Muitos desempregados esperaram o fim de ano, quando, principalmente lojas de produtos vendidos no varejo como, por exemplo, calçados, confecções e móveis, fazem contratações temporárias; no entanto, as esperadas oportunidades de fim de ano despencaram junto com as vendas, que a cada dia, são alvos de preocupação dos comerciantes de Parauapebas.
Foi o caso de Ângela Lopes, vendedora experiente, que amarga o desemprego. “No final do ano passado consegui uma colocação temporária e estava confiante de que poderia ser efetivada, mas logo após o natal, recebi como presente a dispensa”, lamenta Ângela, dando conta ter se esforçado ao máximo para ser efetivada, porém, com a atual realidade comercial que se encontra Parauapebas, os comerciantes não têm como fazer contratações.
Mas não são apenas pessoas de Parauapebas que disputam as oportunidades surgidas no comércio local; encontramos no Sistema Nacional de Emprego (SINE), diversas pessoas de municípios vizinhos que procuram aqui uma oportunidade. “Vivemos a ilusão de que Parauapebas não está como os demais municípios, mas quando chegamos aqui, nos deparamos com uma realidade semelhante ou pior, já que no SINE a disputa é maior, tendo em vista que o órgão atrai pessoas de outros lugares”, relatou Diogo Santana, que conta ter espalhado currículos em diversas empresas, mas, sem sucesso.
Aos empresários, o assédio por emprego é grande e muitos já nem recebem mais currículos. “A gente inicia recebendo por necessidade, depois por educação e por fim não adianta mais receber apenas para alimentar a ilusão dos desempregados”, conta o lojista Wagner Vieira, lamentando a situação em que se encontra o comércio. Segundo ele, sua loja já foi movimentada e contava com funcionários, mas aos poucos foi se tornando uma empresa familiar, pois, agora, apenas ele, a esposa e filhos trabalham no local. O lojista admite que se o ponto comercial não fosse próprio, já teria fechado as portas, já que o comércio não tem dado movimento suficiente para pagar aluguel.
Além das demissões e não contratações temporárias, diversas lojas vêm sendo fechadas a cada dia em Parauapebas; outras já anunciam seu fechamento. Quem antes vivia de faturamento imobiliário, locando pontos comerciais, sente na pele o impacto, pois além de baixar significativamente o preço dos aluguéis, começam agora a ter os pontos fechados.
A crise tem também barrado diversos sonhos de investimentos, fato claro em obras paradas em plena área comercial. O motivo é o reconhecimento do proprietário que ao concluir a obra não terá a quem locar. Os diversos pontos comerciais, antes disputados por quem queria abrir uma loja, estão fechados em espaços comerciais que um dia foram cobiçados, porém, hoje, com a decadência, até mesmo as tais áreas estão com pontos fechados.
Nossa equipe de reportagens fez uma busca por esses logradouros comerciais e registrou a dura realidade que enfrenta a cidade. Rua Sol Poente, nos bairros Rio Verde e Da Paz e Rua 14, no bairro União, foram alguns dos alvos de nossas observações. Em todos eles, notamos a pouca movimentação comercial e ainda os diversos pontos comerciais fechados e obras inacabadas.
Reportagem: Francesco Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar