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Chuvas de abril trazem riscos, mas também são oportunidade para o uso consciente da água

As chuvas intensas esperadas para abril se confirmaram. Desde o início do mês, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) alerta para as ocorrências, acompanhadas de rajadas de vento, raios e trovoadas, principalmente nas regiões nordeste, Baixo Tocantins e oeste. A população deve continuar tomando precauções para evitar acidentes e, ainda, observar oportunidades do clima, como a redução de consumo de água potável para fins não nobres.

A chuva aumenta oferece possibilidade de redução do desperdício de água potável, como explica o engenheiro sanitarista da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), Arthur Arrais.

“A Cosanpa, enquanto concessionária, trabalha com água potável, própria para o consumo humano em atividades nobres, como ingestão e contato primário, a exemplo do banho, preparo de alimentos e lavagem de roupas”, destaca o engenheiro.

Entretanto, a água da chuva pode ajudar a reduzir o consumo e, consequentemente, a fatura no final do mês. Atividades como lavagem de pátios e garagens; irrigação de plantas e uso em descarga sanitárias, consideradas menos nobres, não exigem a necessidade de água potável.

“Na nossa região que, no período de dezembro a maio, tem uma grande quantidade de precipitação, o consumo de água de chuva desponta como uma fonte alternativa para fins menos nobres. Mas não substitui a qualidade da concessionária, em função da necessidade dos usos nobres”, enfatiza o engenheiro, orientando que o interessado deve manter os tipos de água em recipientes separados para não deteriorar a potabilidade.

COMO FAZER

A água da chuva não demanda a aplicação de nenhum tipo de produto e geralmente é coletada via calhas próximas aos telhados. O ideal é que o volume dos primeiros cinco minutos de chuva seja descartado pois carrega impurezas retidas no telhado e na própria calha.

“A água da chuva usualmente tem uma boa qualidade. A deterioração ocorre quando chega ao nível do solo. Fenômenos como a chuva ácida tendem a deteriorar a qualidade e ocorrem em localidades agrícolas intensivas ou grandes centros urbanos e metrópoles. Não temos catalogada a incidência na região, mas em alguns locais no Brasil há registros”, pontuou Arthur.

O abastecimento de água pela concessionária cobre 53 municípios e 9 vilas paraenses, especialmente na área urbana. O uso consciente de água potável, além de diminuir a fatura, propicia a complementação de serviços e o aumento continuado da cobertura. Por outro lado, o consumo inadequado de água não tratada oferece maior riscos para a ocorrência de doenças de veiculação hídrica, como verminoses, diarreias e cólera.

Localidades que não são atendidas pela concessionária devem redobrar os cuidados para inativar microorganismos, bem como reduzir a presença de partículas sólidas, com a fervura da água, uso de filtro e substâncias detergentes, como o cloro.

TRANSIÇÃO

Coordenador do Núcleo de Hidrometeorologia da Semas, Saulo Carvalho explica que o quarto mês do calendário se caracteriza pela transição entre o período mais chuvoso no início do ano para o menos chuvoso.

“É comum que haja uma manhã ensolarada ou entre nuvens com uma temperatura máxima de até 35°, como já foi observado aqui na capital. O calor aliado com a grande quantidade de umidade que ainda tem na atmosfera leva à formação de nuvens de grande desenvolvimento vertical e também formando nuvens de trovoadas”, alerta Saulo.

Além das chuvas em si, o clima favorece eventos como vendavais e raios, que podem causar prejuízo dependendo do lugar, seja na cidade ou no campo. “Então como medida de proteção é importante que a população priorize os períodos das manhãs para fazer suas atividades ao ar livre, inclusive obras. Porque, à medida que o dia avança, no início da tarde até o finalzinho, essas chuvas podem acontecer com grande possibilidade e grande intensidade”, acrescentou o coordenador.

A Semas alerta ainda para algumas precauções diante da incidência de raios, como ficar longe de áreas desprotegidas; não subir em locais altos; não permanecer dentro ou muito próximo de locais com água; embaixo de árvores; ou próximo a objetos metálicos. Mesmo dentro de casa, é preciso se proteger e não usar equipamentos elétricos e nem celular conectado ao carregador. Também não se deve tomar banho em chuveiro elétrico, ficar próximo a janelas, portas, torneiras e canos de metal.

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