Candidato do PSL à Presidência disputará o segundo turno com Fernando Haddad (PT). Em transmissão no Facebook, disse que Brasil está ‘à beira do caos’
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, comemorou na noite deste domingo (7) o resultado do primeiro turno da eleição. Ele disputará o segundo turno com o candidato do PT, Fernando Haddad.
Numa transmissão ao vivo no Facebook ao lado do economista Paulo Guedes, disse que, se for eleito, unirá o país.
“O agradecimento que faço é a todos os brasileiros, ganhamos em quatro regiões. Perdemos no Nordeste, mas nossa votação no Nordeste foi muito boa e tenho certeza que Deus ajudará por ocasião do segundo turno”, afirmou Bolsonaro.
“Temos tudo para sermos uma grande nação. Temos que unir o nosso povo, unir os cacos que nos fez o governo da esquerda no passado. […] Vamos unir o nosso povo. Unidos, seremos, sim, uma grande nação. Ninguém tem o potencial que nós temos”. acrescentou.
Em outro trecho da transmissão, Bolsonaro disse que o país “está à beira do caos” e, por isso, na opinião dele, “não podemos dar mais um passo à esquerda”.
O candidato do PSL disse ainda que ouviu críticas de eleitores sobre as urnas.
Bolsonaro tem afirmado que não confia na “lisura” do processo e, na transmissão, citou o caso de um vídeo em que o eleitor diz apertar o número “1” e, automaticamente, a urna preenche com o “3”, formando, assim, o 13, número do candidato do PT, Fernando Haddad. Esse vídeo citado por Bolsonaro é uma montagem e é #Fake.
Deputado federal desde 1991, Bolsonaro disputa a Presidência da República pela primeira vez.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, com 98% das urnas apuradas, Bolsonaro tinha 46,33% dos votos e Fernando Haddad, 28,85%.
Facada em Bolsonaro
Deputado federal desde 1991, Bolsonaro filiou-se ao PSL em março para disputar a primeira eleição presidencial. Em 6 de setembro, foi vítima de uma facada no abdômen durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
O candidato do PSL passou por cirurgias e ficou 23 dias internado. Em razão do atentado, Bolsonaro concentrou a campanha nas redes sociais, com a publicação de mensagens por escrito e de vídeos.
Sem fazer campanha nas ruas, manteve o primeiro lugar nas pesquisas – liderou desde o início nos cenários sem o ex-presidente Lula – mesmo sem um espectro grande de alianças e com pouco tempo na propaganda eleitoral gratuita de TV. A popularidade de Bolsonaro cresceu à base de um discurso anti-PT e antiesquerda.
Polêmicas
A campanha do deputado federal também teve polêmicas envolvendo declarações de Bolsonaro e do candidato a vice na chapa dele, general Hamilton Mourão.
Bolsonaro:
Disse que iria “fuzilar a petralhada”; depois, afirmou que era uma “figura de linguagem”;
Defendeu condecorar policiais que matam criminosos;
Disse que não aceitará o resultado se não for o eleito; depois, disse que “não tem nada para fazer” em caso de derrota e que somente não ligaria para cumprimentar Haddad.
Bolsonaro também teve de explicar frases polêmicas ditas ao longo da carreira política, em especial sobre negros, gays e mulheres – o STF rejeitou denúncia de racismo contra ele.
General Mourão:
Criticou o 13º salário; depois, foi afirmou que a declaração foi “descontextualizada”; na ocasição, o general foi repreendido por Bolsonaro;
Afirmou que, em situação hipotética de anarquia, o presidente eleito pode dar um “autogolpe” com apoio das Forças Armadas;
Disse que o Brasil herdou a cultura do “privilégio” do português, a “indolência” do índio e a “malandragem” do africano; depois, disse que foi “mal interpretado”.