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Em nota pública, Associação Médica alerta sobre colapso iminente no sistema de saúde

Foto: Arquivo

“Apesar dos apelos e do interesse em contribuir para que se buscassem as melhores alternativas possíveis ao enfrentamento da Covid, a AMC vem a público, novamente, lamentar o fracasso em conter a explosão de casos no município e apelar para que sejam adotadas medidas emergenciais que possam atenuar o cenário melindroso projetado para os próximos dias”. Essas são afirmações contidas na Nota Pública emitida pela Associação Médica de Carajás (AMC), citando que, em 20 de março a entidade, preocupada com a Pandemia de Covid-19 e suas repercussões em Parauapebas, emitiu nota pública parabenizando os profissionais de saúde pelo empenho no combate à doença e tecendo sugestões a diversos setores, incluindo poder público municipal, imprensa e a população. Tais sugestões visavam atenuar o risco de colapso ao qual o município de Parauapebas poderia enfrentar no sistema de saúde, se o número de casos novos superasse a capacidade do sistema em atender a demanda.

Porém, desta vez, a entidade faz um alerta, pois, já são 109 os casos confirmados da doença em Parauapebas. “Há de se registrar que os casos confirmados são os que podem ser documentados com exames laboratoriais, entretanto os profissionais de saúde conhecem bem o conceito de ‘subnotificação’, que diz respeito aos casos não informados ao Ministério da Saúde, seja por falha no processo de notificação, ou por não conhecimento das autoridades de saúde, dada a ausência de procura de assistência médica, pelo paciente ou qualquer outro motivo”, relata na nota, dando como agravante o caso de que há inúmeros casos altamente suspeitos em que tanto a história clínica típica da doença, quanto o exame tomográfico do tórax evidenciam a sua existência, sem que tais casos somem aos dados oficiais.

A situação estrutural da saúde pública em Parauapebas é também um ponto de preocupação da AMC, citado na Nota Pública, desenhando o fato de que não há, nesta data, de acordo com a entidade, sequer uma vaga em leito de UTI disponível em Parauapebas; havendo paciente grave no SUS, com indicação para intubação orotraqueal e manutenção em ventilação mecânica que, entretanto, está respirando com auxílio de máscara facial sem expectativa de intubação, pois no local onde recebe assistência não há disponibilidade de respirador para manter após o procedimento.

Na avaliação da entidade de saúde, as medidas de isolamento social foram brandas no município; e os decretos municipais direcionados ao combate à epidemia até ensaiaram medidas relevantes, mas seja por serem afáveis, ou pela ausência de fiscalização eficaz, permitiram que muitos estabelecimentos comerciais permanecessem abertos, estimulando o trânsito de pessoas e a disseminação viral. Faltou ao poder público maior rigor e melhor campanha direcionada ao estímulo do isolamento.

A colaboração da população e também de estabelecimentos comerciais (instituições financeiras) não tendo sido concisa, pois, nota-se que medidas como demarcar distância mínima em filas de estabelecimentos não são cumpridas. Bancos foram vistos com inúmeros populares à frente, aglomerados, sem máscaras. A população, sem ajuda do poder público, não pode enxergar o tamanho do risco e somente os profissionais de saúde que estão lidando com a doença sabem o quão dramática e implacável a Covid pode ser.

Ainda na nota, a AMC também entra no mérito da iniciativa pública/privada, detalhando mais sobre o cenário atual, citando que a prometida área da Covid, com os prometidos 40 leitos feitos em parceria com a Vale, não foram inaugurados. Sendo inaugurada, apenas, uma ala com uma dúzia de leitos no antigo Hospital Municipal de Parauapebas, onde já funcionou o Pronto Socorro Municipal e o PSF Cidade Nova, dedicada exclusivamente ao atendimento de pacientes com Covid. “Ocorre, porém, que tal local encontra-se extremamente desestruturado, insalubre, sem computadores e impressoras para disponibilização de exames laboratoriais ou elaboração e impressão de prescrições médicas diárias; sem muitos medicamentos para atendimento a pacientes da sala vermelha ali instalada, como, por exemplo, os bloqueadores neuromusculares, tão relevantes ao tratamento de pacientes intubados com Covid”, aleta a entidade médica, contando que no local não há também respirador adequado para manter paciente grave, aliás, em tal sala vermelha encontra-se um paciente intubado desde sexta-feira (24), sendo mantido em respirador de transporte pelo menos até a data da publicação desta nota. A saber, os respiradores de transporte não possuem parâmetros para manter pacientes graves por muito tempo, pois há demanda de ajustes finos indisponíveis nesses dispositivos. Como o próprio nome sugere, respiradores de transporte são dedicados apenas à remoção de pacientes de um lugar a outro.

Clique a seguir e confira o documento na íntegra: Nota Púbica – AMC – Situação Parauapebas Covid-19

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