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Caso Laila Vitória: Bruxo que matou jovem de Parauapebas é condenado a 31 anos de prisão no RS

Conselho de Sentença, formado apenas por mulheres, condenou André Ávila Fonseca por feminicídio e uso de meio cruel. O crime, ocorrido em 2023, chocou o país pela brutalidade

A justiça foi feita para a família da jovem parauapebense Laila Vitória Rocha de Oliveira, de 20 anos. Na madrugada desta sexta-feira (12), o Tribunal do Júri de Porto Alegre (RS) condenou o réu André Ávila Fonseca a 31 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato brutal da jovem, ocorrido em março de 2023.

O julgamento, que teve início na quinta-feira (11), foi carregado de emoção, especialmente durante o depoimento da mãe de Laila e de uma amiga da vítima. O Conselho de Sentença, formado simbolicamente por sete mulheres, acolheu as teses de acusação.

As condenações
André Ávila, que não compareceu ao julgamento e permanecerá preso, foi condenado por:

  • Homicídio qualificado pelo feminicídio;
  • Uso de meio cruel (ataque com espada e carbonização do corpo);
  • Recurso que dificultou a defesa da vítima;
  • Posse ilegal de arma de fogo.

A defesa do réu tentou argumentar questões psiquiátricas, ouvindo dois especialistas, mas a tese não foi suficiente para afastar a condenação. Cabe recurso às instâncias superiores.

Relembre o caso que comoveu Parauapebas
Laila Vitória saiu de Parauapebas rumo ao Rio Grande do Sul para conhecer o bruxo André, com quem mantinha um relacionamento pela internet. O encontro, no entanto, transformou-se em tragédia no Bairro Lomba do Pinheiro, na capital gaúcha.

Segundo as investigações, Laila já estava com a passagem comprada para voltar ao Pará na mesma semana em que foi morta. Mensagens recuperadas pela polícia mostraram o desespero da jovem nos dias que antecederam o crime.

“Testemunhas nos trouxeram prints de conversas em que ela afirma que estava com medo e que queria ir embora daqui. Ela estava contando os dias”, relatou a delegada Cristiane Ramos, responsável pelo inquérito na época.

André, que nas redes sociais se apresentava como o necromante “Victor Samedi”, matou a jovem com um golpe de espada e tentou queimar o corpo em uma lareira.

Motivação: Violência contra a mulher
Apesar da persona “mística” criada pelo assassino nas redes sociais, onde oferecia rituais de vingança, a Polícia Civil foi enfática ao descartar motivações religiosas ou rituais para o crime.

O inquérito concluiu que se tratou de um caso clássico e brutal de feminicídio e violência doméstica, motivado pelo comportamento possessivo e agressivo do réu, que já possuía uma condenação anterior, de 2007, por tripla tentativa de homicídio.

O advogado de defesa, Mauro Souza, não retornou os contatos da imprensa até o fechamento desta matéria.

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