Nova portaria federal conecta Reserva Biológica do Tapirapé à Terra Indígena Trincheira Bacajá, promovendo a conservação da biodiversidade, o intercâmbio de saberes e o fortalecimento da sociobiodiversidade na região
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) publicou, nesta quarta-feira (26), a Portaria nº 1.424/2025, que reconhece oficialmente o Corredor Ecológico Carajás–Bacajá, conectando dois importantes territórios conservados no sudeste do Pará: a Reserva Biológica do Tapirapé, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio Carajás), e a Terra Indígena Trincheira Bacajá, território do povo Mebêngôkre-Xikrin.
O corredor abrange um território de mais de 58 mil hectares entre os municípios de Marabá e São Félix do Xingu e passa a integrar a política nacional de conservação como uma área estratégica para o fluxo genético das espécies, a proteção de ecossistemas ameaçados, a valorização de saberes tradicionais e o desenvolvimento sustentável de comunidades locais.
“A criação deste corredor é um marco para a conservação ambiental e para a gestão participativa no território de Carajás. É uma ponte viva entre natureza, povos originários e políticas públicas. Um reconhecimento da importância de unir forças para preservar o que temos de mais valioso”, comenta André Macedo, chefe do ICMBio Carajás.
Além de garantir a conectividade ecológica entre unidades de conservação e territórios indígenas, a iniciativa promove ações integradas de educação ambiental, restauração ecológica, cadeias produtivas sustentáveis e monitoramento socioambiental, envolvendo diversos atores da sociedade civil, instituições públicas e organizações indígenas.
Com o reconhecimento formal do corredor, caberá ao ICMBio liderar a gestão da área, em diálogo direto com o conselho da Rebio do Tapirapé e as associações indígenas Mebêngôkre Xikrin. O ICMBio também será responsável por elaborar o Plano de Gestão do Corredor, que norteará as ações no território e servirá de referência para os processos de licenciamento ambiental na região.
A consolidação do Corredor Carajás–Bacajá reforça a relevância do mosaico de áreas protegidas do Sudeste do Pará e reconhece o papel fundamental dos povos indígenas na proteção da floresta e da biodiversidade amazônica.
Sobre o ICMBio: O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente do Brasil, responsável pela gestão das Unidades de Conservação federais. Seu principal objetivo é promover a conservação da biodiversidade, o uso sustentável dos recursos naturais e a valorização das populações tradicionais.
