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Curionópolis: Clima em Serra Pelada continua tenso

O clima segue tenso em Serra Pelada depois que interesses políticos mobilizaram pelo menos 2 mil garimpeiros, dos cerca de 52 mil filiados à Coomigasp (Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros) em Serra Pelada no domingo (27). A invasão da nova mina de ouro, hoje em implantação, só foi impedida pela ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Pará, que formou cordão de isolamento na estrada de acesso.

Nesta segunda-feira, boa parte dos manifestantes continuavam na região, só que na vila. Mesmo com o acesso liberado, a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM) disse que os 1.500 funcionários só vão ser chamados de volta ao trabalho quando houver 100% de condições de segurança.

A mobilização começou logo cedo no domingo e já era esperada, só que em número maior de pessoas. O grupo que apareceu se reuniu primeiramente na vila, onde aconteceram seguidos discursos contra o acordo fechado entre Coomigasp e Colosso, mas sem levar em conta que o mesmo foi aprovado em seguidas assembleias reunindo membros da cooperativa. Para a empresa, o grupo, que não tem na sua maioria filiados à cooperativa, está sendo incitado por políticos, o que é grave e preocupante.

Após os discursos, o grupo caminhou da vila até as proximidades da área da nova mineração, onde já chegou na metade da tarde, portando bandeiras e faixas com palavras de ordem. Um caminhão estilo trio elétrico acompanhou a passeata. POLÍCIA Ali, um isolamento foi montado pela PM e Batalhão de Choque, assim como estavam presentes oficiais da polícia.

Eles se encarregaram de ir ao encontro do grupo e intervir para que a manifestação permanecesse ordeira. Segundo jornalistas que estiveram no local, essa paz não durou muito, uma vez que algumas pessoas na multidão começaram a jogar pedras nos policiais e estes responderam com bomba de efeito moral. Segundo o blog Zedudu, sete pessoas foram feridas com balas de borracha e te3riam sido levadas a hospitais da região.

Ainda na noite de domingo, a SPCDM se manifestou por meio de sua assessoria de Comunicação afirmando que os manifestantes haviam se dispersado no final da tarde, mas que continuavam na vila. A empresa voltou a dizer que se tratava de uma tentativa de invasão e a citar o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS) como um dos incentivadores. “A organização foi feita por grupos garimpeiros não reconhecidos pela Justiça do Pará como dirigentes da cooperativa sócia do projeto. É impraticável haver diálogo sob coação.

A Colossus considera este formato de mobilização violenta como irresponsável, que em absolutamente nada contribui para um futuro de paz duradoura em Serra Pelada”, diz a nota da empresa. A SPCDM também defende que o projeto alcançou 85% das obras de implantação, um investimento de R$ 600 milhões que emprega 1.500 profissionais diretos e indiretos – sendo 65% residentes de Serra Pelada.

A segunda-feira foi relativamente tranquila naquela região, e a PM permanecia em Serra Pelada, acompanhando as movimentações, segundo confirmou ao CORREIO DO TOCANTINS, o major Eduardo, comandante do 4º BPM. O Jornal não conseguiu contato com os oficiais da PM que lideram a operação in loco.

ENTENDA
A ação tem origem na disputa pelo controle da Coomigasp (Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada), que divide grupos rivais. E adquiriu força após reunião pública realizada no último dia 16 por iniciativa do deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA) em Serra Pelada. O clima de insegurança tomou conta da vila, onde vivem cerca de sete mil moradores.

“A Colossus Mineração encara a incitação a ocupar e paralisar o projeto, feita pelo parlamentar, com perplexidade e indignação. Respondemos positivamente a todas as fiscalizações feitas pelas autoridades nos últimos três anos de implantação. Investimos rigorosamente em saúde, segurança e treinamento nossos profissionais. Qualquer afirmação em contrário simplesmente não é verdadeira”, afirma Claudio Mancuso, CEO da Colossus Minerals Inc.

O parlamentar Arnaldo Jordy não recebeu a empresa em audiência, confirmada anteriormente por seu gabinete, em Brasília”, diz a empresa. A Colossus Mineração defende que o acordo firmado com a Coomigasp é legítimo, obedece a legislação brasileira e é referendado pelo Ministério de Minas e Energia.

Inédito no Brasil, o acordo tornou viáveis os investimentos para implantação em Serra Pelada de uma nova mina industrial para exploração de ouro seguindo padrões internacionais segurança, saúde e meio ambiente. O projeto está em fase final de implantação. DEFESA Sobre o caso, a assessoria de Arnaldo Jordy respondeu ao CT que ele não realizou audiência e sim a Câmara dos Deputados, acatando sua proposição. Jordy também frisa que recebeu denúncias de que o contrato firmado entre a Coomigasp e a Colossus Mineração teria sido alterado pela mineradora, que antes estabelecia 51% dos lucros para a empresa e 49% para os trabalhadores; passando para 75% para a mineradora e 25% para os garimpeiros.

“O Ministério Público Federal afastou a antiga diretoria da Coomigasp. Não é uma denúncia vazia. Isso está sendo denunciado há oito meses”, ressalta o deputado. O parlamentar enfatiza que em momento algum incitou violência na audiência pública e que a Colossus Mineração foi convidada a participar, mas não compareceu ou mandou representante. Jordy nega que tenha marcado alguma reunião com a empresa em seu gabinete.

Reportagem: Correio do Tocantins / Foto: Antônio Cícero

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