O projeto Preciosa Amazônia une sustentabilidade, arte e empoderamento feminino, levando sementes de esperança e beleza artesanal para além das fronteiras do Brasil.
Em meio ao cenário amazônico de Parauapebas, no sudeste do Pará, uma iniciativa tem germinado esperança, renda e transformação pessoal: o projeto Preciosa Amazônia. Idealizado com foco na sustentabilidade e no empoderamento feminino, o projeto une cuidado com a natureza, reaproveitamento de recursos naturais e geração de renda para famílias da região.
A associação tem como missão principal manter a floresta em pé, utilizando matérias-primas naturais como sementes, cascas e madeiras descartadas para a criação de biojoias artesanais. “A gente não derruba, não queima. A gente transforma. Cada peça nasce do respeito à natureza e ao seu ciclo”, explica Sandra Brasil, associada e porta-voz da iniciativa.
Trabalho com propósito
A Preciosa Amazônia se destaca por promover capacitações e oficinas que atendem especialmente mulheres em situação de vulnerabilidade social, mas que também acolhem qualquer pessoa interessada em reaprender com a floresta. Em Parauapebas e em regiões vizinhas, como na comunidade Água do Gelado, já foram realizadas formações que emocionaram não apenas os participantes, mas também familiares.
O projeto também tem um caráter terapêutico. A artesã Dione Alckmin, participante ativa da iniciativa, compartilha como a biojoia impactou sua vida: “Comecei em um momento difícil, e foi a arte que me devolveu o ânimo. Fazer biojoia é mais que um trabalho: é uma terapia. Hoje tiro uma renda com isso e me sinto bem, realizada e valorizada”.
Sementes que geram histórias
Cada peça feita carrega não apenas o encanto da floresta, mas uma história. “É emocionante ver uma cliente se apaixonar por uma peça e ouvir que aquela semente foi colhida com cuidado, transformada por mãos que respeitam o tempo da natureza”, conta Dione.
Além do trabalho artesanal, a coleta das matérias-primas segue princípios ecológicos. A associação se compromete a colher, no máximo, 30% das sementes disponíveis, respeitando o ciclo de reflorestamento natural e a alimentação dos animais silvestres.
Reconhecimento além das fronteiras
Com pouco mais de um ano de formalização, mas atuando desde 2021, a Preciosa Amazônia já ultrapassou fronteiras. Suas biojoias não apenas circulam em Parauapebas, mas já chegaram a outros estados e até ao exterior, levando consigo a beleza e a força da Amazônia e das mulheres que a defendem.
“Quando alguém posta que ganhou uma peça da Preciosa e elogia o trabalho, isso nos motiva. Já tivemos peças levadas como presentes para fora do país. É muito gratificante”, celebra Sandra.
O projeto mostra que da floresta é possível tirar não apenas madeira, mas dignidade, arte, renda e, principalmente, transformação de vidas.
Reportagem: Hilda Barros | Da redação do Portal Pebinha de Açúcar