Transferência estratégica marca o fim da estagnação do inquérito de 2023; polícia aplica “pente-fino” em provas e reconstrói dinâmica do crime que vitimou engenheira e seu irmão no estacionamento da ExpoCanaã

A sensação de impunidade que cercava o brutal duplo homicídio ocorrido em 2023, em Canaã dos Carajás, parece estar com os dias contados. O caso, que por meses aparentou estar adormecido, sofreu uma reviravolta drástica ao ser oficialmente transferido para a Delegacia de Homicídios de Parauapebas (DH). A mensagem das autoridades é inconfundível: a perseguição àqueles que cometeram tal atrocidade foi elevada a um novo e implacável patamar.
A transferência não é vista apenas como uma formalidade técnica, mas como uma manobra estratégica. A equipe da Delegacia de Homicídios de Parauapebas, reconhecida pela altíssima taxa de resolução de crimes violentos e por uma abordagem incisiva, assumiu o inquérito com plenos poderes para desvendar cada detalhe omisso. O recado para os criminosos é claro: não haverá mais espaço para falhas, desculpas ou distração.
Rigor e “pente-fino” nas provas
Fontes ligadas à investigação confirmam que o trabalho já começou sob um regime de rigor absoluto. A nova equipe está aplicando um verdadeiro “pente-fino” exaustivo, revisitando provas e indícios que, porventura, foram subestimados ou ignorados no passado. A complacência de outrora deu lugar a uma determinação férrea em busca da verdade.
Álibis que antes pareciam inabaláveis estão agora sob suspeita e começando a ruir. Conexões que passaram despercebidas na época da tragédia tornaram-se o foco central dos agentes, revelando teias que pareciam ocultas.

“O que foi descartado lá atrás agora virou peça-chave. Estamos reconstruindo cada passo, cada indício, cada movimento do dia do crime. Quem achou que tinha se livrado, se enganou redondamente”, revelou uma fonte interna que acompanha de perto a retomada do caso.
Novos nomes no radar
O ponto mais alarmante para os envolvidos é a rapidez com que a reabertura já produziu resultados concretos nos bastidores. Informações exclusivas apontam que nomes que sequer constavam na investigação inicial surgiram agora com força total no novo organograma da polícia.
A dinâmica do crime está sendo completamente remontada. A autoria, antes envolta em mistério, começa a ganhar rostos e identidades definidas. Embora a Polícia Civil mantenha os detalhes sob sigilo absoluto — tática crucial para garantir o sucesso das prisões —, o clima é de uma verdadeira “caçada final”.
Para as famílias das vítimas, a esperança de justiça, que parecia esvair-se com o tempo, renasce com vigor. Para os culpados, resta a certeza de que a batida implacável na porta pode acontecer a qualquer momento. O caso não está mais frio; ele está prestes a explodir.
RELEMBRE O CASO
O crime que chocou a região ocorreu na madrugada de 28 de outubro de 2023, na saída de um evento em Canaã dos Carajás. As vítimas foram a engenheira da mineradora Vale, Gabrielle Souza Mota, de 25 anos, e seu irmão, Andrey Pereira Mota, de 31 anos.
Os dois foram mortos a tiros por volta das 4h30 da manhã, logo após saírem da ExpoCanaã. De acordo com os levantamentos da época, os criminosos teriam cortado ou secado os pneus do carro das vítimas para forçar uma parada — o que levantou a hipótese inicial de latrocínio (roubo seguido de morte), uma vez que o celular de Gabrielle foi encontrado caído embaixo do banco.
Uma amiga que acompanhava os irmãos no banco de trás conseguiu fugir e sobreviver ao ataque. Gabrielle era uma profissional respeitada, mãe de dois filhos pequenos, e sua morte gerou uma onda de comoção e protestos por parte de sua mãe, Dona Selma, que durante meses clamou por respostas e denunciou o que chamava de “descaso” na investigação inicial.























