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CAP vira o jogo fora de casa, vence o Gavião Kyikatejê e fica perto do acesso à Série A2 do Parazão

Time indígena saiu na frente, mas Atlético Paraense mostrou força no segundo tempo e garantiu vantagem importante na semifinal

O Clube Atlético Paraense manteve a grande fase na tarde desta sexta-feira (14) ao vencer, de virada, o Gavião Kyikatejê pelo jogo de ida da semifinal da Série A3 do Campeonato Paraense 2025. A partida foi realizada no município de Bom Jesus do Tocantins-PA e reuniu duas equipes que vinham crescendo dentro da competição.

O duelo começou equilibrado e bastante disputado. No primeiro tempo, o Gavião — conhecido nacionalmente por ser o primeiro time indígena do Brasil — abriu o placar e pressionou o CAP. Mesmo assim, o Atlético conseguiu se manter organizado taticamente, aguardando o momento certo para reagir.

No intervalo, o técnico Thiago Eduardo conversou com o grupo, mexeu na postura da equipe e o resultado apareceu rapidamente dentro de campo. No segundo tempo, o CAP mostrou porque segue invicto na competição e, com dois gols marcados pelo atacante Bagaceira, virou o jogo e garantiu a vitória longe de casa.

Com o resultado, o Atlético Paraense fica muito próximo de conquistar o acesso para a Série A2 do Campeonato Paraense 2026, além de seguir firme no sonho de alcançar a elite do futebol paraense em 2027.

A decisão da vaga será na próxima quarta-feira (19), quando CAP e Gavião se enfrentam pelo jogo de volta da semifinal. A equipe de Parauapebas joga por um empate para avançar, mas promete manter o ritmo forte em busca de mais uma vitória.

Nas redes sociais, o clube celebrou o resultado e mandou um recado para a torcida: “Com dois gols do Bagaceira, viramos o jogo e vencemos o primeiro confronto da semifinal! Agora é foco total: quarta-feira, às 20h, temos mais uma batalha pela frente. Seguimos firmes em busca da classificação!”.

Crack escondido em dois fornos leva à prisão de mulher em operação da Polícia Civil

Aproximadamente 10 kg da droga foram apreendidos quando a suspeita retirava a encomenda em uma transportadora

A Polícia Civil do Pará efetuou, na tarde desta sexta-feira (14), mais uma prisão em flagrante ligada ao tráfico interestadual de drogas em Parauapebas. A ação é resultado direto das investigações conduzidas pela 16ª RISP – Superintendência Regional de Carajás, com apoio da 20ª Seccional Urbana do município, sob comando do delegado João Abel B. de Mattos.

O trabalho policial teve início no dia 12 deste mês, quando Waity Nascimento Fontinele e Eclenilson Gois de Araújo, conhecido como “Mangangá”, foram presos dentro de um kitnet utilizado como ponto de armazenamento de entorpecentes. No local, os investigadores encontraram mais de 10 kg de drogas prontas para distribuição.

A partir dessas prisões, a Polícia Civil identificou que uma nova remessa havia sido contratada por integrantes da organização criminosa, enviada de Cuiabá (MT) com destino ao abastecimento do grupo que atua em Parauapebas e cidades da região de Carajás, de acordo com as investigações.

Diante das informações, equipes montaram uma operação de vigilância na transportadora responsável pelo envio. No momento da retirada da encomenda — registrada como “dois fornos” — os policiais realizaram a abordagem da destinatária, identificada como Cleitiane Pinto Barbosa.

Dentro dos equipamentos, foram encontrados aproximadamente 10 kg de crack, embalados e prontos para distribuição no município.

A suspeita foi conduzida à 20ª Seccional Urbana de Parauapebas, onde o procedimento legal está em andamento. Cleitiane permanece presa e à disposição do Poder Judiciário.

A Polícia Civil reforçou, em nota, seu compromisso no combate ao tráfico de drogas e na desarticulação de organizações criminosas que atuam no Estado, destacando que as investigações e ações repressivas continuam na região de Carajás.

Polícia Militar detém dupla suspeita de tráfico no Residencial Alto Bonito

Ação ocorreu na noite desta quinta-feira (13) após tentativa de fuga da dupla. Drogas foram apreendidas

Uma ação rápida da Polícia Militar resultou na detenção de dois homens suspeitos de tráfico de drogas no Residencial Alto Bonito, em Parauapebas. A ocorrência foi registrada entre 23h e 23h50 desta quinta-feira (13), nas proximidades do Bloco 21.

Segundo informações repassadas pela guarnição, durante patrulhamento no bairro, os policiais avistaram dois indivíduos que, ao perceberem a viatura, fugiram a pé. O comportamento chamou atenção dos militares, que iniciaram perseguição imediata.

Durante a fuga, um dos suspeitos — identificado pelas iniciais L.F.C. — teria dispensado uma sacola bege no chão. Ambos foram alcançados, abordados e submetidos à revista pessoal. Com L.F.C., os policiais encontraram cinco papelotes de substância semelhante à maconha.

Dentro da sacola descartada, foram localizados 15 papelotes de maconha e 4 papelotes de crack, totalizando cerca de 50g de entorpecentes apreendidos.

O segundo suspeito, de iniciais L.A.M., conhecido pelo apelido “Mucura”, afirmou ser menor de idade, porém nenhum dos dois apresentou documentos para comprovar identidade ou idade. A PM destacou ainda que o local da abordagem é conhecido como ponto de intensa comercialização de drogas.

Diante das evidências e do risco de fuga, ambos foram algemados e conduzidos à Delegacia de Polícia Civil para os procedimentos cabíveis.

A ação foi registrada no Boletim de Ocorrência Policial nº 00071/2025.106959-3.

COP30: “A mineração não pode gerar bilionários e cidades pobres”, afirma AMIG Brasil em apoio à fala de Aurélio Goiano

Para a entidade, a fala do gestor — que também é diretor da Regional Norte da associação — ecoa a voz de dezenas de municípios mineradores que convivem diariamente com graves impactos socioambientais, altos custos de vida, dívidas bilionárias e com a falta de ética e transparência por parte de algumas mineradoras.
“A situação é ainda mais absurda quando se trata de uma atividade econômica cujo principal ativo é um bem que pertence ao país e ao povo brasileiro”, destaca a associação.

A AMIG Brasil (Associação Brasileira dos Municípios Mineradores) manifesta seu apoio integral à fala do seu diretor da Regional Norte, e prefeito de Parauapebas (PA), Aurélio Goiano, que, durante a COP30, denunciou o desequilíbrio estrutural que marca a relação entre a Vale S.A. e os municípios mineradores.

“A manifestação do prefeito expressa o sentimento coletivo de dezenas de cidades brasileiras que convivem com os impactos ambientais, sociais e econômicos da mineração sem receber de volta o que lhes é devido”, defende a entidade.

Parauapebas, principal polo de extração mineral do país e sede da maior mina de ferro a céu aberto do mundo (Carajás), é um símbolo dessa contradição: o município gera bilhões de reais em riqueza mineral, mas enfrenta graves déficits sociais, em grande parte resultantes da própria atividade de exploração. “A mineração impulsiona um crescimento acelerado e desordenado, atraindo milhares de pessoas em busca de oportunidades na chamada “terra prometida”, enfatiza.

Uma dívida bilionária com os municípios mineradores
A associação ressalta que a Vale tem dívidas históricas com os municípios mineradores brasileiros, uma delas de aproximadamente R$ 2,7 bilhões, incluindo a cidade de Parauapebas. Segundo dados apresentados pela prefeitura, a mineradora deve mais de R$ 10 bilhões em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) — valores devidos ao município em função da extração mineral e que deixaram de ser repassados integralmente ao longo dos últimos anos. No último balanço divulgado pela Vale S.A está declarado Provisões para Perdas (Contingências) de R$11,3 bilhões, referente às disputas judiciais de longa data entre a Vale e o Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM, agora Agência Nacional de Mineração – ANM) e municípios produtores sobre a correta base de cálculo da CFEM. “Isso comprova que ela reconhece a existência das dívidas, mas protela os pagamentos por meio de recursos judiciais — uma prática comum entre diversas mineradoras no Brasil”.

Essa dívida é apenas uma fração do problema nacional. Levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) revela que 70% das empresas com lavra autorizada não pagam CFEM, e entre as que pagam, 40% recolhem menos do que o devido. Entre 2017 e 2022, o país deixou de arrecadar cerca de R$ 20 bilhões — recursos que deveriam ter fortalecido a saúde, a educação, a infraestrutura e a diversificação econômica dos municípios mineradores.

Em Parauapebas, de acordo com o prefeito Aurélio, o impacto tem sido devastador: o município perde cerca de R$ 40 milhões por mês em receitas provenientes da CFEM e já acumula um prejuízo superior a R$ 500 milhões em ICMS.

A gravidade da situação levou à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Mineração da Câmara Municipal de Parauapebas, instaurada em maio de 2025. A CPI considerou “vergonhosa e inaceitável” a proposta apresentada pela Vale S.A. para quitação de suas dívidas de CFEM — R$ 162 milhões frente à dívida bilionária reconhecida. A comissão rejeitou a oferta e convocou o presidente e o conselho da Vale para prestar esclarecimentos no próximo dia 18 de novembro.

“Essa queda na arrecadação afeta diretamente os serviços públicos, justamente em um momento em que as cidades da região continuam a atrair novos moradores impulsionados pela mineração”, alerta a AMIG Brasil. Parauapebas e a vizinha Canaã dos Carajás estão entre as cidades que mais cresceram no Brasil nas últimas duas décadas, segundo dados do IBGE. Entre 2010 e 2022, Canaã dos Carajás registrou um expressivo crescimento populacional de 189%, passando de 26.716 para 77.079 habitantes. Já Parauapebas também se destaca pelo ritmo acelerado de expansão demográfica, sendo atualmente uma das quatro cidades mais populosas do Pará. Sua população aumentou de 153.569 habitantes em 2010 para aproximadamente 298.854 em 2022, um salto superior a 74% em apenas 12 anos.

Em comparação, a população brasileira no mesmo período cresceu apenas 6,5%, o que evidencia a intensidade e a velocidade do crescimento urbano no sudeste do Pará.

Mineração que encarece a vida e amplia desigualdades
Um estudo inédito do Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (IPEAD/UFMG), encomendado pela AMIG Brasil, confirma que a mineração eleva de forma estrutural o custo de vida em cidades mineradoras e penaliza principalmente os mais pobres — justamente aqueles sem vínculo direto com as mineradoras.

A pesquisa mostra, por exemplo, que em Parauapebas (PA) o custo de vida é 10,2% maior que o de Belém (capital do Estado), em Mariana (MG), 9,4% superior ao de João Monlevade (MG), e Conceição do Mato Dentro (MG), 6,3% mais alto que o de Extrema (MG). Em Parauapebas, itens de vestuário são 29,77% mais caros que Belém e as despesas pessoais chegam a ser 36,07% maior no município minerador paraense.
“Atualmente, Parauapebas possui 53.130 famílias cadastradas no CadÚnico, o que representa 132.066 pessoas, ou seja 50% da população depende de programas sociais e benefícios oferecidos pelos governos federal, estadual e municipal. Esses dados comprovam que a mineração concentra renda e encarece o cotidiano, especialmente para a população que não se beneficia diretamente da cadeia produtiva”.

Um sistema desigual e uma regulação enfraquecida
O Brasil possui cerca de 2.700 municípios mineradores e afetados, mas muitos ainda não recebem corretamente a CFEM. “A ANM, falida e sem estrutura, não consegue exercer com plenitude o seu papel de regular, fiscalizar e fomentar a atividade de exploração mineral no Brasil”, enfatiza a AMIG.

Diante desse cenário, a Associação intensificou sua atuação técnica e jurídica, ingressando como amicus curiae nos processos mais relevantes que discutem as principais teses jurídicas levantadas pelas mineradoras — entre elas, a incidência da CFEM sobre o minério pelotizado, as diferenças de preço nas vendas a subsidiárias internacionais, e a CFEM sobre estoques adquiridos em fusões.
O objetivo é garantir decisões técnicas e céleres, reduzir a insegurança jurídica e combater a desigualdade fiscal entre mineradoras e municípios.

Por uma mineração ética e transformadora
A AMIG Brasil, que representa mais de 60 municípios associados em nove estados onde são explorados mais de 80% de toda a atividade de mineração no Brasil, reafirma sua defesa por uma mineração justa, fiscalmente equilibrada, socialmente responsável e ambientalmente segura.

“A fala do prefeito Aurélio Goiano foi corajosa, necessária e legítima”, e ecoa o que prefeitos e especialistas vêm dizendo há anos: os lucros bilionários das mineradoras não podem coexistir com cidades empobrecidas e populações desassistidas devido ao impacto da atividade de exploração mineral em seus territórios. “A cidade mineradora não tem que ser sofrida. É possível transformar Parauapebas — e tantas outras cidades mineradoras — em exemplos de qualidade de vida, desde que haja equilíbrio nos ganhos entre o setor público e o privado na atividade mineral, acompanhado de uma conduta ética e transparente por parte daqueles que exploram os ativos minerais pertencentes ao País”.

Reportagem: Assessoria de Comunicação da AMIG Brasil

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