Ademar Barbosa Filho é a nova vítima em acidente de trabalho com máquina anfíbia submersa em rejeito de minério, repetindo tragédia de 2024. Vale promete rigor na apuração
A Área de Proteção Ambiental (APA) do Gelado, em Parauapebas, registrou na última terça-feira, 2 de dezembro, o segundo acidente fatal envolvendo prestadores de serviço da mineradora Vale em menos de dois anos.
A vítima mais recente é Ademar Barbosa Filho, de 46 anos, empregado da empresa contratada SBV Soluções Ambientais. Ele operava uma retroescavadeira anfíbia por joystick, que subitamente parou durante o serviço. Ao entrar no equipamento para verificar a falha técnica, a máquina tombou, deixando o trabalhador submerso na água misturada a rejeito de minério.
Tragédia repetida aumenta o alerta
A morte de Ademar Barbosa Filho repete a tragédia ocorrida em fevereiro de 2024, quando o operador Adauto Adriano Cupertino Santiago, de 53 anos, funcionário da empresa Traterra, também morreu da mesma forma, preso em água contaminada por rejeito no mesmo ponto de operação.
Com o novo acidente, a região registra o segundo trabalhador morto nas mesmas circunstâncias, o que reforça a urgência de medidas eficazes de segurança e controle das condições de trabalho em locais de alto risco.
Além dos acidentes nas barragens de rejeitos do Gelado, a região soma a segunda morte de prestadores de serviço da Vale somente neste ano em Parauapebas, após um óbito registrado em Carajás.
Posicionamento da Vale
Em busca de um jornalismo sério e imparcial, a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da mineradora Vale na manhã desta quarta-feira, 3 de dezembro, para um posicionamento sobre a ocorrência.
Em nota oficial, a empresa lamentou o falecimento:
“A Vale lamenta profundamente o falecimento, nesta terça-feira (2/12), de um empregado da empresa SBV Soluções Ambientais, em Parauapebas (PA), e, junto com a contratada, vem acompanhando todo o suporte à família, com a qual se solidariza. As empresas darão início imediato à apuração rigorosa das causas do acidente”.
A Polícia Civil deve instaurar inquérito para apurar as circunstâncias da morte. A cobrança por maior rigor no controle de segurança em áreas de risco é intensificada diante da recorrência de acidentes fatais.