Um grupo de manifestantes foi recebido pela direção da empresa, que não quis falar com a Imprensa. Segundo o desempregado Ailton César Pereira Matos, que é pedreiro e está sem trabalhar há 1 ano e meio, a manifestação foi a única alternativa encontrada por eles para serem visto e recebidos pela mineradora.
A interdição da pista, feita com pneus e galhos de arvores, causou um enorme engarrafamento, já que a rodovia é a única via de acesso para diversas vilas, e ao centro de Parauapebas, para quem mora naquela área. Segundo Ailton, o que causou mais revolta entre eles foi que se espalhou a notícia de que a Vale estaria selecionando pessoas para contratar.
Muitos desempregados correram para a porta da empresa, mas depois de 2 horas de espera, foi afixado um aviso de que não havia vaga. Paralelo a isso, segundo Ailton, foram informados que várias pessoas teriam chegado de ônibus, vindo de Minas Gerais, contratados pela empresa. Revoltados, os manifestantes decidiram interditar a estrada. Eles atearam fogos em pneus, formando uma enorme cortina de fumaça.
Policiais militares estiveram no local, acompanhando o protesto e homens do Corpo de Bombeiros foram chamados para apagar o incêndio. Após mais de quatro horas de manifestação, a empresa recebeu uma comissão de manifestantes, acompanhada por representantes da mineradora Vale, para discutir a situação e definir se existe possibilidade de abrir vagas para os trabalhadores que moram em Parauapebas.
Depois disso, os manifestantes decidiram desbloquear a pista. Esta é a segunda vez este ano que desempregados interditam a Faruk Salmen, solicitando que as vagas abertas em projetos da Vale sejam destinadas à moradores de Parauapebas.
Reportagem: Tina Santos, com informações de Ronaldo Modesto