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Alerta em Marabá: risco de bebidas com metanol leva MPPA a agir

Promotoria alerta para possível presença de metanol em produtos vendidos no município e orienta ações de fiscalização e orientação

Na última sexta-feira (3), o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da 7ª Promotoria de Justiça de Marabá, expediu uma recomendação voltada ao combate da produção, comercialização, distribuição e manipulação de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A medida foi tomada após indícios de que produtos impróprios para consumo estariam circulando no município, colocando em risco a saúde pública .

Risco à saúde

O metanol é uma substância altamente tóxica, capaz de causar cegueira, danos neurológicos e até a morte, mesmo em pequenas quantidades. Diante disso, a promotora de Justiça Mayanna Silva de Souza Queiroz, responsável pelo documento, destacou que a ação busca garantir a segurança alimentar e o direito à saúde da população, princípios previstos na Constituição Federal e no Código de Defesa do Consumidor.

Medidas de fiscalização

A recomendação orienta que órgãos de Vigilância Sanitária, Polícia Civil, Polícia Militar e secretarias municipais competentes intensifiquem ações de fiscalização, inspeção e apreensão de produtos suspeitos. Além disso, reforça a necessidade de campanhas de orientação à população sobre os riscos do consumo de bebidas sem procedência comprovada .

Exigência de comprovação

A promotoria também determinou que bares, distribuidoras e comércios locais apresentem notas fiscais e comprovantes de origem dos produtos vendidos. Caso sejam constatadas irregularidades, os responsáveis poderão responder administrativa e criminalmente.

Acompanhamento

Segundo o MPPA, o cumprimento da recomendação será monitorado e novas medidas poderão ser adotadas conforme o andamento das investigações do Inquérito Civil nº 06.2025.00001542-1 .

O Portal Pebinha de Açúcar seguirá acompanhando o caso e informando a população sobre os desdobramentos das ações de fiscalização e prevenção em Marabá.

Curionópolis celebra tradicional Festa das Crianças com muita alegria e distribuição de brinquedos

Evento promovido pela Prefeitura reuniu milhares de famílias em Curionópolis e Serra Pelada com brinquedos, shows e muita diversão para a garotada.

O domingo (5) foi de pura festa e diversão para milhares de crianças de Curionópolis e o Distrito de Serra Pelada. A tradicional Festa das Crianças, organizada pela Prefeitura Municipal, garantiu um dia inteiro de programação especial, pensado para encantar e emocionar meninos, meninas e suas famílias.

Diversão garantida do início ao fim

A manhã foi dedicada às crianças de Serra Pelada, que lotaram o espaço da festa para brincar nos brinquedos infláveis, assistir ao show infantil e se deliciar com lanches e picolés distribuídos durante o evento. À tarde, foi a vez da sede do município receber a celebração, que reuniu também um grande público.

Entrega de milhares de brinquedos

Um dos momentos mais aguardados foi a entrega dos brinquedos, feita pela prefeita Mariana Chamon, que esteve presente nas duas localidades, acompanhando de perto cada detalhe. Bonecas, Barbies, kits de beleza, carrinhos e bolas estavam entre as opções oferecidas, garantindo que todas as crianças recebessem presentes de acordo com suas preferências.

“Ver o sorriso de cada criança é o que nos motiva a continuar realizando essa festa todos os anos. É um evento preparado com muito amor, pensando em oferecer um dia inesquecível para nossas crianças”, afirmou a prefeita Mariana Chamon.

Tradição que conquista corações

A Festa das Crianças já é considerada uma das celebrações mais queridas de Curionópolis. Além de oferecer lazer e entretenimento, o evento reforça o compromisso da gestão municipal com o bem-estar, a felicidade e o cuidado com as famílias, fortalecendo ainda mais o vínculo da comunidade com a prefeitura.

Obras de pavimentação e drenagem transformam realidade do Bairro Cidade Jardim

Prefeitura já asfaltou 10 ruas e realiza intervenções ambientais para acabar com alagamentos e levar mais qualidade de vida às famílias

A Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Obras (Semob), segue avançando em mais um grande pacote de melhorias no Bairro Cidade Jardim. Já são 10 ruas pavimentadas, trazendo alívio para centenas de famílias que conviviam com lama e poeira, principalmente no período chuvoso.

Os serviços fazem parte de um planejamento que inclui drenagem, terraplanagem e topografia, garantindo que as obras tenham qualidade e durabilidade. O topógrafo Cleiton Lima, com 15 anos de atuação em Parauapebas, explica a importância desse trabalho: “Estamos fazendo o levantamento topográfico cadastral de todas as ruas pavimentadas nesta etapa do Cidade Jardim. Usamos a estação total para calcular área, volume, meio-fio e drenagem, um levantamento completo feito antes, durante e depois da obra, garantindo precisão em cada fase”, detalhou.

Para Cleiton, os avanços refletem o compromisso da gestão municipal: “É notável a diferença em Parauapebas. Muitas ruas já foram asfaltadas e outras estão em andamento, com serviços que há muito tempo não eram feitos de forma completa”.

Intervenções ambientais no Lago da Avenida B

Além do asfalto, a prefeitura também atua em pontos críticos que sofriam com alagamentos. Um dos principais exemplos é o lago às margens da Avenida B, que passa por um processo de recuperação ambiental.

O engenheiro civil Maxwell Coimbra destacou que a intervenção vai muito além da limpeza superficial: “Hoje estamos realizando a limpeza da bacia, e futuramente faremos o empolamento do terreno e o plantio de grama. Essa área vai funcionar como bacia de contenção, retendo as águas que descem das partes mais altas e evitando alagamentos na Avenida B”.

Maxwell ressaltou ainda os impactos positivos para o bairro: “Antes, quem passava por aqui via um espaço abandonado, cheio de vegetação e lixo. Agora, além de evitar alagamentos, o local vai se transformar em uma área mais limpa e segura para os moradores”.

Cidade Jardim como exemplo de progresso

Com essas obras, a Prefeitura de Parauapebas reforça o compromisso de transformar a infraestrutura urbana, unindo técnica, planejamento e responsabilidade socioambiental. O Cidade Jardim passa a ser exemplo do novo tempo de desenvolvimento da cidade, com mais infraestrutura, qualidade de vida e cuidado com a população.

Técnicos do BID acompanham avanços do Prosap e destacam resultados positivos

Missão de supervisão avaliou obras, ações sociais e ambientais do programa que conta com 80% de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento

Parauapebas recebeu, ao longo da última semana, a visita de uma equipe de especialistas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para mais uma missão de supervisão presencial das ações do Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas (Prosap).

O acompanhamento teve como foco principal o Projeto de Recuperação e Revitalização do Igarapé Ilha do Coco, que recebe 80% de financiamento do banco, mas também se estendeu às demais frentes de trabalho em andamento e já entregues.

Avaliações técnicas e fortalecimento institucional

A missão do BID, liderada por Flávia Oliveira, especialista sênior de Água e Saneamento e atual chefe da equipe, avaliou não apenas o andamento físico das obras, mas também aspectos de planejamento, relatórios de monitoramento de progresso (PMR), acordos de revisão de carteira e fortalecimento institucional nas áreas social e ambiental.

De acordo com o coordenador do Prosap, Thiago Batista, a presença da equipe técnica reforça a transparência e o compromisso da gestão. “Estamos recebendo, mais uma vez, a missão do BID para apresentar as ações sociais e ambientais que realizamos e, claro, o progresso das nossas obras. A presença da equipe reforça a parceria e evidencia o compromisso da gestão do prefeito Aurélio Goiano com a execução das obras”, afirmou.

Flávia Oliveira destacou o desempenho da iniciativa: “Viemos para acompanhar de perto o andamento das obras. O progresso está muito positivo, e ficamos surpresos, de forma bastante favorável, com o retorno da sociedade em relação ao programa. O fato de contar com uma equipe própria dedicada às ações é um diferencial importante”, disse.

Especialistas presentes

Além de Flávia Oliveira, participaram da missão: Tiago Pena, ex-chefe da missão e especialista da Divisão de Água e Saneamento; Wesney Bazílio, analista de operações; Irene Roca, socióloga e especialista social; e Henrique Gava, especialista ambiental do BID.

Obras visitadas

Durante quatro dias, os técnicos realizaram inspeções em projetos já entregues, como:

  • 250 unidades habitacionais do Residencial Vale do Sol;
  • Estação de Tratamento de Esgoto (ETE);
  • Escola Cora Coralina;
  • Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Tropical;
  • Aterro de Resíduos Classe A;
  • Área de Bota-Fora no Nova Carajás;
  • Complexo Turístico Bel Mesquita.

Também foram supervisionadas obras em andamento, como a revitalização e ampliação da ETE do bairro Rio Verde, a área de lazer em frente à Câmara Municipal e a implantação de um novo viário próximo à rotatória da Prefeitura.

Avanços sociais e ambientais

Nas reuniões internas, a missão avaliou iniciativas sociais voltadas a moradores das áreas de intervenção e ressaltou a importância do Mecanismo de Resolução de Queixas (MRQ), que mantém o diálogo direto com a comunidade impactada. No campo ambiental, foram destacados os avanços das ações educativas e de conscientização sobre sustentabilidade e preservação.

Com a supervisão positiva e a renovação do diálogo com o BID, a expectativa é de que o Prosap siga fortalecendo sua atuação, unindo infraestrutura, responsabilidade social e compromisso ambiental no município.

Prefeitura de Parauapebas desmente fake news sobre acidente com veículo da saúde

Vídeo compartilhado nas redes sociais mostra ocorrência já registrada na madrugada de 2 de outubro; motorista não ficou ferido e amostras biológicas foram entregues normalmente em Belém

A Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), emitiu nota oficial nesta quarta-feira (2) para esclarecer informações falsas que circulam nas redes sociais envolvendo um veículo da pasta.

O vídeo mostra um carro adesivado da saúde após um acidente, o que levou a especulações de que a situação seria recente ou teria maiores consequências, inclusive, alguns veículos de comunicação falaram que o veículo estava abandonado em uma estrada rural. No entanto, a Prefeitura informou que o caso aconteceu na madrugada da última quinta-feira, 2 de outubro, por volta das 4h, quando o veículo se deslocava de Parauapebas a Belém para transportar amostras biológicas destinadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).

Acidente sem feridos e serviço mantido

Segundo a Semsa, o carro colidiu com um caminhão durante a viagem, mas no momento apenas o motorista estava no veículo. Ele não sofreu ferimentos. A empresa Puma, responsável pelo transporte, foi comunicada imediatamente e providenciou a retirada do automóvel. Outro veículo foi enviado pela secretaria para garantir que as amostras chegassem ao destino dentro do prazo.

Compromisso com transparência

A gestão municipal reforçou que a propagação de informações falsas gera pânico desnecessário e atrapalha o trabalho dos profissionais da saúde. “A Prefeitura de Parauapebas reafirma seu compromisso com a transparência e com a segurança dos profissionais que atuam em serviços prestados ao município”, diz o comunicado.

O governo municipal também alerta a população para ter cautela ao compartilhar conteúdos nas redes sociais e recomenda que a checagem seja feita sempre em canais oficiais.

Círio das Crianças será realizado em Parauapebas no dia 12 de outubro

Procissão sai da Comunidade Imaculada Conceição e segue até o Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, com missa ao final

No próximo 12 de outubro, data em que também se celebra o Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida, Parauapebas viverá um momento especial de fé e devoção: o Círio das Crianças. A procissão terá início às 7h, partindo da Comunidade Imaculada Conceição, no Bairro Beira Rio, em direção ao Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, localizado no Bairro Parque dos Carajás. O evento será encerrado com a celebração de uma Santa Missa.

Organização

A caminhada é uma iniciativa da Igreja Católica em Parauapebas e conta com a organização conjunta das Paróquias São Sebastião, Cristo Rei, Perpétuo Socorro e Nossa Senhora Rainha da Paz. O evento integra o calendário oficial do Círio de Nazaré no município, reunindo não apenas fiéis adultos, mas dando protagonismo especial às crianças, que participam com vestimentas alusivas, orações e cânticos.

Palavra de fé

O Padre Hudson, da Paróquia Cristo Rei, destacou a importância do momento para fortalecer a espiritualidade das famílias. “O Círio das Crianças é um sinal de esperança e de fé que nasce desde cedo no coração dos pequenos. Queremos que cada família participe, trazendo seus filhos, para que cresçam com esse sentimento de amor a Maria e a Jesus. Todos estão convidados a viver conosco esse momento especial”, afirmou o sacerdote.

Tradição que inspira

Com o tema “Maria, Sinal de Esperança”, o Círio das Crianças reforça o papel da devoção mariana na vida comunitária e valoriza a transmissão da fé entre gerações. Para os fiéis, trata-se de um convite não apenas à oração, mas também à reflexão sobre valores como união, fraternidade e solidariedade.

Após apresentação em Parauapebas, carreta da aparelhagem Príncipe Negro se envolve em acidente

Tragédia foi registrada na manhã deste domingo (5), na BR-010, em Irituia; vítima é um ajudante identificado apenas como Wallison

Na manhã deste domingo (5), um grave acidente de trânsito envolvendo uma carreta da aparelhagem Príncipe Negro resultou na morte de um dos ajudantes da equipe. O caso aconteceu por volta das 8h, no km 03 da BR-010, no município de Irituia, nordeste paraense.

De acordo com informações do 42º Batalhão da Polícia Militar, a carreta atravessava a rodovia quando saiu da pista e parou em uma área de matagal. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e constataram o óbito no local. A vítima foi identificada apenas como Wallison, que trabalhava como ajudante da aparelhagem.

De Parauapebas para a estrada

O acidente ocorre apenas dois dias após a Príncipe Negro ter se apresentado em Parauapebas, na última sexta-feira (3), durante o Festival Na Rua 2025. O evento, promovido pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto Cultural Vale, levou milhares de pessoas à Praça dos Esportes Radicais, com uma programação repleta de música, batalhas de rima e break, além de intervenções artísticas e atividades abertas à comunidade.

A notícia do acidente pegou fãs e admiradores da aparelhagem de surpresa, especialmente aqueles que prestigiaram a apresentação em Parauapebas, onde a festa foi marcada por energia, interação e forte presença cultural.

Investigação em andamento

As causas do acidente ainda estão sendo apuradas pelas autoridades. A carreta ficou parcialmente destruída na área de mato ao lado da rodovia. O corpo de Wallison foi removido e encaminhado para os procedimentos legais.

A morte do jovem ajudante gera comoção entre os integrantes da aparelhagem e os fãs, que lamentam nas redes sociais a perda e a tragédia ocorrida logo após uma apresentação tão marcante.

Atlético Paraense bate Gavião Kyikatejê e larga na frente no Parazão Série A3

Time de Parauapebas vence o Gavião Kyikatejê fora de casa por 1 a 0, assume a liderança do Grupo D e prepara grande festa no Rosenão no próximo sábado (11)

O futebol de Parauapebas começou 2025 com o pé direito. Na tarde deste domingo (5), o Clube Atlético Paraense (CAP) estreou no Campeonato Paraense Série A3 vencendo fora de casa o Gavião Kyikatejê, em Bom Jesus do Tocantins, pelo placar de 1 a 0. O gol da vitória foi marcado no segundo tempo, de pênalti, pelo atacante Cabecinha.

Com o resultado, o CAP assumiu a liderança do Grupo D da competição, mesmo tendo apenas um jogo disputado. O Altamira vem em segundo lugar com 1 ponto, enquanto o Gavião, já com duas partidas realizadas, também soma 1 ponto e ocupa a terceira posição.

“Vitória que mostra nossa força”, diz presidente

A presidente do CAP, Maria Raimunda, comemorou o desempenho da equipe na estreia e destacou a importância da vitória fora de casa: “É uma vitória que mostra a força do nosso elenco e a seriedade com que o Atlético Paraense encara a competição. Jogar fora de casa nunca é fácil, mas o grupo se manteve firme, mostrou disciplina e trouxe os três pontos. Estamos confiantes de que este será um ano de grandes conquistas para o futebol de Parauapebas”.

Técnico aprova atuação da equipe

Já o técnico Thiago Eduardo elogiou a postura dos jogadores: “Gostei muito da entrega da equipe. Jogamos bem melhor e soubemos aproveitar as oportunidades. Agora é focar na segunda rodada, dentro de casa, onde queremos impor nosso ritmo e buscar a classificação antecipada”.

Próximo desafio em Parauapebas

A segunda partida do Atlético Paraense será no próximo sábado (11), às 16h, no Estádio Rosenão, em Parauapebas, contra o Altamira. A diretoria prepara uma grande festa para receber o torcedor.

Antes da bola rolar, o público poderá curtir um pré-jogo com o Grupo de Pagode Mesa 18 e participar de um show de prêmios, que terá como destaque o sorteio de uma moto 0km.

Os ingressos são limitados e já estão à venda na Eva Lanches, no Bairro Cidade Nova, e também no próprio Rosenão, no Bairro Liberdade.

Acidente no VS-10 deixa região sem energia; incêndio em área próxima mobiliza bombeiros

Veículo colidiu contra poste de iluminação nas proximidades do presídio; chamas em vegetação surgiram, mas causas ainda não foram confirmadas

Na tarde deste domingo (5), um acidente de trânsito foi registrado no Complexo VS-10, em Parauapebas, sudeste do Pará, próximo à unidade carcerária do município. Um veículo colidiu violentamente contra um poste, que caiu e deixou grande parte da região sem energia elétrica.

Pouco depois do acidente, um incêndio em área de vegetação próxima chamou a atenção e se espalhou rapidamente. Até o momento, não há confirmação de que as chamas tenham sido provocadas pela queda do poste ou pelo rompimento da fiação elétrica. Uma outra hipótese pode ser que a fumaça do fogo possa ter atrapalhado a visão do condutor do veículo. As causas ainda estão sob investigação.

Bombeiros acionados

Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Parauapebas foram mobilizadas para conter o fogo e prestar socorro ao motorista do veículo. Ainda não há informações oficiais sobre o estado de saúde do condutor.

As autoridades irão apurar as circunstâncias do acidente. Não se sabe se o motorista teria passado mal ao volante, ou se a fumaça teria ofuscado sua visão, ou até mesmo se estaria sob efeito de álcool. Apenas as autoridades terão essa resposta com o andamento das investigações.

Registros exclusivos

Imagens aéreas captadas pelo drone do repórter cinematográfico Weidy Graciano e cedidas ao Portal Pebinha de Açúcar mostram a dimensão do acidente e do incêndio que ocorreu nas proximidades. O material pode ser conferido em nossas redes sociais.

O episódio reforça a importância da prudência no trânsito e da atenção redobrada para evitar acidentes que colocam vidas em risco e causam grandes transtornos à comunidade.

Show de Viviane Batidão leva multidão ao aniversário de 40 anos da Vale em Parauapebas

Evento reuniu cerca de 7 mil pessoas na Praça de Eventos com música, cultura, atrações interativas e valorização da comunidade local

A noite do último sábado (4) foi marcada por festa e emoção em Parauapebas. Mais de 7 mil pessoas ocuparam a Praça de Eventos do Bairro Cidade Nova para celebrar os 40 anos da Vale na região, em um evento que combinou cultura, tecnologia, diversão e, claro, muita música.

Cultura local e tecnomelody no palco

A programação começou às 18h com apresentações culturais em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, seguidas pelo show do cantor Tom Ferreira, que aqueceu o público para a atração mais esperada da noite.

Por volta das 21h, a cantora Viviane Batidão subiu ao palco trazendo toda a energia contagiante do tecnomelody. O show foi um dos pontos altos da comemoração, colocando a multidão para dançar e celebrar os 40 anos da presença da mineradora em Parauapebas.

Experiências interativas e lazer para toda a família

O evento foi muito além da música. Entre os destaques estava a Estação de Imersão na Amazônia, um túnel sensorial que permitiu aos visitantes conhecer sons, aromas e imagens da floresta, além de informações sobre a biodiversidade e ações ambientais da Vale.

As crianças tiveram espaço garantido com brinquedos, pintura facial e álbum de figurinhas. Já os adultos puderam se divertir com jogos e dinâmicas, além de levar mudas para casa em ações de conscientização ambiental.

Empreendedores sociais também participaram, expondo e comercializando alimentos, biojoias e artesanatos, fortalecendo a economia local e dando visibilidade à produção comunitária.

Parceria com o município e investimentos

O Vale + Comunidade na Praça contou com o apoio da Prefeitura de Parauapebas, por meio das secretarias de Cultura, Serviços Urbanos e Segurança Institucional.

Além da celebração, o evento destacou os investimentos da mineradora na cidade: somente entre 2020 e agosto de 2025, foram mais de R$ 5 bilhões recolhidos em ISS e CFEM. No primeiro semestre deste ano, a empresa investiu R$ 4,5 bilhões em compras com fornecedores locais.

Outro marco recente foi o termo de compromisso de R$ 100 milhões assinado com a Prefeitura, para investimentos em áreas como saúde, infraestrutura e diversificação econômica.

No Pará, a Vale ainda mantém parceria com o ICMBio para proteger cerca de 800 mil hectares de floresta amazônica, reforçando a importância da preservação ambiental.

Celebração histórica

O aniversário de 40 anos da Vale em Parauapebas entrou para a história como um momento de encontro entre comunidade, cultura e desenvolvimento. E a noite terminou em clima de festa, ao som da voz marcante de Viviane Batidão, que coroou a celebração com muita música e emoção.

Curionópolis conquista Prêmio de Boas Práticas do TCMPA com projeto das Bordadeiras de Serra Pelada

Município é o único da região de Carajás a ser premiado na primeira edição da iniciativa que reconhece inovação e impacto social na gestão pública

Curionópolis alcançou um feito histórico ao se tornar o único município da região de Carajás premiado na 1ª edição do Prêmio de Boas Práticas do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCMPA). A cerimônia de entrega ocorreu na última quinta-feira (3), em Belém, e celebrou iniciativas de gestão pública que se destacam pela inovação, sustentabilidade e relevância social.

A prefeita Mariana Chamon recebeu o prêmio acompanhada do secretário de Cultura e Turismo, Saulo Ramos, e da secretária de Comunicação, Camila Ferreira. O reconhecimento estadual destacou Curionópolis como referência em inovação administrativa e valorização cultural.

Projeto vencedor: Bordadeiras de Serra Pelada

O projeto premiado foi o que fortaleceu e deu visibilidade ao trabalho das Bordadeiras de Serra Pelada, grupo formado por cerca de 80 mulheres que resgatam a memória local por meio da arte do bordado.

A iniciativa ganhou repercussão nacional com exposições em cidades como Parauapebas e Marabá, além do documentário Nas Linhas da História, exibido nos cinemas, que conta a trajetória dessas mulheres e sua contribuição cultural.

Mais do que preservar tradições, o projeto promove geração de renda, autoestima e reconhecimento para as bordadeiras, transformando suas histórias em inspiração para toda a região.

Palavra da prefeita

Durante a cerimônia, a prefeita Mariana Chamon ressaltou que a conquista vai além da gestão municipal: “Esse prêmio não é apenas uma conquista da gestão, mas de toda a população de Curionópolis. É o reflexo do nosso esforço contínuo por uma gestão mais eficiente, transparente e voltada para o bem-estar da comunidade. E principalmente, um marco para as bordadeiras de Serra Pelada, que vivem hoje um novo tempo”, afirmou.

Reconhecimento estadual

O concurso contou com 337 projetos inscritos em oito categorias, dos quais 244 foram habilitados. Curionópolis venceu na categoria Equidade de Gênero, avaliada por uma comissão formada por instituições de destaque nacional, como Atricon, Instituto Rui Barbosa, Sebrae, FAMEP, TCE-PA, TJPA e Ministério Público Estadual.

Para o presidente do TCMPA, conselheiro Lúcio Vale, a grande adesão mostra o empenho dos gestores municipais: “Os números demonstram o engajamento e a preocupação com o aprimoramento da gestão pública em todas as regiões do Estado”.

Marco para a região de Carajás

Com a conquista, Curionópolis reafirma seu papel de liderança regional, mostrando que é possível aliar desenvolvimento, valorização cultural e inovação. A gestão da prefeita Mariana Chamon segue sendo reconhecida por práticas que unem responsabilidade social, inclusão e criatividade, servindo de exemplo para outros municípios do Pará.

Brasil faz história e termina Mundial de Atletismo Paralímpico em 1º

O esporte paralímpico do Brasil viveu, neste domingo (5), um dia histórico. O país encerrou, pela primeira vez, o Campeonato Mundial de Atletismo na ponta do quadro de medalhas. A campanha verde e amarela em Nova Déli, na Índia, chegou ao fim com 44 pódios, sendo 15 ouros (dois a mais que a China, segunda colocada geral), 20 pratas e nove bronzes.

Para ter dimensão do feito brasileiro, esta é somente a segunda vez que a China não fica no topo do quadro de medalhas do Mundial de Atletismo Paralímpico. A última ocasião foi há 12 anos, quando a Rússia ficou em primeiro na edição de Lyon, na França.

O Brasil vinha batendo na trave nas últimas três edições, ficando em segundo lugar no quadro. Em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, há seis anos, foram 39 medalhas e 14 ouros, contra 59 pódios (25 no topo) da China. No Mundial de 2023, disputado em Paris, na França, os brasileiros conquistaram 47 medalhas e repetiram os 14 ouros, ficando a dois dos chineses. Já no do ano passado, em Kobe, no Japão, apesar do recorde de 19 láureas douradas (42 pódios no total), a delegação sul-americana ficou bem distante dos chineses (87 medalhas, 33 ouros).

O domingo começou dourado para o Brasil graças a Zileide Cassiano, que conquistou ouro no salto em distância da classe T20 (deficiência intelectual). A campeã repetiu o resultado do Mundial de Kobe e retomou o posto de protagonista da prova, superando Karolina Kucharczyk, ouro na Paralimpíada de Paris – a polonesa, desta vez, foi bronze.

O segundo topo de pódio do Brasil no dia veio acompanhado de uma marca histórica de Jerusa Geber. Ao vencer os 200 metros da classe T11 (cego total), a velocista chegou à 13ª medalha dela em Mundiais, isolando-se como brasileira mais laureada no evento, superando outro ícone do atletismo paralímpico do país, Terezinha Guilhermina. Na mesma prova, Thalita Simplício foi bronze.

“Dois objetivos concluídos com sucesso: o tetra nos 100 metros e sair daqui como a atleta com maior número de medalhas em Mundiais. Cheguei e estou saindo sem dor, sem lesão. É claro que quero [ir para a Paralimpíada de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 2028]. Quero o penta, [depois] o hexa [nos Mundiais], quero tudo. Até onde aguentar, eu quero ir”, disse Jerusa, de 43 anos, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Nos 200 metros da classe T2 (baixa visão), Clara Daniele, estreante em Mundiais, inicialmente foi prata. No entanto, o CPB entrou com protesto contra a venezuelana Alejandra Lopez, ganhadora da prova, alegando que o atleta-guia a teria puxado antes de cruzar a linha de chegada – o que é proibido. A arbitragem acatou a reclamação do Brasil, e Clara herdou o ouro, terceiro do país no dia.

O Brasil ainda obteve mais duas medalhas no último dia em Nova Déli. Nos 200 metros da classe T47 (amputação em um dos braços, abaixo ou ao nível do cotovelo ou punho), Maria Clara Augusto foi prata e chegou ao terceiro pódio dela na Índia, um recorde entre os brasileiros neste Mundial. Já no arremesso de peso para atletas com deficiência de membros inferiores, que reuniu as classes F42 (sem prótese) e F63 (com prótese), Edenilson Floriani levou o bronze e quebrou seu próprio recorde das Américas.

Também neste domingo, Thiago Paulino teve confirmada a medalha de prata do arremesso de peso da classe F57 (atletas com deficiência de membro inferior, que competem sentados), disputada no sábado (4). O brasileiro teve a tentativa que lhe garantiu o pódio considerada irregular por um dos adversários, o finlandês Teijo Koopikka. Após protesto do CPB, o resultado foi mantido.

Grand Prix Parauapebas de Judô reúne 400 atletas e destaca inclusão social no esporte

Competição movimentou o Ginásio Islander Souza e consolidou a cidade como referência regional na modalidade

Parauapebas viveu um sábado de grandes emoções com a realização da 14ª edição do Grand Prix Parauapebas de Judô, considerado um dos maiores eventos de artes marciais da região Norte. A competição, realizada no dia 4, levou cerca de 400 atletas ao Ginásio Poliesportivo Islander Souza, no bairro Beira Rio, e contou com a presença de delegações vindas de municípios do Pará, Maranhão e Amapá.

O evento é uma iniciativa da Associação Esportiva e Paradesportiva do Sul e Sudeste do Pará (AEPA) e promoveu disputas nas categorias de Judô Olímpico e Paralímpico, reforçando o caráter inclusivo da modalidade e a valorização da diversidade no esporte.

Emoção dentro e fora do tatame

As arquibancadas foram tomadas por familiares e apoiadores, que acompanharam cada luta com entusiasmo. Um exemplo foi o de Roseane Sampaio, que viajou 15 horas de trem, de São Luís (MA) até Parauapebas, para prestigiar o filho Arthur, de apenas 6 anos. “O judô mudou a vida do Arthur. Ele se desenvolveu na fala, nas brincadeiras e na socialização. Essa competição era um sonho para ele. Nós, mães, nos vemos como uma família unida pelo esporte, e ver essa união aqui é emocionante”, contou Roseane.

Outro destaque foi o paratleta Caio Cavalcante, de 18 anos, que pratica judô desde os 10. Ele reforçou o papel transformador da modalidade: “O judô inclusivo dá visibilidade à causa das pessoas com deficiência. É importante mostrar para a cidade e para o estado o valor da inclusão no esporte e na educação”.

Apoio e fortalecimento do evento

O Grand Prix contou com o apoio do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPDP) e da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), além do financiamento público garantido pelo Termo de Fomento nº 006/2025, firmado entre a Prefeitura de Parauapebas, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel) e a AEPA.

O coordenador geral da competição, professor Antônio Sérgio, destacou o impacto desse suporte: “Começamos pequenos, em 2010, e hoje oferecemos hospedagem, alimentação e até uniformes para atletas que não têm condições. Esse investimento público é essencial para manter a qualidade e ampliar o alcance do evento. Nosso compromisso é que no próximo ano ele seja ainda maior”.

Ele também lembrou a revelação de talentos locais, como o paratleta Thiego Marques, que já se consolidou como destaque nacional.

Celebração e união

Ao final do dia, o pódio foi tomado por atletas de diferentes idades e categorias que receberam medalhas de ouro, prata e bronze. Mais do que premiações, o momento simbolizou o espírito de união, superação e inclusão que o judô carrega.

Com sua 14ª edição consolidada, o Grand Prix Parauapebas de Judô reforça a cidade como referência no esporte e na promoção de políticas inclusivas, inspirando jovens atletas e fortalecendo a identidade esportiva regional.

Projeto social entrega geladeiras para mulheres em situação de vulnerabilidade em Parauapebas

Parceria entre primeira-dama, representantes locais e a Equatorial garante mais conforto e dignidade às famílias atendidas pela Secretaria da Mulher

Nesta semana, mulheres em situação de vulnerabilidade social em Parauapebas receberam um importante apoio para o dia a dia de suas famílias. A ação foi articulada por Beatriz Ramos, primeira-dama do município, e Ketlyn Mendes, esposa do vereador Leandro do Chiquito, em parceria com a Equatorial Energia, e resultou na entrega de geladeiras a beneficiárias da Secretaria Municipal da Mulher (Semmu).

A iniciativa busca promover dignidade, conforto e melhores condições de vida para mulheres atendidas pelo programa, que enfrentam dificuldades econômicas e sociais.

De acordo com os organizadores, o objetivo da entrega vai além do bem material: trata-se de garantir que essas famílias tenham acesso a recursos básicos que influenciam diretamente na saúde, alimentação e bem-estar.

“Cada geladeira entregue representa mais do que um eletrodoméstico. É a possibilidade de armazenar alimentos com segurança, de organizar a rotina da casa e de proporcionar mais qualidade de vida às famílias”, destacaram os responsáveis pela iniciativa.

Com o apoio da Equatorial, a ação fortalece a rede de parcerias em Parauapebas voltada para reduzir desigualdades e assegurar políticas públicas de inclusão e cidadania.

A expectativa é que novas ações sejam realizadas ao longo do ano, beneficiando ainda mais mulheres e famílias do município.

Inspeção no Pedral do Lourenção (PA) confirma falhas do licenciamento e falta de consulta a comunidades

A inspeção judicial realizada esta semana pela Justiça Federal em comunidades ribeirinhas na área do Pedral do Lourenção, no sudeste do Pará, consolidou as críticas levantadas pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre as fragilidades e ilegalidades dos estudos socioambientais e a violação do direito à Consulta Prévia, Livre e Informada (CPLI) aos povos e comunidades tradicionais no processo de licenciamento das obras para explosão das rochas e retirada de bancos de areia desse trecho do rio Tocantins.

Para o MPF, a iniciativa da Justiça Federal, que na segunda-feira (29) incluiu uma audiência pública na Vila Tauiry, e visita à comunidade de Praia Alta, em Itupiranga, e na terça-feira contou com visita à Vila Saúde, também em Itupiranga, e à comunidade Pimenteira, em Novo Repartimento, teve como principal resultado a possibilidade de que integrantes de comunidades tradicionais pudessem, enfim, ser ouvidos. As falas de pescadores, quebradeiras de coco, quilombolas e ribeirinhos evidenciaram que a obra está sendo conduzida sem o conhecimento necessário sobre os impactos locais e sem a devida participação das populações afetadas.

Por exemplo: o licenciamento prevê que, antes da explosão de rochas, serão emitidas vibrações sonoras na água para afugentar os peixes. No entanto, o presidente da Associação da Comunidade Ribeirinha Extrativista da Vila Tauiry (Acrevita), Ronaldo Barros Macena, ensinou que na região há muitas espécies de peixes que têm um comportamento contrário ao que o licenciamento prevê: há espécies que se escondem nas fendas do pedral quando há barulho, e outras espécies nadam em direção ao barulho.

O pescador Josias Pereira de Sousa confrontou diretamente a proposta de compensação de um salário mínimo apresentada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com base em sua própria realidade. “Dias atrás aí, esse mês atrás agora de setembro, eu tava pescando, eu tenho como comprovar: eu produzi 3 mil e 300 e poucos quilos de mapará. Vendendo ele a R$ 4, fiz R$ 12 mil e poucos. Como é que eu vou me conformar hoje que a pessoa vem me dar uma migalha de um salário mínimo?”, questionou Josias, sob aplausos, na audiência em Tauiry.

A complexidade e a riqueza do conhecimento tradicional sobre a pesca e a preocupação de perdê-la foram detalhadas pela pescadora e liderança comunitária Maria Eunice Silva, da comunidade Pimenteira. Ela explicou as diferentes técnicas utilizadas, como a “linha boiada” e a “linha quibada”, e os peixes-alvo de cada uma, demonstrando um conhecimento profundo que, segundo os comunitários, não foi captado pelos estudos oficiais. “Olha, a gente pesca no canal do rio. Quando passa uma balsa, passa três dias, quatro dias, cinco dias, você pode botar ali que você não pega um peixe. (…) Vai tirar o alimento dos nossos filhos. Porque da onde a gente tira o nosso sustento é do canal do rio, gente. É a nossa pescaria do mapará, a nossa pescaria que a gente pesca, gente, é na caceia, a gente pesca com a nossa linha boiada. Se as balsa passar, elas levam, como já fez isso aqui”, lamentou.

Cientistas confirmam erros – As professoras Cristiane Vieira da Cunha, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), e Rosália Furtado Cutrim Souza, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), reforçaram tecnicamente a crítica à falta de estudos adequados. “Metodologicamente – e eu trabalho com monitoramento de pesca há mais de dez anos –, metodologicamente a gente não consegue ter um marco zero com quatro meses de monitoramento. É impossível”, afirmou Cristiane Cunha. O chamado marco zero é a caracterização detalhada do cenário existente antes da implantação do empreendimento. É essencialmente uma “fotografia” das condições ambientais e socioeconômicas da área antes que as obras comecem.

“Realmente, em quatro meses não se faz monitoramento. Porque a pesca tem a safra, tem a migração dos peixes e nada é pontual. Nem o peixe, nem o pescador. Os municípios têm limite, mas a pesca não tem limite. O peixe ele fica aqui, ele fica ali, ele é de toda área e o pescador também: onde tem peixe é que vai o pescador (…) E eu já falei isso para o Dnit: que não vai impactar somente lá em cima. Todos os pescadores que fazem uso desse local vão ser impactados”, complementou Rosália Furtado Cutrim Souza.

A professora Cristiane Vieira da Cunha também apontou que o Diagnóstico Socioambiental Participativo (DSAP) foi realizado de maneira incorreta. Das 651 pessoas entrevistadas, 69% eram da zona urbana de Itupiranga. “Ou seja: as comunidades, os pescadores que realmente estavam no território e estão no território não foram entrevistados por essa metodologia. Essa metodologia ela trouxe um viés na pesquisa”, ressaltou.

Segundo a pesquisadora, o estudo de impacto ambiental não respondeu a nenhum dos seguintes pontos que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tinha requisitado: informações básicas sobre número de pescadores de cada grupo, caracterização das comunidades, existência de pesqueiro, rota de pesca, quantidade e qualidade das embarcações, os métodos empregados na pescaria, peixes-alvo, o desembarque médio, quantos vivem exclusivamente da pesca, e outras formas de vida, entre outras questões não respondidas.

Apesar de o Dnit alegar que faria o cadastramento de pescadores que pescam na área de influência, independentemente de onde moram, as comunidades expressaram grande preocupação, pois todos os programas de compensação, educação ambiental e quelônios estão sendo baseados pelo diagnóstico.

Falta inclusão e consulta – As reivindicações mais frequentes durante toda a inspeção foram pela inclusão, nos estudos socioambientais, de comunidades até agora esquecidas pelo licenciamento, e a exigência da realização da Consulta Prévia, Livre e Informada (CPLI). Representantes de diversas comunidades, como Cajazeiras, Porto Novo e Pimenteira, afirmaram nunca terem sido oficialmente comunicados sobre o projeto, e muito menos consultados de acordo com a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e sim apenas informados em reuniões pontuais ou simplesmente ignorados.

“Nós não tivemos, pelo menos nós, a consulta prévia. E aí nós queremos saber o porquê que isso aconteceu, porque nós também fazemos parte dessas comunidades”, questionou Raimunda dos Santos, da comunidade de Cajazeiras, durante a audiência pública em Vila Tauiry. Mariclea  Gomes, moradora da Vila Porto Novo, reforçou a queixa de exclusão: “Nós estamos aqui para dizer ‘por que que nós não estamos inclusos?’. Nós requeremos que seja feita a consulta prévia, livre e formada, para que nós sejamos ouvidos, porque nós existimos.”

A distinção entre uma simples entrevista e uma consulta genuína foi um ponto crucial levantado pelas comunidades e pelo MPF. Em sua fala, o procurador da República Sadi Machado indicou um dos prováveis motivos de a consulta não ter ocorrido: “A consulta presume que a comunidade possa dizer não. Então é por isso que a comunidade não está sendo consultada. Ela está sendo pesquisada, entrevistada. O Dnit chegou a afirmar numa audiência pública no Senado Federal que bateu um papo com as comunidades. Bater um papo não é consultar”.

Essa percepção foi confirmada pelo pescador Erlan Moraes, da Comunidade Agroextrativista Ribeirinha Praia Alta, que relatou ter participado de reuniões isoladas. “Foi basicamente para mostrar as coisas que a gente sempre vê”. O procurador da República Rafael Martins da Silva perguntou: “Mas foi só você?”. “Da comunidade só eu”, respondeu Moraes, evidenciando a falta de um processo mínimo de diálogo com a comunidade.

Balanço do MPF – Ao final da inspeção judicial, membros do MPF que acompanharam a diligência avaliaram o resultado como um marco fundamental para o processo. O sentimento unânime é de que a visita às comunidades validou, na prática, os argumentos que o MPF vem sustentando desde o início da ação civil pública.

Para o procurador da República Rafael Martins da Silva, a inspeção foi essencial para que o Judiciário pudesse constatar a realidade local. “O MPF solicitou para que o Juízo viesse a essas comunidades (…) para que enxergasse aquilo que o MPF já vinha observando desde 2023. Porque o MPF viu que essas comunidades foram apagadas por esse empreendimento, ou seja, elas não foram ouvidas, e as poucas que foram ouvidas não estão tendo o seu modo de vida completamente considerado. Elas vão ser impactadas por esse empreendimento de forma muito grave”, frisou. Ele conclui que, com as provas colhidas, o MPF espera que o Judiciário acate o pedido de nulidade das licenças do projeto.

O procurador-chefe do MPF no Pará, Felipe de Moura Palha, destacou que a inspeção confirmou as teses centrais da ação. “A inspeção judicial demonstrou o que o Ministério Público já vinha afirmando há muito tempo: a importância da consulta prévia livre e informada, inclusive para se saber qual seria a dimensão dos impactos nas comunidades. Ficou evidente, a partir das falas das comunidades, que os estudos sobre a pesca, sobre as rotas de pesca, sobre as espécies de peixe, o comportamento dessa atividade, sequer foram realizados”, pontuou.

Ele reforçou, ainda, como o conhecimento tradicional se sobrepõe à fragilidade dos estudos oficiais: “As comunidades demonstraram, através do seu conhecimento tradicional, todos os impactos que elas já anteveem que essa obra ocasionará. Por isso, o MPF reafirma a importância do Juízo vir até o local da obra, para evidenciar que existem comunidades tradicionais ao redor do Pedral do Lourenção, que estão subdimensionadas nos estudos do Dnit e que os impactos, principalmente na principal atividade delas, que é a pesca, sequer foram estudados devidamente.”

A importância processual e humana da diligência foi ressaltada pelo procurador regional da República Felício Pontes Jr. “É muito importante que em um processo coletivo o juiz possa ouvir a comunidade que é titular do direito violado. O processo coletivo tem um problema insuperável que é nós do Ministério Público fazemos a ação em nome dessas pessoas, mas elas não estão no processo. Uma forma de fazer com que o juiz possa conhecer essas pessoas é através da inspeção judicial. Isso facilita muito a compreensão do juiz do tamanho do problema que ele tem para julgar e, principalmente, os impactos que as suas decisões podem causar”, explicou.

Por fim, o procurador da República Sadi Machado enfatizou que a atuação do MPF visa garantir que os erros de grandes projetos do passado não se repitam. “Não há justiça possível nesse processo se não houver consulta prévia, livre e informada às comunidades potencialmente impactadas. Para além da consulta, é preciso que haja também um diagnóstico adequado dos potenciais impactos para que de fato se possa dimensionar quais são os riscos envolvidos”, declarou. “Nós saudamos a posição do Poder Judiciário de se aproximar da comunidade para realizar essa audiência pública e fazer a inspeção judicial, porque de fato é importante que o juiz tenha dimensão clara de quais são os anseios e as demandas da população. Sem isso não há justiça ambiental possível, sem isso não há justiça climática.”

Ação Civil Pública nº 1035924-87.2024.4.01.3900

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Metanol: Brasil confirma 11 casos e investiga sete mortes suspeitas

Ministério da Saúde confirma 11 casos em exames laboratoriais e monitora situação em diversos estados

O Brasil registra atualmente 48 casos em investigação de possível intoxicação por metanol, segundo balanço apresentado na tarde desta quinta-feira (2) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O anúncio foi feito em entrevista coletiva na Sala de Situação, criada para acompanhar os casos e coordenar medidas de resposta em nível nacional.

De acordo com o ministério, 11 casos já foram confirmados após exames laboratoriais que detectaram a presença da substância em amostras analisadas pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs).

Mortes em análise

Até o momento, o governo confirma uma morte em São Paulo diretamente relacionada à intoxicação por metanol. Outras sete mortes estão sob investigação: duas em Pernambuco e cinco também em São Paulo.

No início da coletiva, o ministro havia confirmado um 12º caso em Brasília, envolvendo o rapper Hungria, mas a pasta corrigiu a informação, classificando-o ainda como caso suspeito.

O que é o metanol e por que é perigoso

O metanol é um líquido incolor, inflamável e utilizado em solventes, combustíveis e produtos industriais. Sua presença em bebidas alcoólicas é ilegal e sempre indica adulteração.

Quando ingerido, o fígado o metaboliza em formaldeído e ácido fórmico, substâncias altamente tóxicas que podem provocar falência celular, convulsões, coma, cegueira irreversível e até a morte, mesmo em pequenas doses.

Sintomas de intoxicação

Os sintomas geralmente surgem 12 a 14 horas após a ingestão da bebida adulterada e incluem:

  • Dor de cabeça, náusea, vômito e dor abdominal;
  • Confusão mental, tontura e convulsões;
  • Visão turva, manchas visuais e até cegueira permanente;
  • Em casos graves, pode evoluir para coma ou óbito.

O que fazer em caso de suspeita

O Ministério da Saúde orienta que, diante da suspeita de intoxicação por metanol, a pessoa procure atendimento médico imediato e leve, se possível, a embalagem ou amostra da bebida ingerida.

Além disso, é importante acionar os serviços de urgência:

  • Disque-Intoxicação Anvisa: 0800 722 6001
  • CIATox locais
  • CCI-SP: (11) 5012-5311 / 0800-771-3733

Nos casos graves, o tratamento pode incluir etanol venoso (antídoto) e hemodiálise.

Governo acompanha situação

Segundo Alexandre Padilha, o monitoramento seguirá de forma intensa para garantir que novos casos sejam rapidamente identificados e para orientar a população sobre os riscos da ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas.

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