Na manhã de ontem, quinta-feira (28), a mineradora multinacional Vale apresentou seu Resultado Financeiro referente aos primeiros três meses deste ano e anunciou lucro de R$ 6,31 bilhões no trimestre. É um excelente resultado, visto que nos últimos três meses do ano passado a empresa revelou prejuízo de R$ 33 bilhões. O resultado apresentado ontem mostra ter sido suavizado com a alta do dólar sobre o real.
Mas o que a Vale não revela – e é fato – em seu relatório de resultado financeiro é que o município de Parauapebas contribui significativamente com esse lucro bilionário.
Dos 2,92 bilhões de dólares conseguidos pela Vale em receita operacional com venda de minério de ferro, pelo menos 697 bilhões saíram das costas de Parauapebas, com sua Serra Norte, sem contar outros 16 milhões garantidos pela extração de manganês, de janeiro a março deste ano. Nesse mesmo período, saíram das costas de Curionópolis, com sua Serra Leste, cerca de 27,5 milhões de dólares em minério de ferro. Nos ajustes monetários, e considerando-se que o minério de Parauapebas recebe prêmio por ser o melhor do mundo em pureza, a participação direta do município nos negócios operacionais da Vale vai a 33%.
No primeiro trimestre deste ano, de cada 3 dólares produzido em minério de ferro no Brasil, 1 dólar era originado em Parauapebas. O município é uma potência no setor mineral, indiscutivelmente.
Porém, quando vamos à interpretação prática dos números sociais, em nível local, a realidade é macabra. E nem mesmo sua potencialidade econômica é toda sua. Aliás, não é um décimo.
Enquanto isso, no vizinho Canaã dos Carajás, a Vale acelera seus passos, firmes e fortes, para soltar S11D no mercado. A estrutura da mina e da usina já está em 85% de avanço físico. O start-up continua confirmado para o segundo semestre deste ano.
Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar
