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Bebê de cinco meses é contaminada por Leishmaniose Visceral em Parauapebas

Com apenas cinco meses de nascida, a pequena Ana Gabriela Ferreira dos Santos foi internada às pressas no Hospital Geral de Parauapebas (HGP), depois de ter sido consultada por vários médicos e recebido como diagnóstico, infecção intestinal e outros males simples.

A mãe da paciente é Luiza Ferreira da Costa, que com apenas 14 anos de idade, não tem experiência e precisou da intervenção de sua mãe, dona Marilene Ferreira da Conceição, que é avó da bebê. Foi ela quem falou com a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar e contou que ficou muito preocupada quando ouviu que sua neta estava com suspeita de estar contaminada por Leishmaniose Visceral. “Fiquei desesperada, pois já havia ouvido falar da gravidade desta doença e pensei que fosse incurável”, disse Marilene que, assim como sua filha e a netinha, é moradora do bairro Palmares II, em Parauapebas.

A criança foi internada no HGP, onde ela diz que o atendimento tem sido ótimo e todas as providências para salvar a vida de Ana Gabriela estão sendo tomadas, porém, Marilene assume que sua casa e quintal são frequentados por cães não vacinados, que circulam por ali atraídos pelo acolhimento dado pela bisavó da criança. “Os cachorros aparecem lá com fome e ela fica compadecida e dá comida a eles, com isto, eles sempre voltam. A gente não sabe a sanidade daqueles animais e se foram também vítimas dessa doença, através da picada de mosquitos que a transmitem, ”, admite Marilene, contando que uma equipe da Vigilância Sanitária foi ao local, e ao examinar alguns cães, concluiu que eles também estão com a doença.

O procedimento em favor da criança, segundo Marilene, foi tomado e as doses devidas do medicamento estão sendo ministrados e ela espera que logo sua neta retorne ao aconchego do lar. “A previsão de alta é quando ela concluir as quatro doses do remédio, e depois de novos exames para comprovar que está livre da doença, volta para casa”, diz, ansiosa dona Marilene.

Nossa equipe de reportagens percorreu algumas ruas daquele bairro, Palmares II, onde não teve dificuldades de ver cães com aparência nada saudável, o que deixa no ar a dúvida em relação à segurança de saúde pública naquele logradouro, afinal, assim como qualquer pessoa, os animais também são vítimas do mosquito que transmite a doença.

O caso foi levado no dia 12, sexta-feira, à Secretaria Municipal de Saúde, através de sua Assessoria de Comunicação, onde a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar pediu explicações a respeito do caso, mas, após aguardar cinco dias úteis, sem resposta, a editoria decidiu pela postagem da matéria; continuando aberta para receber a resposta do poder público sobre respeito do caso.

 

Sobre a doença

Leishmaniose visceral – também conhecida por seu nome indiano calazar (kala-azar) – é uma doença não contagiosa causada, entre outros, por três espécies de protozoários pertencentes ao gênero Leishmania, clínica e biologicamente distintas e com diferentes distribuições geográficas: Leishmania donovani, Leishmania chagasi e Leishmania infantum. Tais protozoários pertencem, juntamente com os agentes etiológicos das leishmanioses cutânea e muco-cutânea, da doença de Chagas e da doença do sono, à família Trypanosomatidae.

Sua transmissão se dá através de picada de flebotomíneos – também conhecidos como mosquitos-palha, com destaque para a fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis. A doença afeta, além do homem, um número considerável de mamíferos, com destaque para os cães, gatos e mesmo ratos. Em zonas urbanas os cães são o principal reservatório da doença. Em zonas rurais os bovinos e equinos desempenham tal papel.

A forma infectante se dá através das leishmanias promastigotas (flageladas), que uma vez fagocitadas pelas células de defesa do organismo do hospedeiro, ao invés de serem por estas digeridas, sofrem transformação – dando origem à forma amastigota (sem flagelo) da leishmania. As leishmanias amastigotas se reproduzem, rompendo a célula infectada e retornando à corrente sanguínea. Quando ingeridas pelo mosquito, transformam-se novamente em promastigotas no intestino do agente vetor, retornando então ao aparelho bucal do mesmo de forma a serem transferidas para outra vítima, assim completando o ciclo.

No caso humano as leishmanias são transportadas pela corrente sanguínea para todo o corpo do hospedeiro, afetando principalmente os órgãos com considerável concentração de leucócitos – com destaque para medula óssea, fígado, baço e linfonodos – onde se instalam, levando quase sempre a anomalias no tamanho destes conhecidas como hepatomegalia (fígado), esplenomegalia (baço) e adenomegalia (linfonodos). O período de incubação pode variar, podendo chegar a 2 anos, e se deixado sem tratamento, a doença é fatal 100% dos casos.

Em um quadro geral, dependendo da espécie do animal infectado e da imunidade do espécime em particular, a infecção por leishmania pode passar despercebida por toda a vida, não evidenciando-se alterações clínicas significativas ou que causem transtornos à vida do animal.

Reportagem: Francesco Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

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