Ação resultou na apreensão de armas, dinheiro e celulares; investigações apontam esquema de exploração e comércio clandestino de ouro no Pará
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (9) a Operação Aurífero, ação voltada ao combate da extração ilegal de minérios e do comércio clandestino de ouro no Pará. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça nos municípios de Parauapebas e Curionópolis.
Durante a operação, os agentes apreenderam duas armas de fogo, diversas munições, aproximadamente R$ 25 mil em espécie e aparelhos celulares pertencentes aos investigados. Todo o material foi encaminhado à perícia técnico-científica da própria Polícia Federal, que irá analisar a origem dos valores e a utilização dos bens apreendidos.
Estrutura criminosa e danos ambientais
As investigações conduzidas pela PF apontam fortes indícios da existência de uma organização criminosa dedicada à exploração ilegal de ouro, envolvendo desde a extração em garimpos clandestinos até a comercialização do minério sem comprovação de origem.
De acordo com a apuração, o esquema utilizava maquinário pesado e provocava graves danos ambientais em áreas próximas ao Rio Novo, em Curionópolis. Entre os impactos identificados estão o assoreamento de cursos d’água, degradação do solo e contaminação de rios por substâncias tóxicas utilizadas no processo de extração.
Continuidade de ações na região
A Operação Aurífero é um desdobramento de fiscalizações anteriores da Polícia Federal na região, que já vinham sendo realizadas em conjunto com órgãos ambientais federais. O objetivo central é desarticular não apenas os garimpos ilegais em si, mas também a logística e o financiamento que sustentam esse tipo de atividade criminosa.
Segundo a PF, além dos prejuízos ambientais severos, a exploração e o comércio clandestino de ouro geram perdas significativas ao patrimônio da União, já que o minério é um bem pertencente ao Estado brasileiro.
Com a deflagração da Operação Aurífero, a Polícia Federal reforça sua atuação no combate ao garimpo ilegal, prática que historicamente impacta o meio ambiente amazônico e alimenta esquemas de comercialização clandestina que movimentam milhões fora do controle oficial.