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Bel Mesquita retrata história da Praça Mahatma Gandhi

Apesar de não ter sido concretizada, a ideia de trocar o nome da Praça Mahatma Gandhi para Praça São Sebastião tem rendido muito assunto e polêmica.

Dessa vez, a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar procurou algumas pessoas que conhecem a realidade para conversar a respeito do assunto e entender melhor como surgiu tudo isto e também para que os internautas possam tomar conhecimento da essência da referida praça que recebeu o nome do líder espiritual indiano Mahatma Gandhi.

Acompanhe entrevista com Bel Mesquita, ex-primeira dama e ex-prefeita de Parauapebas, que participou de muitas coisas neste município.

Portal Pebinha de Açúcar: Como era na época o espaço que se tornou uma praça?

Bel Mesquita: Era um terrenão. Tinha a igreja católica em dois lotes, muito pequenina ainda, num tempo em que Parauapebas ainda nem era cidade. Quando Parauapebas surgiu, foi realizada a primeira eleição para compor os poderes Executivo e Legislativo, quando Faisal foi eleito prefeito e eu assim me tornei a primeira-dama do município. Toda essa ideia da praça partiu do Faisal, das pessoas que compunham o governo, dos vereadores da época e de mim, que não deixava de dar meus pitacos. A praça não é só uma praça. Ela está completamente integrada à igreja que já fazia parte do espaço, quando foram desapropriados todos os terrenos pela prefeitura. Dois desses lotes eram da igreja. A área onde se encontra hoje o Salão Paroquial Padre Sérgio também foi doada pela prefeitura, pois se trata de um espaço comunitário para atendimento à comunidade.

PA: Como foi concebida a praça?

BM: A praça foi desenhada para ter espaços. A ponte com as fontes luminosas [que não funcionam mais] era para ser um espaço agradável para todos. Na época, todo mundo tinha patins, e aqui foi feito o espaço para patinação e a moçada e as crianças vinham se divertir. Não havia espaço naquela época, pois as ruas não eram asfaltadas. A construção da praça foi pensada para que ela fosse diretamente ligada à situação de estar integrada à igreja matriz. Porém, o espaço não é da igreja, mas de todo o povo de Parauapebas.

PA: E como é esta fusão da praça com a igreja, desde seu espaço arquitetônico e a ligação espiritual?

BM: No desenho, o conceito arquitetônico respeita o espiritual. A passarela que sai da porta da igreja retrata um cálice bento chegando ao coreto, que é a hóstia sagrada. A cruz, em concreto, na porta da igreja, é como irradiasse o que vemos aqui em torno do coreto como forma de raios, que significa o resplendor da hóstia. Assim, aqui não tem nenhum abuso do poder público em relação à igreja católica por ter escolhido Mahatma Gandhi como homenageado. Ele foi escolhido por ser um grande nome que pregava a igualdade e a fraternidade, como pregam todas as religiões. Um líder que conseguiu fazer uma revolução social sem mortes nem conflitos, tendo depois como seguidores Martin Luther King e Nelson Mandela. Isso tudo foi ideia de Faisal, que sempre quis para Parauapebas situações de paz como conquistada por Mahatma Gandhi.

PA: O que representou socialmente para a população essa praça e como foi recebida quando inaugurada?

BM: A redenção. Era muito gostoso visitar a praça. As famílias se reuniam nesse lugar, tendo nas proximidades pastelarias, sorveterias, danceterias etc. As pessoas sentavam para conversar, fazer piquenique. As famílias se misturavam vindo de diversas religiões diferentes. Tudo isto aconteceu em um período de construção da cidade, um trabalho feito por pessoas vindas de lugares diferentes, já que na época nenhum de nós era nascido aqui.

 

Reportagem: Francesco Costa | Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

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