação, monitoramento e avaliação do programa, bem como pela formação continuada de profissionais envolvidos, elaboração de planos de ação e articulação com os órgãos parceiros.

Avaliação e regulamentação
Conforme determina a nova legislação, a Semed deverá realizar avaliações anuais sobre os impactos do programa e poderá editar normas complementares para sua execução. O Poder Executivo tem até 180 dias para regulamentar todos os procedimentos administrativos e pedagógicos relacionados à aplicação da nova política.

A implementação do Programa Escola Cívico-Militar em Parauapebas representa mais um passo da atual gestão municipal no sentido de promover mudanças estruturais no sistema educacional, apostando em um modelo que já tem sido testado em outras cidades brasileiras e que promete ser uma alternativa para escolas com maior índice de vulnerabilidade e desafios de gestão.

Confusão entre MST e Polícia Civil marca nova ocupação da Estrada de Ferro Carajás em Parauapebas

Arma de policial foi tomada durante manifestação; Vale suspende circulação do trem de passageiros e MST promete manter protestos até que demandas sejam atendidas

Uma manifestação organizada por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocorrida na manhã desta quinta-feira (22), voltou a interditar a Estrada de Ferro Carajás (EFC), na altura da zona rural de Parauapebas, no trecho conhecido como Estrada Três Voltas, entre Palmares II e a localidade do Rio Branco. O ato, que reuniu aproximadamente 6 mil pessoas, faz parte da chamada Jornada de Lutas por Reforma Agrária Popular e Defesa do Meio Ambiente.

Durante a mobilização, um episódio envolvendo policiais civis chamou a atenção e gerou tensão. Uma equipe da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Parauapebas, formada por um delegado, um escrivão e dois investigadores, se deslocava para outra operação na região quando foi impedida de seguir viagem pelos manifestantes. Na confusão, a arma de um dos investigadores chegou a ser tomada por integrantes do movimento, o que levou à mobilização de outra equipe para tentar recuperá-la.

Segundo relatos, o momento de maior tensão ocorreu por volta das 10h30, quando os agentes, ao tentarem transitar pela via bloqueada, tiveram o veículo cercado. Vídeos gravados por testemunhas mostram manifestantes subindo sobre o carro da Polícia Civil e entoando palavras de ordem. Apesar da situação crítica, não houve confronto físico nem feridos, e os organizadores informaram que a arma seria devolvida ainda no mesmo dia.

Censura à imprensa
Durante o ato, uma equipe de reportagem que registrava imagens do protesto foi abordada por manifestantes, que exigiram que as gravações fossem apagadas e pediram para que não houvesse registro visual da manifestação. O constrangimento à liberdade de imprensa causou preocupação entre profissionais da comunicação que atuam na região.

Impacto na operação da Vale
Em nota oficial, a Vale informou a suspensão do Trem de Passageiros nesta quinta-feira (22), no trecho São Luís (MA) / Parauapebas (PA), e que a suspensão seguirá nesta sexta-feira (23), no trajeto inverso. A medida foi adotada por questões de segurança.

“A Vale respeita o legítimo e pacífico direito à manifestação e repudia qualquer ato que impeça o direito das pessoas ou empresas de desempenharem suas atividades e, sobretudo, que ameace a segurança e o direito de ir e vir”, afirmou a empresa.

A mineradora também reafirmou seu compromisso com o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado com o Incra em abril deste ano, voltado à regularização fundiária e à reforma agrária no Pará.

A empresa orienta os passageiros que tinham bilhetes para os dias afetados a remarcarem ou solicitarem reembolso, com prazo de até 30 dias para a solicitação. Mais informações podem ser obtidas por meio do canal Alô Vale: 0800 285 7000.

Posicionamento do MST
Em nota divulgada durante o protesto, o MST afirmou que a ocupação da ferrovia é uma retomada da pauta de reivindicações iniciada em dezembro de 2024. O movimento afirma que aguarda respostas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Governo Federal e da própria Vale.

“A ação de mobilização é resultado do descumprimento de acordos firmados com o Incra e com a Vale. Apresentamos nossa pauta em dezembro e seguimos sem retorno efetivo. A manifestação também acontece simultaneamente em Canaã dos Carajás, onde cerca de 800 famílias interromperam as atividades na Mina Cristalino”, diz o comunicado.

A direção do movimento informou ainda que a mobilização não tem prazo para ser encerrada e que nova nota oficial será divulgada até o fim do dia.

O Portal Pebinha de Açúcar seguirá acompanhando os desdobramentos do protesto, os impactos na operação ferroviária e possíveis medidas a serem adotadas pelas autoridades locais e federais.

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