Tragédia no Rio Parauapebas: Afogamento de jovens reacende debate sobre falta de mergulhadores no Corpo de Bombeiros
Parauapebas, no sudeste do Pará, enfrenta mais um caso de afogamento, desta vez envolvendo Aimê Monteiro Vila Nova, de 19 anos, e Fernando Freitas, de 32 anos, ocorrido em um balneário da cidade, localizado na região do Complexo VS-10. O incidente ocorreu no Rio Parauapebas na tarde desta terça-feira, (11/03), local que tem apresentado risco elevado devido à cheia e às fortes correntezas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado rapidamente e iniciou as buscas. O Tenente-Coronel Catuaba, comandante da corporação no município, destacou a gravidade da situação e alertou sobre os riscos de banho em rios nesta época do ano.
“Infelizmente, as pessoas insistem em tomar banho em um rio de correntezas tão fortes. Mais uma vez, fomos acionados para uma ocorrência de afogamento. Nossa equipe chegou ao local rapidamente e iniciamos as buscas para tentar resgatar as vítimas, seja com vida ou não”, afirmou o comandante.
Falta de estrutura para resgates preocupa familiares
Durante as buscas, foi necessário acionar mergulhadores especializados, que estão concentrados em Belém. Isso gerou indignação entre os familiares das vítimas, que questionaram a falta de profissionais treinados para esse tipo de ocorrência em Parauapebas.
Ruthy Barbosa, mãe de Aimê, demonstrou revolta com a situação e criticou a ausência de investimentos na estrutura do Corpo de Bombeiros no município.
“Nós elegemos deputado estadual e federal para representar nossa cidade, mas eles não olham por nós. O Corpo de Bombeiros daqui não tem mergulhadores, e isso prejudica os trabalhos de resgate. Meu marido precisou reunir pescadores e voluntários para tentar encontrar nossa filha, porque o bombeiro não permite que a gente ajude, mas também não tem estrutura para fazer o trabalho”, desabafou Ruthy.
Risco aos banhistas e medidas preventivas
O Corpo de Bombeiros reforça o alerta à população sobre os perigos dos banhos no rio nesta época do ano. A cheia aumenta a força da correnteza, e pontos aparentemente seguros podem esconder riscos como galhadas, pedras submersas e redemoinhos.
“Água no umbigo, sinal de perigo. Esse é um alerta que repetimos constantemente, mas muitas pessoas ignoram. Estamos intensificando ações preventivas e fiscalizações nos balneários para conscientizar a população sobre os riscos”, enfatizou o Tenente-Coronel Catuaba.
Mesmo com placas de aviso instaladas em alguns pontos do rio, muitas delas foram danificadas pela força da água. O Corpo de Bombeiros também tem realizado visitas a balneários da região para reforçar a necessidade de segurança durante o lazer.
As buscas por Aimê Monteiro e Fernando Freitas foram suspensas por volta das 18h, e deve continuar nesta quarta-feira, (12/11), com apoio de mergulhadores especializados que devem chegar ao município nas próximas horas. Enquanto isso, familiares e amigos das vítimas aguardam ansiosamente por respostas.
A tragédia reacende o debate sobre a necessidade de investimentos na segurança aquática da região, garantindo equipes treinadas e equipamentos adequados para evitar que mais vidas sejam perdidas em situações semelhantes.
Reportagem: Hilda Barros | Da redação do Portal Pebinha de Açúcar
