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COVID-19: Pará está entre os estados com mais mortes de jornalistas do Brasil

Pedro Reis - Jornalista de Canaã dos Carajás que morreu vítima de Covid-19

O Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA) divulga estudo inédito sobre os óbitos de profissionais da imprensa causados pela covid-19. O Pará é um dos Estados com a maior quantidade de mortes de jornalistas de todo o Brasil. No total, 19 jornalistas morreram no Pará devido às complicações da doença causada pelo novo coronavírus, até o dia 30 de março de 2021. Nas primeiras colocações com a maior quantidade de óbitos estão o Pará, Amazonas e São Paulo. Os dados serão aprofundados na noite de hoje na live “Jornalismo na linha de frente da pandemia”, a partir das 20h, no canal do Sinjor Pará no Youtube.

O estudo “Relatório Covid-19 – Óbitos de Jornalistas Paraenses” do Sinjor-PA percebeu uma subnotificação de casos divulgados no primeiro “Dossiê Jornalistas Vitimados pela Covid-19”, divulgado pela Fenaj em fevereiro de 2021. A revisão de óbitos somada às novas mortes em fevereiro e março deste ano elevaram o Pará ao topo desta triste estatística. Após os três primeiros colocados (Pará, São Paulo e Amazonas) estão o Rio de Janeiro com 15 falecimentos e o Paraná com 13 mortes.

“Pela primeira vez divulgamos esse estudo com dados locais que demonstra a importância de incluir os jornalistas entre as categorias prioritárias para vacinação. Os jornalistas continuam se arriscando cotidianamente para levar informações de qualidade e corretas para a sociedade, principalmente as notícias relacionadas a pandemia de covid-19. Continuaremos com esse trabalho de mapeamento, análise e divulgação dos casos entre os jornalistas”, destacou o presidente do Sinjor-PA, Vito Gemaque.

O Brasil amarga ser o país com a maior quantidade de jornalistas mortos por covid-19 do mundo com 169 vítimas. Na América Latina, nosso País superou o Peru, que registra 140 mortes, segundo dados da Press Emblem Campaign. De acordo com a Fenaj, o ano de 2020 registrou a média de 8,5 mortes por mês; em 2021, no primeiro trimestre, atingiu-se a marca de 28,6 mortes, praticamente uma por dia.

Proporcionalmente, o número de óbitos no Pará e no Amazonas são mais alarmantes, já que os Estados possuem menos jornalistas no mercado do que São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Ou seja, a pandemia foi mais letal no Pará e no Amazonas. A Amazônia Legal somou 61 óbitos até o momento, o que representou 36,09% do total brasileiro.

A região amazônica pode ter ainda mortes subnotificadas devido à grande extensão territorial dos Estados e a precarização do trabalho no interior. Por ordem, os Estados com falecimentos foram Amazonas (19), Pará (19), Mato Grosso (7), Rondônia (6), Maranhão (4), Tocantins (3) e Roraima (3). No Estado do Acre, nenhum óbito foi registrado, segundo a Fenaj.

ÓBITOS EXPLODEM EM MARÇO

O acompanhamento da pandemia, ao longo do ano, mostra que março de 2021, foi o período mais letal entre os jornalistas no Pará e no Brasil. Apenas o mês de março de 2021 superou todo o ano 2020 em números absolutos de óbitos de jornalistas. Em 2021, começamos a verificar uma escalada crescente dos óbitos. Janeiro teve 1 óbito; em fevereiro subiram para 3 vítimas; e março fechou com preocupantes 8 óbitos. Ou seja, de fevereiro para março a quantidade de óbitos de jornalistas quase triplicou.

Outro dado relevante do estudo, o recorte referente a faixa etária de óbitos jornalistas paraenses mostra que 73,7% encontram-se nas idades de pessoas economicamente ativos, considerada até os 65 anos. No total, foram 14 jornalistas óbitos nesta faixa etária, desta forma a maioria das mortes no Pará foram de pessoas que ainda estavam no mercado de trabalho e podem ter se contaminado no exercício de suas funções.

O levantamento inédito do Sinjor-PA demonstra a importância de incluir os jornalistas entre os grupos prioritários de vacinação. Os profissionais da imprensa, considerada atividade essencial, continuam se arriscando durante a pandemia de covid-19 para realizar coberturas e levar informações confiáveis à sociedade.

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