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BIONG realiza ação voluntária em prol do meio ambiente de Parauapebas

Fotos: Chocopeba

Na última quinta-feira (15), a Organização da Sociedade Civil BIONG, que desenvolve trabalhos voltados para a crise hídrica com mais de 10 anos, com filial em Parauapebas, realizou uma ação de levantamento de feição, análise da água, limpeza e plantio de árvores nativas no entorno de três nascentes, na propriedade da família do Sr. Mauro, nas proximidades do Bairro Tropical, com o objetivo de sensibilizar agricultores rurais e demais segmentos da sociedade sobre a importância da manutenção, recuperação, revitalização da vegetação arbórea nas APPs, no entorno de nascentes e mananciais.

Para o desenvolvimento dessa ação de sensibilização, a BIONG fez parcerias com a empresa SETTE, VALE e 20 Desbravadores da Igreja Adventista.

A água é apontada como um recurso natural de altíssimo valor econômico, estratégico e social, já que todos os setores de atividade humana necessitam dela para desempenhar suas funções. Tendo em vista a vital importância da água de boa qualidade e a possibilidade de ocorrer a sua escassez em várias regiões do planeta, num futuro bem mais próximo do que muitos imaginam, esse problema tornou-se uma das maiores preocupações de especialistas e autoridades no assunto.

O projeto PLANTADORES DE ÁGUA visa despertar a resiliência que as bacias, principalmente as de cabeceiras, nas propriedades rurais, devem ser tratadas como algo de mais importante que existe em uma propriedade, pois são elas as responsáveis pela existência das nascentes que, por sua vez, são fontes de água valorosas para a humanidade.
Uma nascente, também conhecida como olho d’água, mina d’água, fio d’água, cabeceira e fonte, nada mais é que o aparecimento, na superfície do terreno, de um lençol subterrâneo, dando origem a cursos d’água. As nascentes são fontes de água que surgem em determinados locais da superfície do solo e são facilmente encontradas no meio rural. Elas correspondem ao local onde se inicia um curso de água (rio, ribeirão, córrego), seja grande ou pequeno. As nascentes (ou mananciais) se formam quando o aquífero atinge a superfície e, consequentemente, a água armazenada no subsolo jorra (mina) na superfície do solo. Além disso, atualmente, a água está sendo apontada como um recurso natural de altíssimo valor econômico, estratégico e social, tendo em vista que todos os setores de atividade humana necessitam fazer uso da água para desempenhar suas funções.

Os envolvidos e voluntários da BIONG, na iniciação da ação, explanaram aos jovens desbravadores sobre seus conhecimentos, no projeto chamado, “PLANTADORES DE ÁGUA” sobre a atual situação de escassez hídrica e como a preservação das nascentes e das encostas de recursos hídricos são essenciais para produção de água, elemento indispensável para a vida no planeta.

A presente ação busca mobilizar e sensibilizar a população de Parauapebas e municípios circunvizinhos, setor público e privado por meio de campanhas e ações contínuas sobre a importância da preservação de nascentes objetivando disciplinar e limitar as interferências antrópicas sobre o meio ambiente.

Com o estudo do caso, a BIONG identificou através de seu aplicativo, que na esfera municipal detectou inúmeras nascentes e que necessitam de extremos cuidados e que, para a recuperação e preservação delas e mananciais devem ser adotadas algumas medidas de proteção do solo e da vegetação que englobam, desde a eliminação das práticas de queimadas até o enriquecimento das matas nativas e preservação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e ainda que se estendam por todo os cursos de água com medidas de revitalização.

O Código Florestal é a lei que institui as regras gerais sobre onde e de que forma a vegetação nativa do território brasileiro pode ser explorada. Também, determina as áreas que devem ser reservadas e quais regiões são autorizadas a receber os diferentes tipos de produção rural a fim de minimizar nascentes desprotegidas, vegetação ciliar arrancada, destruída ou obras invasivas e diversos tipos de poluição causando com frequência a diminuição dos fluxos, secagem e até o desaparecimento de nascentes. Nesta perspectiva, o código estabelece o tamanho mínimo para a faixa de vegetação ciliar no entorno de nascente e nas margens de rios conforme sua largura.

O Código estabelece dois tipos de áreas: a Reserva Legal e a Área de Preservação Permanente (APP). A Reserva Legal é a parcela de cada propriedade ou posse rural que deve ser preservada por abrigar parcela representativa do ambiente natural da região onde está inserida e, por isso, necessária à manutenção da biodiversidade local; e APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Quanto à propriedade visitada, constatou-se com imagens aéreas, que existe mais de uma nascente. Em conversa com o proprietário, este relatou que cede água para o vizinho Bairro Tropical para os mais diversos fins. Pode-se perceber a preocupação com questões voltadas as áreas naturais, flora e fauna, conservação e gestão do uso da água, aspectos espaciais e territoriais (impactos), aspectos sociais, culturais e políticos baseados nas questões da educação ambiental. Em outras palavras, o proprietário afirma que a pouca preservação é resultante de intensas queimadas, da busca pelo aumento das áreas e da própria falta de cultura quanto no tocante a preservação.

Constatou-se que o agricultor possui preocupação com a água em sua propriedade, pois na área não ocorre atividade agrícola, apesar de faltar reflorestamento na parte leste da nascente. Sempre procurou manter o local isolado de pessoas e animais domésticos. Não foi encontrado nenhum resíduo sólido próximo a nascente como garrafas pets, lixo, latas, frascos de agrotóxicos, dentre outros, os quais poderiam alterar consideravelmente a qualidade e pureza da água.

Na área a ser recuperada próxima a nascente observada, em comum acordo com a família foram plantadas 138 árvores nativas, no intuito de recuperar a mata ciliar e a paisagem natural com árvores que dão sombra, lenha, flores e fruto, beneficiando a flora e fauna da região respeitando particularidades de cada espécie com relação à umidade do solo. Sem alteração do ambiente, nota-se ainda a necessidade de um cercamento das nascentes.
Pensando no fato de que as florestas com maior diversidade apresentam maior capacidade de recuperação, melhor ciclagem de nutrientes, maior proteção ao solo contra processos erosivos e maior resistência a pragas e doenças, o grupo de desbravadores agiu localmente em parceria também com a empresa SETTE, que disponibilizou ferramentas para o plantio e a VALE doou a logística e as mudas.

O material e relatório será entregue ao Poder Municipal, VALE e demais envolvidos a fim de sensibilizá-los quanto ao incentivo e desenvolvimento de ações públicas e políticas de governo voltadas a questão ambiental, especialmente na preservação e manutenção de nascentes e mananciais primando pela quantidade e qualidade de água potável.
Durante a execução do projeto os desbravadores participaram ativamente das atividades e estudos propostos demonstrando-se sensíveis à importância da preservação de nascente como garantia do equilíbrio ecológico, bem como, para sobrevivência do ser humano. Tiveram a oportunidade de investigar, analisar e contribuir por meio de atividades práticas para melhoria da qualidade de vida no tocante ao consumo e cuidados com as águas de nascente utilizada por agricultores de propriedades rurais.

Neste sentido, os desbravadores perceberam a necessidade da preservação e manutenção do meio ambiente através da implantação de mata ciliar, preservação dos recursos hídricos indispensáveis para a sustentabilidade ambiental.
As nascentes caracterizadas nesse estudo feito pela BIONG poderão servir de base para a recuperação das demais nascentes do município, visto ser evidente a relevância do plantio de espécies florestais nas margens das nascentes e o cercamento evitando o pisoteio dos animais, cabendo ao produtor, o direito de defender seu potencial hídrico e o dever de preservar suas nascentes e as vegetações que as protegem. A participação popular efetiva e do poder público e privado criando política de governo em defesa das nascentes e sensibilização de todos os cidadãos a fim de manter vivo e atuante a prática de proteção e defesa dos recursos hídricos e naturais torna-se relevante para melhoria da qualidade da água e da vida.

Neste intuito, os estudos sobre água e meio ambiente com ênfase de prática envolvendo a juventude em especial, através dos desbravadores da Igreja Adventista, objetivou estimular a interdisciplinaridade, mudanças de comportamentos, responsabilidade social e ética ambiental para um outro olhar, salientando a necessidade de compreender a complexidade nos processos e desafios, tornando-se mais comprometidos, zelosos com os processos de desenvolvimento da vida no ambiente e que se tornem divulgadores dessa necessidade.

Este trabalho desenvolvido com os desbravadores da Igreja Adventista oportunizou, ao conhecer pequena parte da propriedade do Sr. Mauro, o contato com experiências locais em que a preservação de nascentes é uma possibilidade para o proprietário rural. Precisa-se de mais iniciativas que promovam a proteção aos recursos hídricos indispensáveis para a sustentabilidade e qualidade de vida humana, ambiental e planetária visto ser uma prática que não se esgota, mas que requer constantes estudos e práticas.

O voluntário, senhor Roberto Santiago, ponderou que a crise hídrica é uma realidade escondida, que hoje Um dos maiores desafios que a sociedade enfrenta é como alimentar as 9 bilhões de pessoas que habitarão o planeta até 2050. Sem agricultura não é possível ter uma cidade, um mercado de ações, banco, universidade, igreja ou exército. A agricultura é o fundamento da civilização e a base para uma economia estável. Algo em torno de 2,4 bilhões de indivíduos – não têm acesso a serviços de saneamento básico e água potável. Ou seja, aquilo que equivale ao mínimo para a sobrevivência, continua sendo elemento de utopia para muita gente. Essa urgência infelizmente segue contemporânea, por isso, até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à água potável e segura para toda a população mundial é um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, observados pela BIONG.

O crescimento populacional e a concentração da população em áreas urbanas, o desmatamento, industrialização, consumismo, poluição, somados às mudanças climáticas, desfizeram nossa ilusão. Como exemplo, no Brasil o consumo per capita é de 187 litros por dia, e apenas para a produção de 1 quilo de carne bovina são necessários 15 mil litros de água, aproximadamente 3.5 mil litros para 1 quilo de carne de frango. Uma calça jeans demanda 15 mil, uma camiseta 3,5 mil e um quilo de milho consome para sua produção 900 litros de água. Roberto finalizou que, a pergunta interessante é: “que planeta deixaremos para nossos filhos, ou que filhos deixaremos para o planeta?”. Portanto, tudo e um delicado processo onde tudo está conectado, e que, todos, mais qualquer ser nesse planeta, necessita do maior bem que temos, a água, que está ação é um pequeno passo para a BIONG, mas um grande desafio para Parauapebas.

 

O coordenador do grupo de desbravadores, senhor Edmar, conta que, é uma gratidão na alma, devolver a Deus o que Ele nos deu de geração, e essa contribuição de renascimento e uma lição de vida; Edmar alerta que, “a agua é vida e precisamos cuidar das nossas águas e não podemos deixar que venha a extinção de nossa raça”.

O senhor Marcos Frazão, Coordenador da do programa de Educação Ambiental da empresa SETTE, disse que a ação reeduca o ser humano, e que deixamos de aprender e que ninguém vive sem o ambiente; que o trabalho feito com segmentos diversificado da comunidade possibilitamos uma reeducação na questão ambiental. Disse que, a falta de água em Parauapebas demonstra um pouco da importância que esse é ambiente e que fora feito uma ação sensibilização para que desperte mais multiplicadores, que possamos ao invés de destruir o ambiente, comecemos ao menos manter o que temos com a mudança estatística e de cultura. Falou da disputa ideológica da Amazônia e sabemos o que está acontecendo, que precisamos fazer algo urgente para que a sociedade saiba de onde vem e surge para que saibamos dá valor e nos religar a natureza. E finalizou afirmando que o programa de educação da VALE busca isso, busca na comunidade isso cada dia mais vivo, e que a comunidade perceba isso.

A colaboradora Jordânia Oliveira, ressaltou, que a BIONG e pioneira na região sobre a importância dos recursos hídricos, que essa iniciativa e apenas um início do que possa vir a ser desenvolvido mais e mais vezes e que os jovens da Igreja Adventista conseguiram captar a mensagem e a dinâmica da revitalização, limpeza e plantio de mudas e o isolamento das áreas das nascentes, que a BIONG está de braços abertos para uma maior conexão, principalmente colaborando com o manuseio do aplicativo para que possamos descobrir o maior número de nascentes possíveis.

O responsável pelo programa, o biólogo Djalma Macedo, que veio do Maranhão, disse que o convite e gratificante, que o programa PLANTADORES DE ÁGUA, deve ser abraçado por todos, que é um processo delicado em qualquer estado do País, que é o problema hídrico; que foi passado para os jovens a importância da preservação com os cuidados técnicos legislações pertinentes que controlam esse assunto, portanto hoje foi buscado um trabalho mais de educação e nos padrões da legalidade.

O projeto “PLANTADORES DE ÁGUA”, continua e fica o recado para que a sociedade se mobilize caso saibam de alguma nascente encontrada e entre em contato com a BIONG, para que a mesma se tome providência para coleta de dados e cadastro no aplicativo e sincronia com os poderes interessados.

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