Os dias 28 de fevereiro, 20 de março e 23 de abril são datas das quais os moradores do Projeto de Assentamento Boa Esperança, que fica localizado em Parauapebas não têm boas lembranças. Segundo eles, nestas datas, a Mineradora Vale marcou e não cumpriu, de pagar o valor negociado pelos impactos causados pela construção do Ramal da Estrada de Ferro Carajás (REFC) que em seus 101 quilômetros de extensão passa dentro de suas propriedades.
Trata-se de 32 famílias que juntas receberão aproximadamente R$ 1 milhão, valor que segundo eles está atrasado desde o dia 28 de fevereiro, primeira data marcada para a Vale efetuar o pagamento.
A vice-presidente da Associação dos Moradores do PA Boa Esperança, Maria Adalgisa dos Santos, relata que não é de hoje esse impasse entre a mineradora e os trabalhadores rurais daquele PA, e conta que desde o início alegou que a área era de sua propriedade, porém provado ser da União os colonos puderam permanecer no local assentados pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Ainda segundo relatos da trabalhadora rural, a Vale conseguiu reintegração de posse sob a promessa que em 40 dias teria outra área para os colonos, promessa não cumprida, os colonos voltaram para suas terras onde agora por necessidade de construir o REFC a mineradora negociou com eles o direito de passar em suas propriedades.
“O valor negociado não faz sentido diante do que temos na área, pois estão pagando R$ 2 por um pé de maracujá”, reclama Adalgisa, dizendo que as marcas de destruição são visíveis no local onde se nota pomares arrancados e casas removidas.
Diante de todo esse impasse, os moradores pararam as obras de construção do REFC na manhã de sexta-feira (24) e permanecem no local à espera da resposta da mineradora. Na área se vê trabalhadores e máquinas parados e até o momento em que nossa equipe de reportagem esteve no local a empresa não havia ido ao local para negociar.
Outro lado
Em nota, a mineradora Vale esclarece que iniciou no ano passado de forma pacífica entre os moradores do Assentamento com apoio do Incra e Comissão Pastoral da Terra, que se encontraram em propriedade da empresa e vem mantendo um acordo estabelecido entre as partes, inclusive informando a todos sobre as etapas de negociação.
Segundo a empresa, todos os moradores que serão beneficiados estão cientes dos prazos apresentados aos colonos.
Reportagem e fotos: Francesco Costa – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar