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MARABÁ: MPF pede suspensão da licença da obra de duplicação da ponte rodoferroviária da Vale

Ação aponta falta de consulta prévia a comunidades tradicionais, danos socioambientais e omissão na fiscalização do projeto

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação contra a mineradora Vale e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por irregularidades e impactos socioambientais causados pela obra de duplicação da ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, em Marabá, no sudeste do Pará.

Segundo o MPF, o empreendimento tem afetado gravemente pescadores artesanais e comunidades ribeirinhas da região, especialmente do núcleo urbano São Félix, em Marabá. O MPF aponta que não foi realizada a Consulta Prévia, Livre e Informada (CPLI) a essas populações, um direito garantido pela Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário.

Assinada pela procuradora da República Gabriela Puggi Aguiar, a ação destaca a omissão do Ibama em exigir a CPLI como condição para o licenciamento ambiental e de fiscalizar adequadamente os impactos da obra.

Impactos relatados – O MPF detalha uma série de danos sofridos pelas comunidades tradicionais locais desde o início da obra. Entre os principais problemas relatados pelos pescadores e ribeirinhos estão:

  • diminuição do pescado e da renda em 40%, causada pela restrição de acesso a locais de pesca tradicionais e pelo afugentamento dos peixes devido à operação de balsas;
  • dificuldade de navegação, obrigando os pescadores a buscarem peixe em locais mais distantes, aumentando custos com combustível;
  • contaminação da água do Rio Tocantins, que é utilizada para consumo, banho e lavagem de roupas, supostamente por óleo vazado das balsas da obra;
  • perda permanente de pontos de pesca (pesqueiros) tradicionais;
  • exclusão das comunidades ribeirinhas e de vendedores de peixe dos programas de redução de impactos (mitigação) e monitoramento estabelecidos no licenciamento

O MPF aponta, ainda, a falta de transparência da Vale, que se negou a fornecer dados do monitoramento de pesca aos próprios pescadores e a pesquisadores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). A ação critica também o programa de monitoramento do conjunto de espécies de peixes da região (ictiofauna), que, segundo nota técnica da universidade, utiliza metodologia falha e literatura desatualizada.

 Pedidos à Justiça – Na ação, o MPF pede à Justiça a concessão de uma decisão urgente que determine:

  •  a imediata suspensão da licença de instalação da obra até que a Consulta Prévia, Livre e Informada seja realizada com as comunidades afetadas;
  • o pagamento, pela Vale, de uma verba mensal de caráter alimentar em valor não inferior a um salário mínimo para cada pescador atingido, como compensação emergencial e transitória;
  • o fornecimento imediato, pela Vale, de combustível, gelo, isopores, petrechos de pesca e novas embarcações para adequar a atividade pesqueira às novas rotas;
  • que o Ibama exija a correção da avaliação de impactos e fiscalize diretamente a qualidade da água

 Ao final do processo, o MPF pede que a licença de instalação seja declarada nula e que a Vale e o Ibama sejam condenados solidariamente a pagar uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 100 milhões. A ação visa garantir a reparação integral dos danos socioambientais e o respeito aos direitos das comunidades tradicionais afetadas pelo empreendimento.

Processo 1007630-85.2025.4.01.3901

Íntegra da ação

Consulta processual

Parauapebas recebe a 28ª edição do ABCF Fight com disputa de cinturão e show de rock

Evento acontece no dia 23 de agosto, no Ginásio Islander Souza, com 10 combates e apresentação da banda Pilantropia

Parauapebas se prepara para viver uma noite de muita adrenalina e emoção. No dia 23 de agosto de 2025, o Ginásio Poliesportivo Islander Souza será palco da 28ª edição do ABCF Fight, um dos maiores eventos de artes marciais da região, que ao longo de duas décadas vem revelando talentos e consolidando atletas no cenário nacional e internacional.

Duas disputas de cinturão

O destaque da noite ficará por conta das defesas de cinturão, que prometem levantar o público:

  • Samuel Samuca x Escorpião Rei – luta válida pelo cinturão da categoria Peso Pena;
  • Flávio Pina x Lucas Sonic – mais um duelo eletrizante que definirá quem fica no topo.

Além disso, outros grandes nomes do octógono estarão em ação, somando 10 combates que prometem intensidade do início ao fim. Entre eles:

  • Jhonatan Barbosa x Lucas Andrade
  • Alan Abacaxi x Avatar Strike
  • Pelezinho x Madruguinha
  • Perna Longa x Adão Silva
  • Lucas Mexicano x Formigão Alves
  • Ricardo Nogueira x Ruan Carrasco
  • Janaína x Luana
  • Marcelino Carvalho x Erik Silva
  • Azulão x Dudu Super Choque

Muito mais que luta

O ABCF Fight se consagrou como um celeiro de atletas. Em 20 anos de história, o evento abriu portas para inúmeros lutadores que hoje brilham em competições de nível nacional e até internacional. Mais do que combates, o torneio representa oportunidades, disciplina e transformação de vidas por meio do esporte.

Para esquentar ainda mais a noite, o público poderá curtir um show ao vivo da Banda Pilantropia, que vai agitar a arena com muito rock e energia.

Ingressos e solidariedade

A organização do evento preparou um formato acessível e solidário:

  • Arquibancada: entrada gratuita;
  • Pista VIP (cadeiras na parte inferior): acesso mediante doação de 5 kg de arroz.

A iniciativa busca não apenas aproximar o público do espetáculo, mas também fortalecer ações sociais por meio da arrecadação de alimentos.

Serviço

Data: 23 de agosto de 2025
Local: Ginásio Poliesportivo Islander Souza – Parauapebas/PA
Horário: 20h

A luta continua

Mais que um torneio, o ABCF Fight é parte da identidade esportiva de Parauapebas. E neste ano, a promessa é de arquibancadas cheias, adrenalina no octógono e muita emoção para quem acompanhar de perto essa noite que já nasce histórica.

MST apresenta extensa pauta de reivindicações e pede pavimentação completa do Acampamento Terra e Liberdade

Documento entregue em órgãos municipais traz dezenas de demandas em áreas como saúde, educação, agricultura e infraestrutura; Prefeitura afirma que criará comissão para avaliar pontos junto ao movimento

Na manhã desta segunda-feira (18), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) protocolaram em diferentes órgãos da Prefeitura de Parauapebas uma extensa pauta de reivindicações, que inclui desde ações sociais e culturais até grandes obras de infraestrutura.

O Portal Pebinha de Açúcar teve acesso ao documento, que reúne dezenas de solicitações e chama atenção pela abrangência e pelo peso financeiro que muitas delas representam.

Lista extensa de pedidos

A pauta do MST contempla praticamente todas as áreas da gestão pública municipal. Entre os pontos apresentados estão:

  • Educação: criação de escolas do campo, bibliotecas comunitárias, contratação imediata de professores, construção de creches em tempo integral e transporte escolar gratuito para assentamentos;
  • Saúde: reforma e ampliação de unidades de saúde, aquisição de ambulâncias, novas bases do SAMU, além de programas voltados para a saúde da mulher e para comunidades rurais; Agricultura: plano agrícola municipal, hortas comunitárias, fábricas de bioinsumos, feiras cobertas, apoio à piscicultura e crédito para assentados;
  • Obras e Urbanismo: duplicação de trechos viários, revitalização de ruas e praças e, de forma destacada, o pedido pela pavimentação de todas as ruas do Acampamento Terra e Liberdade;
  • Assistência Social: centros de convivência para idosos, CRAS em assentamentos e cozinhas solidárias;
  • Esporte, Cultura e Juventude: construção de quadras, centros poliesportivos e culturais, além de programas de incentivo à juventude, como eleições para o Conselho de Juventude e cursos profissionalizantes.

A dimensão das reivindicações

O documento entregue pelo MST é amplo e detalhado, mas levanta questionamentos: será que a Prefeitura de Parauapebas conseguirá atender a tantas solicitações diante de outras prioridades que já existem na cidade?

Muitos dos pedidos envolvem investimentos milionários em obras de infraestrutura, como a pavimentação de bairros inteiros, construção de unidades de saúde completas, criação de fábricas e até programas permanentes de crédito e logística agrícola.

Para analistas, o desafio da gestão municipal será conciliar as reivindicações do movimento com o orçamento público, sem comprometer projetos que já estão em andamento em áreas como saúde, educação urbana e mobilidade.

Posição da Prefeitura

Em nota oficial, a Prefeitura de Parauapebas informou que todas as reivindicações serão encaminhadas às secretarias competentes para análise e que será criada uma comissão de governo para dialogar com uma comissão do MST, a fim de discutir os pontos apresentados.

O Executivo reforçou que mantém abertura ao diálogo com movimentos sociais, desde que de forma pacífica e respeitosa, e reafirmou o compromisso de trabalhar por políticas públicas que promovam desenvolvimento social, econômico e humano para toda a população.

Próximos passos

Com a pauta oficialmente protocolada, a expectativa é de que as negociações sejam iniciadas nas próximas semanas. Enquanto isso, os integrantes do MST seguem acampados na Praça dos Pioneiros, aguardando retorno às suas demandas.

O Portal Pebinha de Açúcar seguirá acompanhando as movimentações e trará atualizações sobre como a Prefeitura vai lidar com essa extensa lista de reivindicações.

Consumo abusivo de álcool entre mulheres brasileiras quase dobra em 17 anos

Estudo revela que jovens de 25 a 34 anos lideram crescimento; obesidade e hipertensão também aumentaram no período

Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a ACT Promoção da Saúde e o Ministério da Saúde, acendeu um alerta para a saúde pública no Brasil. A pesquisa, publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia, analisou dados do sistema Vigitel entre os anos de 2006 e 2023 e revelou que o consumo abusivo de álcool entre mulheres adultas quase dobrou no período, passando de 7,7% para 15,2%.

Mulheres entre 25 e 34 anos lideram aumento

Os números mais recentes, de 2023, mostram que a faixa etária com maior prevalência de consumo abusivo de álcool foi a de 25 a 34 anos (22,2%), seguida pelas mulheres de 35 a 44 anos (18,6%). Já entre as mulheres acima dos 65 anos, a proporção caiu para apenas 2,8%.

Enquanto isso, entre os homens, o percentual foi maior — cerca de 25% — mas se manteve estável ao longo dos 17 anos pesquisados. O critério utilizado para definir o consumo abusivo foi de quatro ou mais doses em uma mesma ocasião para mulheres e cinco ou mais doses para homens, pelo menos uma vez nos últimos 30 dias.

A pesquisadora Deborah Carvalho Malta, da Escola de Enfermagem da UFMG, destacou que os dados apontam para a necessidade de políticas públicas específicas: “Esse cenário reforça a necessidade de estratégias que considerem as particularidades de gênero, não apenas na identificação de riscos, mas também em ações preventivas e educativas que dialoguem com os contextos sociais e culturais das mulheres”.

Possíveis fatores e desafios

Segundo os autores do estudo, o aumento pode estar relacionado a estratégias de marketing direcionadas ao público feminino nas últimas décadas, associando bebidas alcoólicas a glamour, sucesso e empoderamento.

A pesquisadora Deborah lembra que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda medidas para frear o consumo, como:

  • maior controle da publicidade;
  • restrição de horários e locais de venda;
  • proibição da venda a menores;
  • fiscalização de eventos com consumo liberado (“open bar”).

Outros achados do estudo

O levantamento também trouxe dados sobre outros fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT):

  • Excesso de peso: passou de 38,5% para 59,6% entre mulheres, e de 47,6% para 63,4% entre homens;
  • Obesidade: praticamente dobrou, atingindo cerca de 1 em cada 4 brasileiros adultos em 2023;
  • Hipertensão arterial: subiu de 25,2% para 29,3% entre mulheres, e de 19,3% para 26,4% entre homens;
  • Diabetes: cresceu de 6,4% para 11,1% entre mulheres, e de 4,8% para 9,1% entre homens.

Por outro lado, o estudo também apontou avanços importantes:

  • Tabagismo caiu de 12,4% para 7,2% entre mulheres e de 19,3% para 11,7% entre homens;
  • Prática de atividade física no lazer cresceu de 22,1% para 36,2% no sexo feminino, e de 39% para 45,8% no masculino.

Desafio para a saúde pública

Os pesquisadores defendem que os resultados devem servir como guia para a criação de políticas intersetoriais, envolvendo saúde, educação e assistência social, de modo a reduzir riscos e promover hábitos saudáveis.

O estudo reforça que, se por um lado houve conquistas no combate ao tabagismo e no incentivo à prática de atividades físicas, por outro, o crescimento do consumo abusivo de álcool entre mulheres e o avanço da obesidade representam grandes desafios para o sistema de saúde brasileiro nos próximos anos.

Adultização: quando a infância é encurtada e crianças assumem papéis de adultos antes da hora

Especialistas alertam para os riscos emocionais e sociais desse fenômeno cada vez mais presente na sociedade

O termo adultização vem ganhando destaque em debates sociais e educacionais no Brasil. Ele se refere ao fenômeno em que crianças e adolescentes passam a assumir responsabilidades, comportamentos ou pressões do mundo adulto precocemente, deixando de viver integralmente as fases da infância e adolescência.

Esse processo pode acontecer de forma silenciosa, no ambiente familiar, escolar ou até mesmo nas redes sociais, e traz consequências significativas para o desenvolvimento emocional, social e psicológico dos jovens.

Como a adultização acontece

A adultização pode se manifestar de várias formas:

  • Responsabilidades domésticas ou financeiras além do esperado para a idade, quando crianças precisam cuidar da casa ou até mesmo dos irmãos;
  • Exposição à sexualização precoce, por meio de conteúdos em redes sociais, músicas, roupas ou pressões sociais;
  • Cobrança por desempenho em níveis semelhantes aos de adultos, seja nos estudos, no esporte ou em atividades extracurriculares;
  • Falta de vivência lúdica, quando a criança deixa de brincar, explorar e experimentar a infância para assumir posturas “maduras”.

Consequências emocionais e sociais

De acordo com psicólogos e educadores, a adultização pode gerar efeitos duradouros:

  • Ansiedade e estresse: o excesso de responsabilidades cria uma carga emocional que a criança não está preparada para lidar;
  • Comprometimento da autoestima: a comparação com padrões adultos pode levar a frustração;
  • Perda da infância: a ausência do brincar, do tempo livre e da vivência infantil empobrece a experiência de crescimento;
  • Riscos sociais: a sexualização precoce pode expor crianças a situações de violência e exploração.

O papel da sociedade e da família

Especialistas destacam que combater a adultização exige uma rede de apoio que envolva famílias, escolas e instituições públicas. É papel dos adultos proteger e respeitar cada fase da vida, garantindo que crianças tenham espaço para brincar, errar, aprender e amadurecer naturalmente.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura que jovens têm direito a uma infância plena, livre de exploração e pressões indevidas. A violação desse princípio pode caracterizar negligência e até configurar crime, dependendo da situação.

Um fenômeno contemporâneo

Em tempos de redes sociais, reality shows e forte exposição digital, a adultização se torna ainda mais evidente. Meninas e meninos, muitas vezes incentivados por familiares ou influenciadores, são pressionados a adotar comportamentos adultos — desde aparência até linguagem — antes de estarem preparados para isso.

Integrantes do MST fazem marcha em Parauapebas e entregam pautas de reivindicações em órgãos públicos

Após desocupação da Prefeitura, manifestantes seguem acampados na Praça dos Pioneiros e buscam formalizar demandas junto à gestão municipal

Na manhã desta segunda-feira (18), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizam uma marcha pelas ruas de Parauapebas, no sudeste do Pará, com o objetivo de entregar pessoalmente suas pautas de reivindicações a órgãos da administração municipal.

O grupo está acampado desde a semana passada na Praça dos Pioneiros, no Bairro Chácara do Sol, após ter sido obrigado a deixar o prédio da Prefeitura de Parauapebas. A desocupação ocorreu por meio de decisão judicial, cumprida com apoio da Tropa de Choque da Polícia Militar, que retirou os manifestantes das dependências do Executivo municipal.

Entrega das pautas

Durante a caminhada desta segunda-feira, os manifestantes passaram por diversos setores da gestão municipal, onde protocolaram suas demandas e buscaram diálogo com autoridades locais.

Até o fechamento desta matéria, os representantes do MST já haviam estado no Gabinete do Prefeito, na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), na Secretaria Municipal de Educação (Semed) e também no prédio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento (Seden), onde funciona o Sistema Nacional de Emprego (SINE).

A entrega das reivindicações também ocorreu no Centro de Desenvolvimento Cultural de Parauapebas (CDC), local que abriga a estruturas da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) e no Departamento Municipal de Arrecadação Municipal (DAM). O objetivo da peregrinação, segundo o movimento, é oficializar sua pauta de reivindicações junto à Prefeitura de Parauapebas.

Contexto e posicionamento da Prefeitura

Na semana passada, logo após a desocupação do prédio da Prefeitura, o prefeito Aurélio Goiano fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais e afirmou que não iria se sentar à mesa de negociação com quem classificou como “baderneiros”, em referência aos integrantes do MST.

O gestor criticou a forma como o movimento ocupou o gabinete do Executivo e ressaltou que só deixaram o local após a chegada da ordem judicial e do reforço da tropa de choque da PM.

Próximos passos

Apesar da postura firme do prefeito, os integrantes do MST buscam agora um caminho institucional, tentando garantir que suas reivindicações sejam recebidas pelas secretarias competentes.

O Portal Pebinha de Açúcar seguirá acompanhando os desdobramentos deste impasse entre o MST e a gestão municipal.

Polícia Civil prende comandante de embarcação que colidiu em equipamentos da nova ponte de Outeiro

Polícia Civil prende comandante de embarcação que colidiu em equipamentos da nova ponte de Outeiro

A Polícia Civil prendeu no final da tarde deste domingo (17) o comandante do empurrador que atingiu estruturas de trabalho da nova ponte em construção, que vai conectar os distritos de Outeiro e Icoaraci, em Belém. O comandante Mário Lima foi preso na casa de familiares no bairro da Cremação. Além dele, a embarcação, de nome Confiança IX, era tripulada por mais seis pessoas.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Fluvial e o comandante foi autuado por colocar em risco a segurança da navegação e causar danos ao patrimônio público. A prisão do comandante ocorreu quase 12h horas após o acidente. “Agora, ele vai seguir à disposição do Ministério Público e do Poder Judiciário”, frisou o delegado Juliano Corrêa.

Com exceção do comandante, todas as pessoas que estavam à bordo prestaram depoimento na condição de testemunhas. “Ouvimos todas as pessoas que tinham relação direta e indireta com o empurrador envolvido no fato”, disse o delegado.

Documentos da embarcação e da carga transportada serão analisados pela Polícia Civil para verificar, junto aos órgãos competentes, entre eles a Marinha, se a embarcação operava de forma regular.

O acidente desta manhã, envolvendo o empurrador da empresa Majonav e a nova ponte, não vai prejudicar o cronograma das obras. Os trabalhos estão 84% concluídos. A embarcação atingiu duas gaiolas usadas na obra, mas não provocou danos à estrutura. O empurrador Confiança IX foi apreendido pela Polícia Civil e passou por perícia.

Uma equipe da Defesa Civil do Estado esteve nas obras da nova ponte de Outeiro e fez um levantamento para verificar eventuais danos provocados. A Polícia Científica do Pará também realizou a perícia na área atingida pelo empurrador. O laudo vai ajudar no inquérito policial sobre o caso.

“Os procedimentos consistiram na inspeção visual, no primeiro momento. Durante essa inspeção, nós fazemos a coleta dos vestígios resultantes do impacto da embarcação com a ponte. Estes vestígios são coletados e somados às informações que nós vamos coletar nos projetos”, explica Orley de Moraes Cruz, engenheiro civil, perito criminal e coordenador da Perícia de Engenharia Legal da Polícia Científica.

Danos materiais

A ponte em construção fica sobre o Furo do Maguari. A estrutura vai conectar o bairro Brasília, no distrito de Outeiro, ao bairro Cruzeiro, em Icoaraci, reduzindo a distância e o tempo de deslocamento entre estas áreas. Segundo Cleyder Razzini, um dos engenheiros responsáveis pela obra, o acidente aconteceu por volta de 7h deste domingo (17), antes do início dos trabalhos, que começaram às 8h. Não havia operários no local.

A colisão da embarcação provocou a perda de equipamentos que são utilizados para puxar cabos, motores e bombas usadas na obra. Também foram perdidos alguns andaimes onde os funcionários transitam durante o serviço.

Sobre a nova ponte

O projeto do Governo do Pará é executado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seinfra). Com 414 metros de comprimento e 10,5 metros de largura, o trecho central do equipamento público será sustentado por uma estrutura estaiada, composta por cabos de aço que garantem maior resistência e segurança. O design inovador utilizado na ponte oferece dois vãos de navegação de 117 metros cada, assegurando a fluidez e a proteção do tráfego aquaviário.

A altura de navegação da nova ponte é de 13,90 metros na maré baixa e 11,40 metros na maré alta. No ponto conhecido como “melhor passagem”, a altura chega a 15,30 metros na maré baixa e 12,80 metros na maré alta. O gabarito de navegação da nova Ponte Icoaraci/Outeiro está de acordo e respeita todas as exigências das Normas da Autoridade Marítima (NORMAM-303).

Antes do início da obra, foi realizada uma reunião com as empresas que operam no trecho fluvial, onde o projeto foi apresentado. Posteriormente, todas enviaram anuência formal confirmando que as dimensões atendem às necessidades de navegação.

A construção da nova ponte gera 120 empregos diretos e cerca de 200 indiretos, impulsionando a economia local. Além de melhorar a mobilidade, o projeto vai facilitar o acesso às praias de Outeiro, um dos destinos turísticos mais procurados da região.

Descobridor de Carajás alerta: Parauapebas deve planejar futuro além da mineração

Geólogo Breno Augusto dos Santos aponta risco de colapso econômico e defende diversificação em setores como turismo e pecuária

Parauapebas, conhecida nacionalmente como a “capital do minério”, recebeu um importante alerta sobre o seu futuro. Durante o evento Café com Ciência, em Belém, que integrou as comemorações dos 15 anos do Instituto Tecnológico Vale (ITV), o geólogo Breno Augusto dos Santos — responsável pela descoberta da província mineral de Carajás — chamou a atenção para a necessidade urgente de planejamento econômico no município.

Segundo ele, embora o atual momento seja de abundância em receitas vindas da mineração, o ciclo extrativista não é infinito. “Estamos vivendo um período de abundância, mas ele não será eterno. Dentro de 20 ou 30 anos, os recursos minerais estarão esgotados e, com eles, os royalties que sustentam grande parte da economia local”, afirmou o especialista.

Dependência da mineração e risco de estagnação

Com mais de 300 mil habitantes, Parauapebas consolidou-se como uma das cidades mais ricas da região Norte graças à exploração mineral. No entanto, essa dependência quase exclusiva preocupa Breno, que levantou uma questão crucial: o que será da cidade quando a extração de minério chegar ao fim? “Será que Parauapebas corre o risco de se tornar uma cidade fantasma?”, questionou, ao destacar o perigo da falta de diversificação econômica.

Caminhos para o futuro: turismo e pecuária

Para o geólogo, a saída está em ampliar os horizontes e investir em outros setores capazes de sustentar a cidade após o esgotamento das jazidas. Ele citou como alternativas o turismo, aproveitando as belezas naturais e riquezas ambientais da região, e a pecuária de qualidade, que pode se tornar um polo econômico sólido.

Esses caminhos, segundo Breno, poderiam garantir a continuidade do crescimento econômico e social de Parauapebas, evitando que o município enfrente um colapso no futuro.

Debate necessário para o sudeste do Pará

O alerta do descobridor de Carajás reacende um debate que há anos circula nos bastidores da política e da economia local: a urgência em diversificar a matriz econômica de Parauapebas. O tema, cada vez mais presente nas discussões sobre o sudeste do Pará, coloca em evidência a necessidade de políticas públicas e iniciativas privadas voltadas para preparar a cidade para o período pós-mineração.

Mais do que uma reflexão, a fala de Breno Augusto dos Santos soa como um chamado à ação para que Parauapebas construa um futuro sustentável e não dependa apenas da riqueza que vem debaixo da terra.

Festival Búfalos Gourmet transforma Parauapebas em capital da cultura, gastronomia e empreendedorismo

Evento reuniu chefs, artistas, artesãos e empreendedores durante quatro dias e movimentou a economia local com sabores, arte e histórias inspiradoras

Parauapebas viveu, entre os dias 14 e 17 de agosto, uma verdadeira celebração cultural e gastronômica com a realização da VI edição do Festival Búfalos Gourmet. O evento, que encerra neste domingo (17), reuniu milhares de pessoas na Praça dos Esportes Radicais Wellison Farias Azevedo, no Bairro Cidade Nova, em quatro dias de intensa programação com aprendizado, cultura, sabores e empreendedorismo.

Com o apoio da Prefeitura de Parauapebas e da Secretaria Municipal de Cultura, o festival atraiu visitantes de diferentes partes do Brasil e se consolidou como uma vitrine da diversidade cultural e gastronômica do sudeste paraense.

Gastronomia, cultura e superação

Entre os destaques do festival está Tanya Sleyne, gastrônoma e psicóloga, que já conquistou três edições como competidora e hoje atua nos bastidores, promovendo oficinas e a tradicional “Cozinha Show”. “Participo desde a primeira edição. Ganhei nos três anos em que competi e hoje ajudo na organização. O festival fomenta a cultura alimentar, a economia criativa, dá visibilidade à nossa identidade e mistura sabores de todo o Brasil. Cada ano que passa, ele agrega ainda mais valor à cultura de Parauapebas”, destacou Tanya.

Além dos sabores, o festival também foi palco de histórias de superação. A artesã Maria Saraiva, presidente do Instituto Preciosa da Amazônia, encontrou no artesanato e nas biojoias uma nova chance de vida após enfrentar traumas e depressão. “Comecei no artesanato por necessidade e encontrei uma nova vida nas sementes da arborização da cidade. Hoje, nossas biojoias são reconhecidas no Brasil e no mundo. O Búfalos Gourmet foi um namoro que deu certo. Desde a primeira edição temos espaço para expor, desfilar e vender. E muitas mulheres que começaram comigo hoje são empresárias”, contou Maria, emocionada.

Impacto econômico e cultural

Para o advogado e organizador do evento, Pedro Oliveira, o Búfalos Gourmet vai além do entretenimento. “Recebemos grupos de São Paulo, São Luís e Belém. Essas pessoas ficam na cidade, consomem em hotéis, restaurantes, compram artesanato… É um impacto direto na economia e no desenvolvimento de Parauapebas, nossa capital do minério”, ressaltou.

O secretário municipal de Cultura, Jhônata Santos, reforçou que o festival já se tornou parte do calendário oficial da cidade. “O Búfalos Gourmet movimenta cultura, economia e fortalece a diversidade gastronômica e cultural da nossa cidade. Apoiamos com orgulho esse projeto, que já faz parte da nossa tradição”, afirmou.

A historiadora Lúcia Oliveira destacou a importância da programação: “É uma grande rede de troca de saberes. O festival consegue unir gastronomia, arte, cultura e identidade local em um só lugar. Uma verdadeira soma de potenciais”, avaliou.

Uma vitrine para Parauapebas

O prefeito Aurélio Goiano, presente no evento, celebrou a realização e reforçou o papel do festival para o município. “É um orgulho para Parauapebas sediar um evento dessa magnitude. O Búfalos Gourmet movimenta a economia, valoriza nossos talentos locais e ainda projeta nossa cidade para o Brasil inteiro. É cultura, é renda e é pertencimento. Parabéns a todos os envolvidos!”, disse o gestor.

Com oficinas, apresentações culturais, exposição de artesanato, desfiles e gastronomia que representa diferentes regiões do Brasil, o Festival Búfalos Gourmet se consolida como um dos maiores eventos culturais e gastronômicos da região sudeste do Pará.

Realização e apoios

O evento tem patrocínio da Lei Rouanet, que incentiva e projeta a cultura, e do Instituto Cultural Vale, além do apoio da Prefeitura de Parauapebas. A realização é da Associação Búfalos de Ferro (ABF), em parceria com o Ministério da Cultura e o Governo Federal.

Como bem resume Tanya Sleyne: “Nossa cultura alimentar vai além do tucupi. Ela é feita de pequi, de puxá, de quirera, de histórias e de resistência”.

Polícia investiga morte de mulher trans e comentários preconceituosos nas redes sociais geram alerta

Jovem de 22 anos foi encontrada morta no Parque dos Carajás, em Parauapebas; Seccional de Polícia Civil conduz investigações enquanto cresce o debate sobre transfobia

Na noite do último sábado (16), por volta das 21h20, uma mulher trans foi encontrada morta dentro de uma residência localizada na Rua Ticuna, no Bairro Parque dos Carajás, em Parauapebas, sudeste do Pará.

A vítima foi identificada como Wendelly Gabrielly, (cachinhos_g1w), de 22 anos de idade, que se reconhecia como mulher trans. O corpo apresentava sinais de asfixia mecânica, sendo encontrado com um pano enrolado no pescoço.

A Polícia Militar foi acionada por moradores que perceberam a situação e, ao chegar, confirmou a morte. A área foi isolada até a chegada da Polícia Civil e do Instituto Médico Legal (IML), que realizaram os procedimentos necessários.

Investigações em andamento

O caso está sob responsabilidade da 20ª Seccional de Polícia Civil de Parauapebas, que instaurou inquérito para investigar as circunstâncias da morte. Até o momento, não há definição sobre a autoria ou a motivação do crime.

De acordo com informações preliminares, a jovem trabalhava como garota de programa. As investigações buscam esclarecer se o homicídio pode estar relacionado a um possível crime de transfobia ou a outros fatores.

Comentários preconceituosos geram repúdio

Após a notícia da morte, começaram a circular em redes sociais comentários maldosos e preconceituosos sobre a vítima.

A equipe do Portal Pebinha de Açúcar reforça que esse tipo de manifestação, além de desrespeitosa, constitui crime. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a homofobia e a transfobia devem ser enquadradas na Lei nº 7.716/1989, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou cor. Ou seja, manifestações de ódio contra pessoas LGBTQIA+ são punidas da mesma forma que o racismo, com penas que podem variar de um a cinco anos de prisão, além de multa.

É importante ressaltar que a liberdade de expressão não dá direito a ninguém de atacar, humilhar ou desumanizar pessoas em razão de sua identidade de gênero ou orientação sexual.

Reflexão necessária

A morte da jovem trans deixa um mistério que a Polícia Civil terá de desvendar, mas também expõe outra realidade: o preconceito ainda enraizado na sociedade.

Parauapebas, assim como o Brasil, precisa avançar não apenas no combate à violência física contra pessoas LGBTQIA+, mas também contra a violência simbólica e verbal, que contribui para a exclusão, o medo e a vulnerabilidade dessa população.

O Pebinha de Açúcar continuará acompanhando o caso e reforça a importância de um debate sério e responsável sobre respeito, dignidade e direitos humanos.

Tragédia no comércio: fogo consome três lojas no centro de Parauapebas

Este é o segundo grande incêndio registrado na “Capital do Minério” em uma semana

Na noite desta quinta-feira (14), por volta das 19h30, Parauapebas voltou a ser cenário de tensão e tristeza. Um incêndio de grandes proporções atingiu pelo menos três estabelecimentos comerciais localizados na Rua Tiradentes, esquina com a Rua do Comércio e Avenida JK, em frente à Praça do Cidadão, no movimentado Bairro Rio Verde.

Entre os comércios destruídos estavam lojas de confecções, roupas e outros utensílios, que ficaram completamente reduzidas a escombros em questão de minutos.

Chamas tomaram conta rapidamente

O fogo se espalhou de forma veloz, envolvendo toda a estrutura e produzindo densas colunas de fumaça visíveis a quilômetros de distância. Moradores e comerciantes acompanharam apreensivos a chegada das equipes de emergência, enquanto o calor e a fumaça dominavam a área.

Homens do Corpo de Bombeiros, com apoio da Defesa Civil, Polícia Militar, Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT), Guarda Municipal e equipes do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (Saaep), trabalham intensamente para conter o avanço das chamas e impedir que o fogo atingisse imóveis vizinhos.

O combate exigiu o uso de caminhões-pipa, mangueiras de alta pressão e um trabalho coordenado entre todas as forças de segurança presentes. Apesar dos esforços, as lojas atingidas foram totalmente destruídas.

Curiosos e comoção

Dezenas de pessoas se aglomeraram ao redor da área, registrando imagens e vídeos, enquanto o clima era de forte comoção entre comerciantes e moradores.

Felizmente, até o momento, não há registro de vítimas — apenas prejuízos materiais de grande proporção.

Segundo incêndio em uma semana
Este é o segundo incêndio de grandes proporções registrado em Parauapebas em apenas sete dias. Na última quinta-feira (7), a empresa Fermaq, na Avenida Liberdade, também foi consumida pelas chamas, deixando um cenário de destruição total.

A equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar esteve no local e registrou imagens exclusivas, tanto aéreas quanto no nível da rua, mostrando em detalhes a dimensão desta nova tragédia que atinge o comércio local.

Causas ainda serão investigadas
Ainda não há confirmação oficial sobre as causas do incêndio. Testemunhas afirmam que o fogo teria começado após um curto-circuito na rede elétrica. A perícia deverá ser realizada nos próximos dias para esclarecer as circunstâncias que levaram ao desastre.

Enquanto comerciantes contabilizam prejuízos e a cidade ainda sente os impactos da tragédia anterior, o episódio reforça a necessidade de atenção redobrada à segurança elétrica e medidas preventivas contra incêndios.

 

Ocupação do MST em Parauapebas é marcada por agressões a servidores, jornalista e empresário

Durante dois dias, integrantes do movimento invadiram a Prefeitura, cometeram atos de violência e, após ordem judicial, deixaram o local e seguiram para a Praça dos Pioneiros

A ocupação da sede administrativa da Prefeitura de Parauapebas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), iniciada na manhã de terça-feira (12), terminou nesta quarta-feira (13) após determinação judicial. O prédio e a praça localizada na esquina foram desocupados com apoio da Tropa de Choque da Polícia Militar, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e outras autoridades. Apesar disso, integrantes do movimento seguem acampados na Praça dos Pioneiros, localizada a poucas quadras da prefeitura.

O clima de tensão que marcou os dois dias de ocupação aumentou ainda mais diante de uma série de denúncias de agressões que teriam sido cometidas por membros do MST. Entre as vítimas, estão dois servidores públicos, um jornalista e um empresário.

Jornalista intimidado no primeiro dia

Na manhã de terça-feira, o jornalista Rodrigo Martins, do Portal Parauapebas, realizava uma transmissão ao vivo nas proximidades da prefeitura quando foi abordado por manifestantes. Ele afirmou que teve o crachá de identificação quebrado, o celular tomado por alguns momentos, o microfone danificado e que foi expulso do local. A ação foi considerada um ato claro de desrespeito ao trabalho da imprensa.

Servidor público agredido com arma branca

Ainda na tarde de terça-feira, o servidor Gabriel Torres, da equipe de Comunicação da Prefeitura, denunciou que foi agredido fisicamente com o uso de uma arma branca por membros do MST. Além das lesões, seu equipamento de trabalho foi danificado. Gabriel registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal e um inquérito foi instaurado para apurar o caso.

Agente da Guarda Municipal também foi alvo

Durante o momento de invasão ao prédio, um agente da Guarda Municipal de Parauapebas (GMP) alega que teve um carregador de pistola retirado de seu colete por integrantes do MST. A corporação informou que também irá registrar boletim de ocorrência sobre o caso.

Empresário tem cartão de memória furtado

Já nesta quarta-feira, o empresário Weidy Graciano registrava imagens aéreas com drone no momento em que o MST deixava as proximidades da prefeitura. Ele afirma que foi abordado por manifestantes que o obrigaram a pousar o equipamento e furtaram o cartão de memória com as imagens captadas. O que eles não sabiam é que as imagens também estavam sendo gravadas no controle do drone, preservando parte do material, que foi entregue à imprensa.

Retirada pacífica e mudança para a Praça dos Pioneiros

Após a chegada da oficial de Justiça e leitura da liminar, os líderes do MST aceitaram deixar o prédio da prefeitura sem resistência, pedindo apenas que a retirada fosse feita de forma calma devido à presença de mulheres e crianças. O grupo solicitou permanecer na praça localizada na esquina da prefeitura até o fim do dia para aguardar possível abertura de negociação com o governo municipal. No entanto, a decisão judicial proibia a permanência nas proximidades, e os manifestantes seguiram para a Praça dos Pioneiros, onde continuam acampados.

A Prefeitura disponibilizou ônibus escolares para levar os integrantes do movimento até suas casas, mas a oferta foi recusada pelo vereador Tito, representante do MST, que afirmou que o grupo retornaria a pé ou por outros meios.

Repercussão

As atitudes violentas de alguns membros do MST geraram ampla revolta nas redes sociais, com manifestações de repúdio por parte de servidores públicos, profissionais de imprensa e a população em geral.

Câmara aprova proposta para modernizar e padronizar placas de ruas em Parauapebas

Proposta busca melhorar mobilidade, incentivar turismo e fortalecer a identidade visual do município.

Durante a sessão ordinária realizada na última terça-feira (12), a Câmara Municipal de Parauapebas aprovou a Indicação nº 468/2025, de autoria do vereador Francisco Eloécio (PSDB), que solicita ao Poder Executivo Municipal, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos (Semurb), a substituição, padronização e modernização das placas de identificação das vias públicas, além da criação de um sistema permanente de instalação e manutenção dessas estruturas.

A medida, segundo o parlamentar, tem como objetivo melhorar a sinalização urbana, facilitar a orientação da população, valorizar a identidade visual do município e ampliar a acessibilidade, especialmente para visitantes e prestadores de serviços. “Constatamos placas deterioradas, tortas, enferrujadas, mal posicionadas ou inexistentes, o que prejudica a organização da cidade e dificulta a mobilidade. A situação também afeta o turismo, o comércio e até serviços essenciais como entregas e transporte por aplicativo”, destacou Eloécio.

O documento apresentado menciona a necessidade de adotar um padrão para altura, localização e tipo de suporte das placas, além da inclusão de sinalizações turísticas e indicativas para pontos de interesse, como rotas alternativas e referências culturais e geográficas.

A proposta também prevê a possibilidade de parcerias público-privadas para custear a manutenção do sistema, permitindo o uso institucional ou publicitário dos espaços nas placas. “A modernização da sinalização urbana não só melhora a vida dos moradores, como fortalece a imagem de Parauapebas como um polo em constante desenvolvimento”, afirmou o vereador.

Com a aprovação da indicação, o pedido será encaminhado ao prefeito Aurélio Goiano e ao secretário de Serviços Urbanos, Herlon Soares, para avaliação e possível implementação do projeto.

 

Vereador Fred Sanção quer a instalação de “impostômetro” em Parauapebas

Equipamento pretende mostrar em tempo real o valor de tributos arrecadados e aproximar população da gestão fiscal do município

Na sessão ordinária da última terça-feira (12), a Câmara Municipal de Parauapebas aprovou a Indicação nº 469/2025, de autoria do vereador Fred Sanção (PL), que solicita ao Poder Executivo a instalação de um “Impostômetro” em local de grande circulação pública na cidade.

A proposta tem como objetivo informar, em tempo real, à população o montante de impostos, taxas e contribuições arrecadados pelo município, pelo estado e pela União, promovendo maior transparência, controle social e educação fiscal.

Segundo o parlamentar, o equipamento deverá ser instalado em um ponto estratégico — preferencialmente na área central — e trará dados atualizados sobre a arrecadação, permitindo que os cidadãos acompanhem de forma clara e constante os recursos captados pela administração pública.

Para Fred Sancão, a iniciativa representa um avanço em transparência e ainda reforça um compromisso assumido em campanha pelo prefeito Aurélio Goiano. “Além de informar, o Impostômetro contribui para a conscientização sobre a importância do pagamento de tributos e seu impacto direto na manutenção dos serviços essenciais, como saúde, educação, segurança e infraestrutura”, destacou.

O vereador também ressaltou que, em um momento de queda na arrecadação, a ferramenta será útil para que a população entenda as variações nas receitas e possa participar mais ativamente da fiscalização e do debate sobre os investimentos públicos. Ele afirmou ainda que o custo de instalação e manutenção do equipamento é baixo em comparação ao impacto positivo que pode gerar na relação entre governo e sociedade.

Com a aprovação da indicação, a matéria segue agora para análise do Poder Executivo, que poderá adotar as medidas necessárias para viabilizar a implantação do dispositivo em Parauapebas.

 

Prefeito Aurélio Goiano critica ocupação do MST e afirma: “Não sento na mesa com quem faz baderna”

Em transmissão ao vivo, gestor agradeceu forças de segurança, denunciou depredação, cobrou responsabilização e reforçou que em Parauapebas “não existe mais invasão de terra”

Poucas tempo após a desocupação da sede administrativa da Prefeitura de Parauapebas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o prefeito Aurélio Goiano fez uma transmissão ao vivo na tarde desta quarta-feira (13) para comentar o episódio. O prédio havia sido ocupado desde a manhã de terça-feira (12), após o portão principal ser derrubado. A reintegração de posse foi cumprida por volta das 11h47 pela Tropa de Choque da Polícia Militar, com apoio da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros, após determinação judicial.

Logo no início da live, Aurélio Goiano destacou seu apreço pelas forças de segurança: “Vou começar aqui com os meninos da Guarda Municipal, como eu disse para eles agora há pouco, que eu queria estar aqui. Meu respeito, minha admiração aos meninos da Guarda Municipal de Parauapebas, que é a melhor Guarda Municipal do Estado do Pará. E em especial agradecer ao governador do Estado, que disponibilizou a Polícia Militar”.

O prefeito também deixou claro que não pretende dialogar com o movimento: “Eu não sento na mesa com o MST. Eu não sento na mesa com quem faz baderna. Tem gente preso em Brasília há mais de dois anos porque escreveu de batom numa estátua. Eu quero ver se o mesmo pau que dá em Chico, dá em Francisco. Porque isso aqui não vai ficar assim”, relatou Aurélio em relação aos atos de vandalismo que foram registrados no prédio público durante a invasão.

“Não apresentaram pauta oficial”
Aurélio Goiano afirmou que, em momento algum, a Prefeitura recebeu formalmente uma pauta de reivindicações: “O MST não tem pauta legal, não tem pauta oficial. Não chamaram a gente para conversar. Semana passada, por exemplo, o vereador Fred Sansão e outros vereadores fizeram uma manifestação lá na Vila Sansão e nós estivemos lá, fomos ouvir a comunidade. Isso é oposição. Agora, depredar prédio público não é oposição, é crime”.

O gestor ainda reforçou que, mesmo como vereador de oposição no passado, nunca recorreu a depredações: “Eu fui vereador quatro anos, vereador ferrenho, vereador caçador de confusão. Me acorrentei em frente ao Tribunal de Justiça, arrumei briga com muita gente. Mas nunca quebrei nada, nunca depredei prédio público”.

Acusações de furto e vandalismo
O prefeito relatou que diversos pontos do prédio foram danificados e que objetos pessoais desapareceram de seu gabinete: “O primeiro que quebrou essa porta aqui… lá na frente também quebraram. Subiram no meu gabinete, onde tem uma foto com a minha mulher e meus filhos. Levaram meu computador, um notebook. Eu quero esse computador de volta. Dentro do gabinete tinha minha Bíblia, que era do meu avô. Isso é patrimônio emocional. E já aviso: quem pegou, devolva”.

Segundo ele, o ato teria contado com incentivo político: “Tem vereadores da base do governo passado fomentando isso. Diz o ditado popular: quando você desmama um bezerro, ele berra. A gente vai fazer um bocadinho de bezerro berrar aqui”.

Posicionamento contra invasões
Em sua fala, o prefeito enviou um recado direto aos produtores e empresários de Parauapebas: “Neste município não existe mais invasão de terra. Nós não vamos para bala de borracha. Nós vamos acionar a Justiça, contar com o apoio do Governo do Estado, com o Batalhão de Choque, e fazer a coisa acontecer”.

Ele também comparou a postura do movimento no atual governo com gestões passadas: “Ficaram oito anos no governo e eu não vi ninguém do MST, da base do governo passado, vir fazer manifestação, fechar, quebrar a Prefeitura, destruir patrimônio público”.

 

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Contexto da desocupação
A ocupação da Prefeitura de Parauapebas pelo MST durou pouco mais de 24 horas. Na manhã desta quarta-feira, uma oficial de Justiça esteve no local para cumprir a decisão judicial de reintegração de posse. A presença da Tropa de Choque garantiu a retirada dos manifestantes, que haviam solicitado prazo para deixar o prédio, pedido que não foi acatado. Mulheres e crianças foram retiradas primeiramente, seguidas pelos demais integrantes do movimento, que desmontaram o acampamento e se deslocaram para a Praça dos Pioneiros, onde anunciaram que continuariam a mobilização.

De invasão à desocupação: os dois dias de tensão na Prefeitura de Parauapebas

Cronologia da ocupação do MST, ação da Tropa de Choque e fala contundente do prefeito Aurélio Goiano

A sede administrativa da Prefeitura de Parauapebas viveu, entre terça (12) e quarta-feira (13), um dos episódios mais tensos dos últimos anos, após ser ocupada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O ato começou no final da manhã de terça-feira, quando manifestantes derrubaram o portão principal de acesso ao gabinete do prefeito e entraram no prédio.

Segundo relatos, durante a invasão houve registro de violência contra um servidor público municipal e tentativa de impedir e coagir um jornalista que trabalhava na cobertura do fato. A Polícia Civil abriu investigação para apurar os crimes. Desde então, bandeiras do movimento foram fixadas na área e o clima de mobilização atraiu curiosos e causou transtornos na região.

Dia 1 – A ocupação e a ausência de diálogo

A Prefeitura divulgou nota oficial na tarde de terça-feira repudiando a ação, afirmando que sempre esteve aberta ao diálogo com qualquer organização “desde que de forma pacífica, sem violência e sem depredação do patrimônio público”. A gestão destacou que, até aquele momento, não havia recebido oficialmente nenhuma pauta de reivindicação.

Durante todo o dia e noite, os integrantes do MST permaneceram no local, montando acampamento também na praça ao lado. Na manhã desta quarta-feira, a oficial de Justiça compareceu para cumprir a liminar de reintegração de posse expedida pela Justiça. O movimento chegou a solicitar um prazo maior para a saída voluntária, justificando a presença de mulheres e crianças, mas o pedido não foi atendido.

Dia 2 – Ação da Tropa de Choque

Por volta de 11h47 desta quarta-feira, a Tropa de Choque da Polícia Militar, com reforços de Marabá e Belém, chegou ao prédio acompanhada de agentes da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros. Mulheres e crianças foram retiradas primeiro, enquanto policiais cercavam o perímetro para evitar tumultos.

O cumprimento da ordem judicial ocorreu de forma tensa, mas sem registro de confronto direto. Após a desocupação, o grupo desmontou o acampamento e se deslocou para a Praça dos Pioneiros, onde anunciou que continuará a mobilização.

Repercussão

O episódio repercute fortemente em Parauapebas, dividindo opiniões e gerando debates sobre os métodos de protesto e a resposta do poder público. Enquanto o MST mantém a mobilização na Praça dos Pioneiros, autoridades municipais e estaduais seguem monitorando o cenário para evitar novos conflitos.

Tropa de Choque cumpre reintegração de posse na Prefeitura de Parauapebas ocupada pelo MST

Após ordem judicial, manifestantes iniciam saída do prédio; oficial de Justiça acompanha operação e recusa pedido de prazo feito pelo movimento

Na final da manhã desta quarta-feira (13), a ocupação do prédio da sede administrativa da Prefeitura de Parauapebas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) teve um novo capítulo. Por volta das 11h47, a Tropa de Choque da Polícia Militar chegou ao local para cumprir a liminar de reintegração de posse expedida pela Justiça, determinando a desocupação imediata do imóvel.

A ação contou também com a presença de uma oficial de Justiça, responsável por comunicar formalmente a decisão judicial aos representantes do movimento. Durante o diálogo, o MST solicitou um prazo adicional para a saída, alegando necessidade de organizar os pertences e a transferência das famílias para outro ponto da cidade. No entanto, o pedido foi negado pela oficial, que manteve a determinação de desocupação imediata.

O processo de retirada começou com a saída de mulheres e crianças que estavam no prédio. Em seguida, os demais manifestantes iniciaram a desmontagem do acampamento, tanto no interior da sede administrativa quanto na praça ao lado. O grupo seguiu para a Praça dos Pioneiros, onde pretende continuar a mobilização.

A ocupação teve início na manhã de terça-feira (12), quando integrantes do MST derrubaram o portão principal de acesso ao gabinete do prefeito e entraram no prédio. Desde então, o local se tornou palco de intensa movimentação, com bandeiras e barracas instaladas, chamando a atenção de quem passava pela área.

A Prefeitura de Parauapebas, por meio de nota divulgada ainda na terça, repudiou a invasão e reafirmou que está aberta ao diálogo com qualquer organização, desde que as manifestações sejam pacíficas, sem violência e sem depredação do patrimônio público.

A operação de reintegração de posse foi acompanhada por equipes da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros, que auxiliaram na segurança e prevenção de incidentes durante a ação.

O Pebinha de Açúcar segue acompanhando os desdobramentos desta mobilização, que segue repercutindo intensamente em Parauapebas e em todo o Pará.

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