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Aldeia indígena do Pará recebe ajuda de sheika do Oriente

Uma aldeia indígena do Pará está diretamente conectada ao Oriente Médio. Mesmo distantes geograficamente e culturalmente, os índios Xikrin, no sudeste do estado, e o Qatar, pequeno país que jorra riqueza vinda de reservas de gás e petróleo, estão mais próximos do que se imagina no campo da educação: a organização Education Above All (Educação Acima de Tudo), presidida pela sheika Moza bint Nasser, mãe do emir da nação do Oriente Médio, irá financiar um projeto de acesso à internet na aldeia, na cidade de Parauapebas, a partir do ano que vem. A iniciativa ainda está sendo formatada, mas a ideia surgiu após a sheika do Qatar visitar os índios no ano passado com a proposta de estudar parcerias com comunidades indígenas do país.

O projeto fará parte do Educate a Child, um dos programas da organização, que atua em 45 países com foco nas crianças e adolescentes fora da escola. No Brasil, o programa já financia o Aluno Presente, projeto que tem como meta matricular, até 2016, 21 mil crianças em idade escolar do Rio que hoje estão fora das salas de aula. Só para essa iniciativa, desenvolvida pela ONG Aprendiz em conjunto com a Secretaria municipal de Educação, o Qatar repassará US$ 12 milhões. Recentemente, a sheika, em encontro com a presidente Dilma Rousseff no Qatar, anunciou que levará projeto semelhante ao Aluno Presente para São Paulo.

Jorge Werthein, responsável pelo Educate a Child na América Latina, diz que o trabalho com os índios está em fase de elaboração. Ainda não se sabe quanto será investido.

‘Ele não envolverá apenas o acesso de crianças à internet para atividades educacionais formais. Terá a ver com acesso à informação e conhecimento. É um projeto de conectividade’, adianta Werthein.

A sheika esteve com índios Xikrin em setembro do ano passado. Ela é a segunda mulher do ex-emir do Qatar Hamad ben Khalifa al-Thani e mãe do atual emir, Tamim bin Hamad al-Thani, que comanda um dos países mais ricos do planeta, com a maior renda per capita — e que tem a ambição de, mesmo pequeno em termos de território, crescer em influência na diplomacia mundial. Para isso, vem investindo pesado em pesquisa e projetos educacionais. O Educate a Child, uma das vitrines do país, custará US$ 1 bilhão até 2016.

Os projetos do programa têm como alvo desde comunidades indígenas até áreas de conflito. Na semana passada, foi lançado no Qatar uma iniciativa de educação para um campo de refugiados no noroeste do Quênia, onde vivem mais de 170 mil pessoas. Os trabalhos começam em janeiro. Na América Latina, além do Brasil, o Haiti conta com atividades que levam a marca do programa, que chegará em breve ao México.

Matrículas no Rio

No Rio, o Aluno Presente, por meio de 70 profissionais da ONG Aprendiz, conseguiu identificar 3.200 alunos fora da escola, sendo que dois mil foram matriculados para o ano letivo que se encerra. No momento, a equipe trabalha para inserir mais 1.200 para 2015. De acordo com o censo de 2010, há cerca de 25 mil crianças fora da escola no município, que representam 3% do total em idade escolar.

Para evitar a evasão e convencer os responsáveis a matricular as crianças, os profissionais fazem visitas periódicas às casas dessas famílias.

‘De janeiro para cá, fizemos 10 mil visitas — explica Natacha Costa, diretora da ONG Aprendiz.

Reportagem e foto: O Globo

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