O último debate entre os presidenciáveis realizado na noite desta quinta-feira pela TV Globo foi marcado pelo embate entre direto os principais candidatos, Marina Silva (PSB), Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB) também estavam presentes e contribuíram para acalorar ainda mais a discussão.
A corrupção marcou o primeiro bloco do programa. Entre os temas abordados, se destacaram a CPI da Petrobras e o Mensalão Mas foi a homofobia que colocou fogo neste primeiro momento do debate e causou uma das maiores discussões da noite.
Na primeira oportunidade que tiveram, Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL) confrontaram Levy Fidelix (PRTB) em relações as declaração feitas do debate anterior, no último domingo, em que pediu enfrentamento a gays e foi duramente criticado, e chamado de nojento, nas redes sociais. Luciana Genro abriu fogo: “Tu devia ter saído daquele debate algemado, direto para a prisão […] isso só não ocorreu pois não temos lei que criminalize a homofobia”, disse Luciana ao candidato do PRTB. Levy Fidelix, por sua vez, revidou não só a ela, mas também a Eduardo Jorge, a quem acurou “não ter moral” para fazer tais críticas já que o candidato do PV “propõe que o jovem consuma maconha” e “faz apologia ao crime”.
A segunda etapa do debate foi marcada por discussões sobre corrupção, privatização de estatais, e independência (ou autonomia) do Banco Central, tema sobre o qual Dilma e Marina travaram forte embate. Marina lembrou, por exemplo, que Dilma havia defendido a ideia em 2010 e que a “autonomia do Banco Central serve para evitar que a inflação cresça “como está crescendo no governo” de Dilma. A atual presidente, por sua vez, declarou que Marina não sabia diferenciar autonomia de independência.
A candidata a reeleição também foi alvo de ataques de seus principais rivais no que diz respeito ao escândalo da Petrobras. “No meu governo, a Petrobras vai ser devolvida aos brasileiros, teremos uma gestão que engrandece a empresa, e que não a diminua como foi feito no seu governo”, disse Marina a Dilma Roussef. O fato de Dilma supostamente desconhecer os casos de corrupção vinculados à gestão da estatal também foi colocado em dúvida pelos concorrentes.
Nos dois últimos blocos, habitação popular, projetos sociais e segurança pública foram abordados pelos participantes. Não faltaram críticas à situação carcerária e promessas de que projetos sociais, como o Bolsa-Família seriam não apenas mantidos, como aprimorados.
O que também não faltou durante todo o debate foram falhas do mediador, o apresentador William Bonner, que se atrapalhou diversas vezes, ao coordenar as réplicas e tréplicas dos candidatos, e ao esquecer de sortear os temas sobre os quais os participantes teriam de formular as questões aos rivais.
As piadas de Eduardo Jorge também foram um dos pontos altos do debate. Ao discutir com Dilma sobre investimentos na educação e comentar sobre a aprovação de 75% dos royalties do pré-sal para a educação, o candidato do PV soltou: “os royalties vão entrar pela porta dos fundos da saúde e a qualidade vai sair pela janela”.
Eduardo também provocou risos na plateia ao dizer para Dilma que o projeto da Farmácia Popular, citado por ela, é de sua autoria. Bem-humorada, a presidente e candidata à reeleição fez um sinal positivo com as mãos.