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Crianças vivendo com HIV/AIDS são assistidas no CTA de Parauapebas

Atualmente, 12 crianças infectadas pelo vírus HIV fazem tratamento no CTA/Parauapebas

Mais que realizar testes de diversas sorologias voltados para Doença Sexualmente Transmissível (DST), o Centro de Testagem e Aconselhamento de Parauapebas (CTA) realiza importante trabalho social voltado para crianças filhas de mulheres vivendo com HIV/AIDS.

Trata-se da entrega de leite, item indispensável na alimentação nos primeiros meses após o nascimento, período em que há a necessidade de aleitamento, neste caso não permitido para que não haja a contaminação da criança através do leite materno.

Quem falou com a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar a respeito do assunto foi Milka Régia, coordenadora do CTA em Parauapebas, dando por indispensável a parceria de empresas e instituições beneficentes que doam leite para que sejam entregues à crianças e mães que fazem tratamento na unidade neste município. “O trabalho social funciona como instrumento na adesão dessa criança para que ela complete seu acompanhamento de investigação, que vai de 12 a 18 meses, período em que o Ministério da Saúde preconiza para que se feche o diagnóstico e possa se identificar se a criança, nascida de mãe soropositiva foi infectada ou não”, detalha Milka, reconhecendo que, caso a criança seja infectada, houve falha no tratamento ou no acompanhamento.

Mas o principal esforço não é apenas dos profissionais do CTA, conforme explica Milka, mas também de algumas mães que não fazem uso correto da medicação, doada gratuitamente pelo CTA durante a gravidez, não fazem o pré-natal adequado para descobrir que era soropositiva, ou já chegou ao hospital em trabalho de parto, quando não era mais possível administrar a medicação profilática em tempo oportuno, ou até mesmo insistem em amamentar a criança dando a ela leite contaminado. “O acompanhamento é voltado à mãe através de assistente social, psicólogo, enfermeiro, pediatra e toda uma rede de serviço para acompanhar a criança neste processo até conseguir dar um diagnóstico de alta”, relata Milka, esclarecendo que por ser a amamentação, neste caso, contraindicada, a doação de leite se faz necessária.

Nos primeiros seis meses de idade, através de parceria entre os governos municipal, estadual e federal, o leite é garantido a estas crianças que recebem, cada uma, 10 latas por mês. Porém, após os seis meses, a doação do leite deixa de ser obrigação do poder público, e é aí que entra a parceria das entidades e da iniciativa privada para manter estas crianças alimentadas.

Para receber o benefício, tanto nos primeiros seis meses, quanto depois deste período, é preciso que a criança esteja fazendo o acompanhamento no CTA, indo às consultas e fazendo os exames na devida regularidade. Após o período em que se comprova a negativação do vírus, a criança recebe alta da unidade e segue uma vida normal; porém, caso se confirme que a criança é soropositiva, ela continuará fazendo o tratamento e recebendo a medicação gratuita enquanto escolher se tratar neste município.

Milka detalha que a ideia do pré-natal precoce é para fazer o diagnóstico das sorologias voltadas para as DST’s, especialmente de HIV/AIDS, sendo na primeira consulta já realizado o teste rápido, devendo todas as unidades de saúde do município vinculado à Rede Cegonha ter por obrigação assim proceder para que, uma vez diagnosticado que a mãe é soropositiva, se faça o acompanhamento em tempo hábil. “Este ano, 2017, já tivemos 12 mulheres grávidas com o diagnóstico de HIV; destas apenas sete foram novos casos comprovados de infecção por HIV/AIDS”, mensura Milka, enfatizando que as outras cinco são mulheres que, mesmo sabendo ser soropositivas, não usam preservativos e terminam por engravidar.

O diferencial para que uma criança, filha de mãe que viva com HIV/AIDS, não nasça soropositiva deve iniciar do pré-natal com o diagnóstico precoce, a inserção da medicação em tempo hábil, fazendo com que a carga viral diminua, para que na hora do parto, os riscos sejam minimizados. Portanto, sabendo na condição da gestante, ela não será submetida a parto normal; além de receber medicação profilática intraparto que é uma dose de ataque ao vírus HIV.
Durante e após o parto são adotadas medidas de prevenção para que a criança tenha o mínimo de contato com as secreções maternas, fazendo, inclusive, o parto com a bolsa íntegra e limpeza urgente e diferenciada, seguida de medicação específica ministrada durante 28 dias. “Em níveis estatísticos esta probabilidade é mínima. Quando se faz uma análise se descobre que os casos de crianças que nasceram de mães soropositivas com o devido acompanhamento, e mesmo assim, positivaram, são mães que negligenciaram e não seguiram o cronograma de tratamento”, afirma Milka, falando das estatísticas de crianças que nascem soropositivas.

 

Sobre as doações de leite

Podem doar leite pessoas, entidades ou empresas, que devem entregar o produto em latas na recepção do CTA, não sendo necessário que se identifique. A demanda de leite por ano é de pelo menos 3.200 latas, entregues às crianças com mais de seis meses de idade, em tratamento ou acompanhamento nesta unidade de Parauapebas. A exigência que o leite doado seja em lata e do modelo “Ninho”, se dá, segundo a coordenadora do CTA, por ser a marca mais completa e pela segurança das crianças, já que em outro tipo de embalagem, corre o riso de que seja contaminado antes ou durante o período em que fica armazenado.

Reportagem: Francesco Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

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