Cinco homens foram presos em flagrante na manhã deste domingo (20) durante a segunda fase da Operação Gabarito Final, que investiga um esquema criminoso especializado em fraudar concursos públicos no Pará. A ação ocorreu durante a aplicação das provas de um certame em Marituba, na Região Metropolitana de Belém, e envolveu mais de 60 policiais civis atuando de forma disfarçada em diversos locais de aplicação.
Segundo a Polícia Civil, o grupo já era investigado por envolvimento em tentativas de fraude em outro concurso estadual realizado em março deste ano. A atuação da quadrilha consistia no uso de professores que resolviam as provas em tempo real e enviavam os gabaritos por meio de minúsculos dispositivos eletrônicos aos candidatos pagantes.
De acordo com o delegado Joubert da Silva, da Delegacia de Estelionato e Outras Fraudes (Deof), os criminosos cobravam inicialmente R$ 2 mil pela “ajuda” e exigiam outros R$ 20 mil caso o candidato fosse aprovado. “Identificamos o mesmo padrão de atuação e conseguimos monitorar os envolvidos. Eles usavam aparelhos praticamente imperceptíveis para se comunicar durante a prova”, explicou.
Tentativa frustrada e fuga para o banheiro
Durante a operação, os policiais flagraram os suspeitos portando celulares e dispositivos móveis nos locais de prova. Um dos investigados, ao perceber a aproximação dos agentes, correu para o banheiro e tentou destruir o aparelho jogando-o no vaso sanitário e acionando a descarga — tentativa que não impediu sua prisão.
Os cinco detidos foram conduzidos à sede da Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe), onde os autos de prisão em flagrante foram lavrados. Eles serão transferidos para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Ação coordenada em diversos municípios
A operação mobilizou equipes de várias delegacias, incluindo as de Abaetetuba, Vila dos Cabanos (Barcarena), Acará, Moju e Igarapé-Miri, além do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) e da Delegacia de Homicídios de Abaetetuba. Os policiais atuaram de forma velada em mais de dez unidades de aplicação, garantindo que a ação criminosa fosse desarticulada em tempo hábil.
Segundo o delegado Mhoab Khayan, titular da Superintendência Regional do Baixo Tocantins, as investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos no esquema. “A operação segue em andamento e novos desdobramentos devem ocorrer nos próximos dias. Nosso objetivo é proteger a lisura dos concursos públicos e garantir que as vagas sejam ocupadas por mérito, não por fraudes”, afirmou.
A Operação Gabarito Final representa um duro golpe contra organizações que tentam corromper processos seletivos e reafirma o compromisso da polícia com a transparência e justiça no acesso ao serviço público.