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Polícia Civil prende comandante de embarcação que colidiu em equipamentos da nova ponte de Outeiro

Polícia Civil prende comandante de embarcação que colidiu em equipamentos da nova ponte de Outeiro

A Polícia Civil prendeu no final da tarde deste domingo (17) o comandante do empurrador que atingiu estruturas de trabalho da nova ponte em construção, que vai conectar os distritos de Outeiro e Icoaraci, em Belém. O comandante Mário Lima foi preso na casa de familiares no bairro da Cremação. Além dele, a embarcação, de nome Confiança IX, era tripulada por mais seis pessoas.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Fluvial e o comandante foi autuado por colocar em risco a segurança da navegação e causar danos ao patrimônio público. A prisão do comandante ocorreu quase 12h horas após o acidente. “Agora, ele vai seguir à disposição do Ministério Público e do Poder Judiciário”, frisou o delegado Juliano Corrêa.

Com exceção do comandante, todas as pessoas que estavam à bordo prestaram depoimento na condição de testemunhas. “Ouvimos todas as pessoas que tinham relação direta e indireta com o empurrador envolvido no fato”, disse o delegado.

Documentos da embarcação e da carga transportada serão analisados pela Polícia Civil para verificar, junto aos órgãos competentes, entre eles a Marinha, se a embarcação operava de forma regular.

O acidente desta manhã, envolvendo o empurrador da empresa Majonav e a nova ponte, não vai prejudicar o cronograma das obras. Os trabalhos estão 84% concluídos. A embarcação atingiu duas gaiolas usadas na obra, mas não provocou danos à estrutura. O empurrador Confiança IX foi apreendido pela Polícia Civil e passou por perícia.

Uma equipe da Defesa Civil do Estado esteve nas obras da nova ponte de Outeiro e fez um levantamento para verificar eventuais danos provocados. A Polícia Científica do Pará também realizou a perícia na área atingida pelo empurrador. O laudo vai ajudar no inquérito policial sobre o caso.

“Os procedimentos consistiram na inspeção visual, no primeiro momento. Durante essa inspeção, nós fazemos a coleta dos vestígios resultantes do impacto da embarcação com a ponte. Estes vestígios são coletados e somados às informações que nós vamos coletar nos projetos”, explica Orley de Moraes Cruz, engenheiro civil, perito criminal e coordenador da Perícia de Engenharia Legal da Polícia Científica.

Danos materiais

A ponte em construção fica sobre o Furo do Maguari. A estrutura vai conectar o bairro Brasília, no distrito de Outeiro, ao bairro Cruzeiro, em Icoaraci, reduzindo a distância e o tempo de deslocamento entre estas áreas. Segundo Cleyder Razzini, um dos engenheiros responsáveis pela obra, o acidente aconteceu por volta de 7h deste domingo (17), antes do início dos trabalhos, que começaram às 8h. Não havia operários no local.

A colisão da embarcação provocou a perda de equipamentos que são utilizados para puxar cabos, motores e bombas usadas na obra. Também foram perdidos alguns andaimes onde os funcionários transitam durante o serviço.

Sobre a nova ponte

O projeto do Governo do Pará é executado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seinfra). Com 414 metros de comprimento e 10,5 metros de largura, o trecho central do equipamento público será sustentado por uma estrutura estaiada, composta por cabos de aço que garantem maior resistência e segurança. O design inovador utilizado na ponte oferece dois vãos de navegação de 117 metros cada, assegurando a fluidez e a proteção do tráfego aquaviário.

A altura de navegação da nova ponte é de 13,90 metros na maré baixa e 11,40 metros na maré alta. No ponto conhecido como “melhor passagem”, a altura chega a 15,30 metros na maré baixa e 12,80 metros na maré alta. O gabarito de navegação da nova Ponte Icoaraci/Outeiro está de acordo e respeita todas as exigências das Normas da Autoridade Marítima (NORMAM-303).

Antes do início da obra, foi realizada uma reunião com as empresas que operam no trecho fluvial, onde o projeto foi apresentado. Posteriormente, todas enviaram anuência formal confirmando que as dimensões atendem às necessidades de navegação.

A construção da nova ponte gera 120 empregos diretos e cerca de 200 indiretos, impulsionando a economia local. Além de melhorar a mobilidade, o projeto vai facilitar o acesso às praias de Outeiro, um dos destinos turísticos mais procurados da região.

Descobridor de Carajás alerta: Parauapebas deve planejar futuro além da mineração

Geólogo Breno Augusto dos Santos aponta risco de colapso econômico e defende diversificação em setores como turismo e pecuária

Parauapebas, conhecida nacionalmente como a “capital do minério”, recebeu um importante alerta sobre o seu futuro. Durante o evento Café com Ciência, em Belém, que integrou as comemorações dos 15 anos do Instituto Tecnológico Vale (ITV), o geólogo Breno Augusto dos Santos — responsável pela descoberta da província mineral de Carajás — chamou a atenção para a necessidade urgente de planejamento econômico no município.

Segundo ele, embora o atual momento seja de abundância em receitas vindas da mineração, o ciclo extrativista não é infinito. “Estamos vivendo um período de abundância, mas ele não será eterno. Dentro de 20 ou 30 anos, os recursos minerais estarão esgotados e, com eles, os royalties que sustentam grande parte da economia local”, afirmou o especialista.

Dependência da mineração e risco de estagnação

Com mais de 300 mil habitantes, Parauapebas consolidou-se como uma das cidades mais ricas da região Norte graças à exploração mineral. No entanto, essa dependência quase exclusiva preocupa Breno, que levantou uma questão crucial: o que será da cidade quando a extração de minério chegar ao fim? “Será que Parauapebas corre o risco de se tornar uma cidade fantasma?”, questionou, ao destacar o perigo da falta de diversificação econômica.

Caminhos para o futuro: turismo e pecuária

Para o geólogo, a saída está em ampliar os horizontes e investir em outros setores capazes de sustentar a cidade após o esgotamento das jazidas. Ele citou como alternativas o turismo, aproveitando as belezas naturais e riquezas ambientais da região, e a pecuária de qualidade, que pode se tornar um polo econômico sólido.

Esses caminhos, segundo Breno, poderiam garantir a continuidade do crescimento econômico e social de Parauapebas, evitando que o município enfrente um colapso no futuro.

Debate necessário para o sudeste do Pará

O alerta do descobridor de Carajás reacende um debate que há anos circula nos bastidores da política e da economia local: a urgência em diversificar a matriz econômica de Parauapebas. O tema, cada vez mais presente nas discussões sobre o sudeste do Pará, coloca em evidência a necessidade de políticas públicas e iniciativas privadas voltadas para preparar a cidade para o período pós-mineração.

Mais do que uma reflexão, a fala de Breno Augusto dos Santos soa como um chamado à ação para que Parauapebas construa um futuro sustentável e não dependa apenas da riqueza que vem debaixo da terra.

Festival Búfalos Gourmet transforma Parauapebas em capital da cultura, gastronomia e empreendedorismo

Evento reuniu chefs, artistas, artesãos e empreendedores durante quatro dias e movimentou a economia local com sabores, arte e histórias inspiradoras

Parauapebas viveu, entre os dias 14 e 17 de agosto, uma verdadeira celebração cultural e gastronômica com a realização da VI edição do Festival Búfalos Gourmet. O evento, que encerra neste domingo (17), reuniu milhares de pessoas na Praça dos Esportes Radicais Wellison Farias Azevedo, no Bairro Cidade Nova, em quatro dias de intensa programação com aprendizado, cultura, sabores e empreendedorismo.

Com o apoio da Prefeitura de Parauapebas e da Secretaria Municipal de Cultura, o festival atraiu visitantes de diferentes partes do Brasil e se consolidou como uma vitrine da diversidade cultural e gastronômica do sudeste paraense.

Gastronomia, cultura e superação

Entre os destaques do festival está Tanya Sleyne, gastrônoma e psicóloga, que já conquistou três edições como competidora e hoje atua nos bastidores, promovendo oficinas e a tradicional “Cozinha Show”. “Participo desde a primeira edição. Ganhei nos três anos em que competi e hoje ajudo na organização. O festival fomenta a cultura alimentar, a economia criativa, dá visibilidade à nossa identidade e mistura sabores de todo o Brasil. Cada ano que passa, ele agrega ainda mais valor à cultura de Parauapebas”, destacou Tanya.

Além dos sabores, o festival também foi palco de histórias de superação. A artesã Maria Saraiva, presidente do Instituto Preciosa da Amazônia, encontrou no artesanato e nas biojoias uma nova chance de vida após enfrentar traumas e depressão. “Comecei no artesanato por necessidade e encontrei uma nova vida nas sementes da arborização da cidade. Hoje, nossas biojoias são reconhecidas no Brasil e no mundo. O Búfalos Gourmet foi um namoro que deu certo. Desde a primeira edição temos espaço para expor, desfilar e vender. E muitas mulheres que começaram comigo hoje são empresárias”, contou Maria, emocionada.

Impacto econômico e cultural

Para o advogado e organizador do evento, Pedro Oliveira, o Búfalos Gourmet vai além do entretenimento. “Recebemos grupos de São Paulo, São Luís e Belém. Essas pessoas ficam na cidade, consomem em hotéis, restaurantes, compram artesanato… É um impacto direto na economia e no desenvolvimento de Parauapebas, nossa capital do minério”, ressaltou.

O secretário municipal de Cultura, Jhônata Santos, reforçou que o festival já se tornou parte do calendário oficial da cidade. “O Búfalos Gourmet movimenta cultura, economia e fortalece a diversidade gastronômica e cultural da nossa cidade. Apoiamos com orgulho esse projeto, que já faz parte da nossa tradição”, afirmou.

A historiadora Lúcia Oliveira destacou a importância da programação: “É uma grande rede de troca de saberes. O festival consegue unir gastronomia, arte, cultura e identidade local em um só lugar. Uma verdadeira soma de potenciais”, avaliou.

Uma vitrine para Parauapebas

O prefeito Aurélio Goiano, presente no evento, celebrou a realização e reforçou o papel do festival para o município. “É um orgulho para Parauapebas sediar um evento dessa magnitude. O Búfalos Gourmet movimenta a economia, valoriza nossos talentos locais e ainda projeta nossa cidade para o Brasil inteiro. É cultura, é renda e é pertencimento. Parabéns a todos os envolvidos!”, disse o gestor.

Com oficinas, apresentações culturais, exposição de artesanato, desfiles e gastronomia que representa diferentes regiões do Brasil, o Festival Búfalos Gourmet se consolida como um dos maiores eventos culturais e gastronômicos da região sudeste do Pará.

Realização e apoios

O evento tem patrocínio da Lei Rouanet, que incentiva e projeta a cultura, e do Instituto Cultural Vale, além do apoio da Prefeitura de Parauapebas. A realização é da Associação Búfalos de Ferro (ABF), em parceria com o Ministério da Cultura e o Governo Federal.

Como bem resume Tanya Sleyne: “Nossa cultura alimentar vai além do tucupi. Ela é feita de pequi, de puxá, de quirera, de histórias e de resistência”.

Polícia investiga morte de mulher trans e comentários preconceituosos nas redes sociais geram alerta

Jovem de 22 anos foi encontrada morta no Parque dos Carajás, em Parauapebas; Seccional de Polícia Civil conduz investigações enquanto cresce o debate sobre transfobia

Na noite do último sábado (16), por volta das 21h20, uma mulher trans foi encontrada morta dentro de uma residência localizada na Rua Ticuna, no Bairro Parque dos Carajás, em Parauapebas, sudeste do Pará.

A vítima foi identificada como Wendelly Gabrielly, (cachinhos_g1w), de 22 anos de idade, que se reconhecia como mulher trans. O corpo apresentava sinais de asfixia mecânica, sendo encontrado com um pano enrolado no pescoço.

A Polícia Militar foi acionada por moradores que perceberam a situação e, ao chegar, confirmou a morte. A área foi isolada até a chegada da Polícia Civil e do Instituto Médico Legal (IML), que realizaram os procedimentos necessários.

Investigações em andamento

O caso está sob responsabilidade da 20ª Seccional de Polícia Civil de Parauapebas, que instaurou inquérito para investigar as circunstâncias da morte. Até o momento, não há definição sobre a autoria ou a motivação do crime.

De acordo com informações preliminares, a jovem trabalhava como garota de programa. As investigações buscam esclarecer se o homicídio pode estar relacionado a um possível crime de transfobia ou a outros fatores.

Comentários preconceituosos geram repúdio

Após a notícia da morte, começaram a circular em redes sociais comentários maldosos e preconceituosos sobre a vítima.

A equipe do Portal Pebinha de Açúcar reforça que esse tipo de manifestação, além de desrespeitosa, constitui crime. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a homofobia e a transfobia devem ser enquadradas na Lei nº 7.716/1989, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou cor. Ou seja, manifestações de ódio contra pessoas LGBTQIA+ são punidas da mesma forma que o racismo, com penas que podem variar de um a cinco anos de prisão, além de multa.

É importante ressaltar que a liberdade de expressão não dá direito a ninguém de atacar, humilhar ou desumanizar pessoas em razão de sua identidade de gênero ou orientação sexual.

Reflexão necessária

A morte da jovem trans deixa um mistério que a Polícia Civil terá de desvendar, mas também expõe outra realidade: o preconceito ainda enraizado na sociedade.

Parauapebas, assim como o Brasil, precisa avançar não apenas no combate à violência física contra pessoas LGBTQIA+, mas também contra a violência simbólica e verbal, que contribui para a exclusão, o medo e a vulnerabilidade dessa população.

O Pebinha de Açúcar continuará acompanhando o caso e reforça a importância de um debate sério e responsável sobre respeito, dignidade e direitos humanos.

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